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Os acadêmicos se apressaram em defender uma professora de uma escola de elite de Nova York que lecionava “alfabetização pornográfica” a alunos do ensino médio e que mostrou aos alunos do primeiro ano um desenho animado sobre masturbação.
Justine Ang Fonte ensinou educação sexual na Dalton School de Manhattan or nove anos, de acordo com o New York Times. Ela desenvolveu currículos para os alunos, ministrou palestras e organizou oficinas em outras escolas de Nova York.
A educadora gerou reação dos pais em maio, ao dar suas aulas por Zoom para os alunos do ensino fundamental e médio da Columbia Grammar and Preparatory School, no Upper West Side.
O diretor da escola, Bill Donohue, disse ao Times que achava que a aula trataria de “sexualidade saudável”, mas a aula de Fonte levou os pais a exporem sua revolta pelo material explícito por ela usado ao New York Post.
O jornal disse que os slides de Fonte mencionavam “pornografia incestuosa”, “pornografia consensual”, “pornografia com ninfetas”, “pornografia sadomasoquista”, entre outros assuntos do gênero.
Os pais condenaram um desenho que Fonte mostrou aos alunos do primeiro ano para discutir masturbação. A professora se defendeu dizendo que a turma nunca usou a palavra “masturbação”, embora o desenho falasse que era bom tocar a própria genitália.
“Não há nada de mau em se tocar e sentir as diferentes partes do corpo, mas é melhor fazer isso quando se está sozinho”, dizia o narrador da animação.
“Eu lhes dou instrumentos de modo que eles possam exercitar o corpo sabendo exatamente o que são a genitália, como aquelas partes são chamadas e como cuidar delas”, disse Fonte ao Times. “Esse ensinamento estava associado a outras lições, como sobre as diferentes formas de dizer “não”, a diferente entre um segredo e uma surpresa e por que você nunca deve manter um segredo com um adulto. Porque, enquanto criança, você não tem responsabilidade por guardar um segredo de um adulto”.
Fonte deixou a escola em junho. Ela foi a terceira funcionária do alto escalão a deixar a escola progressista por pressão dos pais.
Mas educadores defenderam os métodos da professora ao New York Times, dizendo que ela não disse nada de inapropriado e que os métodos dela estavam em linha com o Manual Nacional de Educação Sexual e o Manual Técnico International de Educação Sexual da OMS, manuais usados nas escolas públicas de Nova York.
O Times destacou que muitas crianças já estavam expostas à pornografia em seus primeiros anos de adolescência e que, assim, as aulas de “alfabetização pornográfica” eram benéficas a esses alunos porque permitiam que eles avaliassem o que viam.
A professora Jennie Noll, da Penn State, que ensina aos alunos do segundo ano as partes do corpo e os limites saudáveis, disse ao Times que não ensina os seus alunos que “eles podem se tocar”.
“Não sei se as crianças precisam ouvir que não há nada de mau em se masturbar”, disse Noll. “Só acho que as crianças tampouco precisam ouvir que há algo de mau nisso”.
A autora do livro “Sexual Citizens: A Landmark Study of Sex, Power, and Assault on Campus” [Cidadãos sexuais: um estudo revolucionário sobre o sexo, poder e assédio nos campi], Jennifer S. Hirsch, também professora de ciência sócio-médicas na Columbia Mailman School of Public Health, trabalhou com Fonte durante seu mestrado. Hirsch disse ao Times que “os alunos precisam aprender que as outras pessoas não têm o direito de tocar o corpo deles”.
“Tão importante quanto isso é ensinar que os alunos não têm o direito de tocar outras pessoas”, disse Hirsch. “Quantos políticos você vê no noticiário e que nunca aprenderam essa lição?”
Da mesma forma, o ex-professor da Universidade de Cornell Ritch C. Savin-Williams disse que as aulas de educação sexual de Fonte eram importantes, mas temia que “os pais não fizessem parte do processo de decisão quanto ao que é necessário e deve ser ensinado”.
Al Vernacchio, antigo coordenador de educação sexual na Pennsylvania Friends’ Central School, argumentou que as crianças estão se informando quanto à sexualidade por meio das redes sociais, televisão, YouTube e a plataforma de pornografia amadora OnlyFans.
“Os jovens precisam ter a capacidade de analisar criticamente as mensagens, refletindo sobre os próprios valores e tomando decisões quanto a quais mensagens são benéficas e quais são questionáveis”, disse ele ao Times.
Uma pesquisa mundial sobre os currículos escolares de educação sexual realizada pelo Institute for Research & Evaluation e publicada no periódico Issues in Law and Medicine em janeiro de 2020 revelou que esses currículos são pouco eficientes e que levam a um aumento na atividade sexual.
“O pior é que essa nova análise descobriu efeitos danosos em crianças e adolescentes em 16% dos currículos de educação sexual no mundo todo”, disse Irene Erickson, uma das chefes da pesquisa, à Daily Caller News Foundation em fevereiro de 2020.
Um ex-professor de educação sexual disse à Daily Caller News Foundation que muitos currículos, sobretudo os organizados pela Planned Parenthood Federation of America, “preparam” os jovens para a promiscuidade.
“A educação sexual os prepara para a promiscuidade. Os prepara para os tratamentos contra doenças sexualmente transmissíveis e os prepara para o aborto”, disse Monica Cline à The Daily Caller News Foundation em 2019.
Educação sexual ampla, de acordo com a Planned Parenthood, é um termo que se refere a currículos do ensino fundamental e médio que abrangem desenvolvimento, relacionamentos, habilidades pessoais, comportamento sexual, saúde sexual e sociologia e cultura, e se opõe à educação sexual baseada na abstinência.
Esse tipo de educação sexual se detém sobre a sexualidade e o gênero e está sendo atacada por grupos de defesa da família de estados como Califórnia, Texas, Colorado e Maryland.
A Daily Caller News Foundation mostrou, em junho de 2019, um vídeo que supostamente mostrava a American Civil Liberties Union ensinando a teoria progressista de educação sexual e gênero a professores, numa parceria com o sistema educacional da Califórnia e a Planned Parenthood.
O vídeo, divulgado pela organização conservadora Our Watch, mostra a advogada e membro da ACLU, Ruth Dawson, ensinando professores a ajudarem as alunas a se submeterem a aborto sem consentimento dos pais.
Um porta-voz da ACLU confirmou à Daily Caller News Foundation que a organização progressista estava presente quando da apresentação do vídeo, mas negou que o vídeo fosse produção dela. O porta-voz não esclareceu como o vídeo foi produzido.
Mary Margaret Olohan é repórter de assuntos sociais na Daily Caller News Foundation.