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Milhões de africanos estão sendo sacrificados no altar da “Energia Verde”

Medidas ecologicamente corretas obrigam milhões de africanos pobres a recorrerem a combustíveis sujos para cozinhar dentro de casa. (Foto: Pixabay)

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As medidas da administração Obama em defesa da substituição da eletricidade gerada a carvão pela energia verde estão prejudicando milhões de africanos que vivem na pobreza extrema, causando degradação ambiental e aumento o risco de mortes precoces, de acordo com uma nova análise da CO2 Coalition.

O estudo, realizado por uma coalisão de 60 climatologistas e engenheiros sediados em Arlington, na Virgínia, mostra que o acesso inadequado à eletricidade é um dos principais motivos para a pobreza persistente na África.

O crescimento econômico numa economia globalizada competitiva exige energia elétrica confiável e disponível a todos. Sem eletricidade o bastante para aquecimento e para cozinhar, os africanos estão expostos a altos níveis de poluição emitida por combustíveis sujos dentro de casa — o maior risco ambiental à saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

No mundo todo, a OMS estima que três bilhões de pessoas ainda cozinham e se aquecem e iluminam suas casas usando combustíveis sólidos — madeira, carvão e fezes secas de animais.

As toxinas e partículas decorrentes da queima dos combustíveis sólidos matam cerca de quatro milhões de pessoas por ano de pneumonia, ataque cardíaco, doenças pulmonares, derrame, câncer de pulmão e várias doenças autoimunes. Metade das mortes por pneumonia em crianças com menos de cinco anos são causadas por causa de fuligem dentro de casa.

A UNICEF estima que 400 mil dessas quatro milhões de mortes são de africanos.

Níveis perigosos de poluição doméstica representam grande perigo para famílias sem acesso à eletricidade.

As agências internacionais também dizem que 352 milhões de crianças africanas vivem em lares nos quais se cozinha usando combustíveis sólidos. Milhões de mulheres e crianças continuam caminhando quilômetros todos os dias para pegar não só água, mas também lenha para a queima interna, aumentando o desmatamento.

As doenças, mortes e miséria resultantes da pobreza energética da África diminuem lentamente em comparação com o restante do mundo.

Em 1960, os moradores da China e da África subsaariana tinham uma expectativa de vida de 44 anos. Hoje, a expectativa de vida na China é de 77 anos, pouco menos do que a expectativa de vida nos Estados Unidos, que é de 79 anos. Infelizmente, a expectativa de vida média na África é de 61 anos, melhor do que há 60 anos, mas ainda assim bem inferior ao restante do mundo.

De acordo com a nova pesquisa, isso significa que 1 bilhão de africanos subsaarianos perdem, juntos, 16 bilhões de anos em comparação com os chineses.

A pobreza geracional extrema na África subsaariana é endêmica, sendo que 41% da população vive na pobreza absoluta, que o Banco Mundial define como renda inferior a US$ 1,40 por dia (equivale a R$ 7,50 na cotação atual).

A falta de acesso a fontes confiáveis de eletricidade é um dos principais motivos para a falta de crescimento econômico.

Mesmo em áreas com abundância de energia elétrica na África, a transmissão não é confiável, já que a rede costuma cair, às vezes diariamente.

Isso causou uma “dieselização” do continente nas últimas décadas. Geradores a diesel emissores de fuligem foram instalados nas casas dos ricos, em fábricas e em prédios do governo. O uso dessa fonte de energia suja é tamanho que estima-se que muitas nações africanas gastem mais na geração de eletricidade a diesel do que na rede de transmissão em si.

A solução para a pobreza energética é aposta na energia eólica e solar? De jeito nenhum, já que a falta de confiabilidade nas fontes renováveis significa mais blecautes, o que provocará uma “dieselização” ainda maior.

A solução para a geração de energia confiável e a um custo razoável talvez esteja sob os pés dos africanos, na forma de reservas abundantes de carvão que podem ser exploradas pelo uso da tecnologia norte-americana do carvão limpo.

A África do Sul controla quase 70% das reservas do continente, mas também há depósitos de carvão consideráveis na África Oriental e no Sahel (África Oriental). Mais de 100 novas usinas a carvão estão sendo projetadas em 11 nações africanas, e quase metade delas estão sendo financiadas e construídas pela China.

Apesar da crise de saúde na África, o Banco Mundial hoje impede empréstimos para a manutenção ou construção de novas usinas a carvão. Na verdade, o banco empresta a países que o ajudam a fechar minas e a substituir as usinas existentes por usinas à base de combustíveis renováveis.

De acordo com Akinwumi Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, “o carvão é passado e a energia renovável é o futuro”. Ele acrescentou: “Há um motivo para Deus ter dado tanta luz do sol para a África.

Quem quer que venha a se sentar no Salão Oval no dia 20 de janeiro, o presidente deveria cogitar revogar as restrições ao desenvolvimento energético da África para melhorar a vida de milhões de irmãos e irmãs africanos.

Gregory Wrightstone, membro da CO2 Coalition, é geólogo e escritor.

© 2020 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês

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