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A Amazon tirou de suas prateleiras virtuais um livro com “respostas inteligentes para perguntas” sobre o transgenderismo – sem informar ao autor e sem qualquer explicação.
“When Harry Became Sally: Responding to the Transgender Moment” [Quando Harry se torna Sally: respondendo ao movimento transgênero], de Ryan T. Anderson, ex-pesquisador da Heritage Foundation e hoje presidente do Ethics and Public Policy Center, argumenta que a ideologia é um fator mais importante do que a biologia na aceitação do transgenderismo pela sociedade norte-americana.
Anderson disse que só percebeu que o livro foi tirado da Amazon depois que um leitor disse que tentou comprá-lo e não conseguiu.
No livro, publicado em 2018, Anderson discute a disforia de gênero, a sensação de que a identidade de gênero de uma pessoa é diferente de seu sexo biológico. Ele pergunta se casos de disforia de gênero podem estar associados à “hostilidade social a pessoas que não se adequam às normas de gênero ou que sentem atração pelo mesmo sexo”.
“Precisamos respeitar a dignidade daqueles que se identificam como trans, mas sem estimular as crianças a se submeterem a tratamentos de transição”, escreveu Anderson.
Em seu livro — cujo título faz referência à comédia romântica “Harry e Sally: Feitos um Para o Outro” — que as melhores terapias para a disforia de gênero tentam ajudam as pessoas a se aceitarem e a aceitarem seus corpos.
O livro conta histórias de várias pessoas que reverteram a transição de gênero e como elas perceberam que não estavam melhores. Outras histórias falam de adultos que foram estimulados a se submeterem à transição na infância, mas depois se arrependeram.
Rod Dreher, editor da “American Conservative”, criticou a Amazon, escrevendo que a empresa agora tem o poder de impedir que livros sobre certos temas sejam vendidos e que isso é um perigoso ataque ao livre mercado de ideias.
“O CEO da Amazon, Jeff Bezos, vende a autobiografia de Hitler porque confia que os leitores entenderão que se trata de um livro maligno. Mas não vende um livro de um dos principais think tanks norte-americanos criticando a ideologia de gênero porque... por que mesmo?” pergunta Dreher retoricamente.
A Amazon não respondeu ao pedido de uma explicação para a remoção do livro de Anderson, mas atualmente vende um livro pró-transgêneros chamado “Let Harry Become Sally” [Deixe Harry virar Sally], uma resposta ao livro de Anderson.
O livro de Anderson continua disponível em outras livrarias. Sobre a retirada de seu livro da Amazon, ele disse o seguinte:
Quando “Harry Became Sally: Responding to the Transgender Moment” foi lançado, há três anos, ele foi atacado duas vezes em colunas do New York Times. O Washington Post publicou um artigo violento que teve de ser totalmente reescrito para consertar todos os erros. Obviamente os críticos não leram o livro.
As pessoas que de fato leram meu livro descobriram que ele era uma apresentação acessível e refletida sobre o estado do debate científico, médico, filosófico e jurídico.
Sim, ele propõe o debate a partir de certo ponto de vista. Não, não expus nenhum fato errado e não xinguei ninguém.
Fui elogiado pelos maiores especialistas: o ex-psiquiatra-chefe do Johns Hopkins Hospital, um experiente professor da NYU, um professor de ética da medicina na Columbia Medical School, um professor de psicologia e neurologia da Boston University, um professor de neurobiologia da University of Utah, um notável professor da Harvard Law School, um filósofo do direito em Oxford e um professor de jurisprudência em Princeton.
Nada disso importa. Não tem a ver com como você diz nem com o entusiasmo da sua argumentação; não tem a ver nem com a generosidade com que você expõe o assunto. Tem a ver apenas com o fato de você ir contra a nova ortodoxia.
Steven Hall é repórter do The Daily Signal.