Depois das brigas do passado, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) parece viver hoje um “caso de amor” com o presidente Lula (PT). Em entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura, o vice disse que sua relação com Lula é “afetiva”, só perdendo para a relação que o presidente tem com a primeira-dama, Janja. É bom que Alckmin não se descuide, já que muitas vezes é justamente ela, a primeira-dama, que mais parece ser a vice-presidente do Brasil.

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Mas quem está com cara de preocupado mesmo é o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que finalmente reconheceu o que todo mundo já sabia: o aumento das contas públicas sem contrapartida de arrecadação pode afetar o arcabouço fiscal, a âncora fiscal proposta pelo governo para substituir o teto de gastos aprovada pelo Congresso ano passado. Parece que o mercado financeiro anda tenso com a dinâmica de gastos. E quem não? 

Alckmin e Lula: uma relação "afetiva"

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), falou do seu papel no governo, lembrou da época em que rivalizava com a esquerda e disse ter boa relação com o presidente Lula (PT).

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Segundo Alckmin, sua relação com Lula é “afetiva”, só perdendo para a relação que o presidente tem com a primeira-dama, a Janja. “Olha, é muito boa a relação, até porque o presidente Lula é uma pessoa bem humorada, ele é muito engraçado. Depois, ele delega. Fiquei muito feliz porque não imaginava ser ministro de nenhuma pasta, mas acabei recebendo o convite […] Temos uma relação que eu diria até afetiva. Mais forte do que a nossa [relação], eu diria que só a do presidente com a Janja. É uma relação muito descontraída”, afirmou Alckmin na entrevista.

Haddad assume insustentabilidade do arcabouço

O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, reconheceu que o aumento das contas públicas sem a devida contrapartida de arrecadação pode afetar diretamente o arcabouço fiscal.

Em tese, o arcabouço limita o crescimento da dívida pública em 70% da receita no limite de 2,5%. No entanto, neste primeiro ano de vigência, o mercado financeiro já se mostra preocupado com o que vem depois, e já dá a sustentabilidade dele como duvidosa – o que Haddad reconhece e diz estar trabalhando junto com Lula.

Além disso, o ministro defende que vem mostrando aos ministérios, ao Congresso e ao Judiciário a necessidade de “equacionar estruturalmente as finanças do país”, para evitar que o mercado financeiro antecipe decisões futuras e prejudique o presente do governo. Há a expectativa de que, após as eleições, seja enviado ao Legislativo um novo pacote de ajuste fiscal que deve contemplar mais cortes nos gastos.

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