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abuso sexual

Advogados de João de Deus entram com pedido de liberdade no STF

O médium João Teixeira de Faria conhecido como João de Deus, atendia cerca de 1000 pessoas por dia na Casa Dom Inácio de Loyola em Abadiânia  | Cesar Itiberê/Fotos Públicas
O médium João Teixeira de Faria conhecido como João de Deus, atendia cerca de 1000 pessoas por dia na Casa Dom Inácio de Loyola em Abadiânia  (Foto: Cesar Itiberê/Fotos Públicas)

Depois de ter o habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a defesa do médium João Teixeira de Faria entrou com um pedido de liberdade no Supremo Tribunal Federal (STF). João de Deus, como é conhecido, está preso desde o dia 16 no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, acusado de abuso sexual. Ele deve ser indiciado pela Polícia de Goiás pelo crime de violência sexual mediante fraude até esta sexta-feira (21).

Segundo a Agência Brasil, o habeas corpus foi sorteado para a relatoria do ministro Gilmar Mendes, mas por causa do recesso do Judiciário, o processo foi encaminhado ao gabinete do presidente do STF, o ministro Dias Toffoli, responsável pelo plantão.

Na quarta-feira, o STJ negou o habeas corpus a João de Deus. A decisão foi tomada pelo ministro Nefi Cordeio, que indeferiu liminarmente o pedido de revogação da prisão preventiva do líder religioso.Em sua argumentação, o magistrado explicou que a prisão preventiva contra o médium foi autorizada para "resguardar a investigação criminal".

O ministro também se baseou no fato de João de Deus ter postergado sua apresentação à Justiça, mesmo após ter a prisão decretada. Além disso, ele lembrou os registros de que o médium teria movimentado suas contas financeiras logo após a investigação avançar contra ele. "Embora efetivamente tenha o paciente se apresentado dias após, permaneceu inicialmente sem ser localizado e a movimentação com urgência de altos valores é fato demonstrado, suficiente para a indicada conclusão de risco de fuga", escreveu.

Sobre isso, o advogado do médium Alberto Toron disse ter feito, nesta quarta-feira, uma diligência na conta pessoal do líder religioso e afirmou que ele não movimentou suas contas bancárias antes da prisão, como havia sido divulgado pelo Ministério Público de Goiás. Toron exibiu extrato bancário que mostra um montante de R$ 34,2 milhões depositados em investimentos.

Um pedido de habeas corpus já havia sido rejeitado pela Justiça de Goiás, na terça-feira (18) mas a defesa decidiu recorrer junto ao STJ, que seguiu o mesmo entendimento. João de Deus está preso no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia desde o último domingo, 16.

Acusado de abuso sexual, o médium foi indiciado pela Polícia Civil de Goiás, sob a suspeita de violência sexual mediante fraude, nesta quinta-fera (20). A vítima é uma mulher de 40 anos que alega ter sido molestada no dia 24 de outubro. De acordo com o inquérito, João de Deus propôs tratamento de cura espiritual com o objetivo de cometer uma violação sexual, o que aproxima o ato de estelionato. O Ministério Público goiano ainda precisa analisar o caso.

FBI no caso

O FBI, espécie de Polícia Federal americana, e a embaixada dos Estados Unidos entraram em contato com a Polícia Civil de Goiás para trocar informações sobre supostos abusos sexuais de mulheres cometidos por João de Deus. 

Conforme investigadores do caso, as autoridades dos EUA receberam denúncias de mulheres daquele país que teriam sido molestadas. Também querem obter dados sobre os casos de americanas reportados no Brasil à polícia e a Promotorias de estados diversos. 

Por ora, há relatos envolvendo mulheres de seis países, além do Brasil. Além dos EUA, os casos se referem a mulheres de Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia e Suíça. 

A Polícia Civil de Goiás informou que ainda não está definida como será a atuação do FBI. Uma reunião com representantes da embaixada americana, em Brasília, foi acertada para a semana que vem. 

"A embaixada manifestou interesse em uma reunião em Brasília por causa de algumas manifestações que eles receberam lá e para denotar se há cidadã americana como vítima", disse o delegado-geral de Goiás, André Fernandes.

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