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polêmica

Após protestos, Santander cancela mostra com pornografia e zoofilia

Exposição começou no dia 15 de agosto |
Exposição começou no dia 15 de agosto (Foto: )

A exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", realizada desde 15 de agosto no Santander Cultural, em Porto Alegre, foi cancelada após protestos em redes sociais. 

A mostra, com curadoria de Gaudêncio Fidelis, ficaria em cartaz até 8 de outubro, mas o espaço cultural cedeu às pressões de internautas. 

A seleção contava com 270 obras que tratavam de questões de gênero e diferença. Os trabalhos, em diferentes formatos, abordam a temática sexual de formas distintas, por vezes abstratas, noutras mais explícitas. São assinados por 85 artistas, como Adriana Varejão, Cândido Portinari, Ligia Clark Yuri Firmesa e Leonilson. 

Os protestos acusam a exposição de blasfêmia a símbolos religiosos e de, em alguns casos, pedofilia e zoofilia. Algumas obras mostravam pessoas tendo relações com animais,  imagens de crianças com os dizeres: “Criança Viada”, além de imagens religiosas cristãs em situações mundanas.

Em nota, o centro cultural diz: "Ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição 'Queermuseu' desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo". 

Leia a nota do Santander Cultural: 

"Nos últimos dias, recebemos manifestações críticas sobre a exposição "Queermuseu - Cartografias da diferença na América Latina". Pedimos sinceras desculpas a todos os que se sentiram ofendidos por alguma obra que fazia parte da mostra. 

O objetivo do Santander Cultural é incentivar as artes e promover o debate sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia. 

Nosso papel, como um espaço cultural, é dar luz ao trabalho de curadores e artistas brasileiros para gerar reflexão. Sempre fazemos isso sem interferir no conteúdo para preservar a independência dos autores, e essa tem sido a maneira mais eficaz de levar ao público um trabalho inovador e de qualidade. 

Desta vez, no entanto, ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição "Queermuseu" desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo. 

Quando a arte não é capaz de gerar inclusão e reflexão positiva, perde seu propósito maior, que é elevar a condição humana. O Santander Cultural não chancela um tipo de arte, mas sim a arte na sua pluralidade, alicerçada no profundo respeito que temos por cada indivíduo. Por essa razão, decidimos encerrar a mostra neste domingo, 10/09. 

Garantimos, no entanto, que seguimos comprometidos com a promoção do debate sobre diversidade e outros grandes temas contemporâneos."

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