| Foto: GR/afGUS RUELAS

Uma fascinante série de controvérsias surgiu esta semana, e elas não tiveram nada a ver com Donald Trump ou Robert Mueller.

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O site de notícias de economia e negócios “Business Insider” publicou uma coluna defendendo a atriz Scarlett Johansson de críticas ferozes por sua decisão de interpretar um homem transgênero em um filme chamado “Rub and Tug”. A colunista Daniella Greenbaum assumiu a posição aparentemente ultrajante de que os atores podem fingir ser pessoas que não são. Ou, como Greenbaum colocou, “Scarlett Johansson é o alvo mais recente da turba de guerreiros da justiça social. A atriz está sendo castigada por, bem, atuar”. 

Ironicamente, a coluna de Greenbaum tornou essa afirmação desatualizada, porque, ao escrever isso, Greenbaum tornou-se o alvo mais recente da turba dos guerreiros da justiça social. Em resposta a reclamações, internas e externas, a Business Insider retirou a coluna de seu site e inventou alguns novos padrões editoriais para justificar a decisão. 

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Então, agora temos três controvérsias distintas: (1) É certo que atores não transgêneros interpretem pessoas trans? (2) Está certo que as pessoas defendam esses atores? (3) É certo que as publicações façam desaparecer essas defesas? 

Vamos analisá-las por ordem. 

A resposta à primeira pergunta é ao mesmo tempo simples e complicada. Por uma questão de lei e senso comum, é claro que os atores podem fingir ser qualquer pessoa. A lei é clara (pelo menos agora), e o senso comum nos diz que isso é, de fato, o que os atores fazem para ganhar a vida. 

Mas para ser justo ao outro lado do argumento: Tais queixas não são novas. Sempre que algum grupo minoritário luta para a aceitação social – e para o tipo de poder político e cultural que vem com tal aceitação –, essas controvérsias emergem. Atores brancos que fazem papéis de afro-americanos são culturalmente tabus hoje, e com razão. Mas uma das razões pelas quais tais espetáculos são de mau gosto é que, historicamente, eles eram uma forma de zombaria e desrespeito racistas. 

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Isso não se aplica aqui. Trace Lysette, uma atriz transgênero que interpreta um personagem transgênero na série “Transparent”, da Amazon, protestou contra a escolha de Johansson não porque o personagem fosse um insulto para os trans. Lysette ficou ofendida por Johansson estar tirando trabalho de pessoas como ela. 

Lysette reclamou no Twitter que “não apenas você faz o nosso papel e rouba nossa narrativa e nossa oportunidade, mas também felicita a si mesma com troféus e elogios por imitar o que vivemos... tão deturpado. Estou tão cansada." 

Influência cultural

Isso me parece tolo. Não muito tempo atrás, simplesmente chamar a atenção para a existência de pessoas trans era considerado uma vitória para a causa deles. Em 1999, Hillary Swank recebeu muitos elogios da crítica – e um Oscar – por interpretar uma mulher transexual em “Boys Don´t Cry” (um filme que eu detestava). Ninguém reclamou de narrativas roubadas na época. (A propósito, alguém se queixou quando Charlton Heston, um episcopal, roubou a mais famosa narrativa judaica de todos os tempos fazendo o papel de Moisés?) 

Mas nós passamos a fase de conscientização, e agora a questão é sobre influência cultural. Os transgêneros estão seguindo os passos de outros grupos de identidade que querem usar seu poder cultural para criar mais papéis para seus membros. Eles são livres para fazer isso, é claro. Mas vale a pena notar que não é escandaloso para um estúdio de cinema preferir uma estrela de cinema internacional como Johansson em vez de um obscuro ator transgênero. 

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Independentemente disso, esse jogo de poder cultural é a questão real, e é o único prisma relevante para as questões dois e três. 

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Não há nada que remotamente ultrapasse o limite no que Greenbaum escreveu. Seu pecado foi simplesmente apontar o óbvio, o que muitas vezes é considerado uma grande ofensa sem ser realmente ofensivo. É por isso que o que ela chama de “turba de guerreiros da justiça social” se voltou contra ela e a Business Insider. 

Mais uma vez, nenhuma lei foi quebrada. Greenbaum tem o direito de dizer o que acredita ser verdade, e a Business Insider tem todo o direito de publicar (ou não publicar) o que deseja. 

Se a Business Insider tivesse simplesmente optado por rejeitar o artigo a princípio, não seria um problema, e ela teria poupado muito constrangimento. Em vez disso, seus editores optaram por ceder à pressão política. Sua rendição nos diz muito sobre o poder da turba dos guerreiros da justiça social e a fraqueza dos editores da Business Insider.

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©2018 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês