A duas semanas do lançamento de seu novo livro, "Outrages: Sex, Censorship, and the Criminalization of Love" (Indignações: Sexo, censura e criminalização do amor, em tradução livre), a autora feminista Naomi Wolf viu, em entrevista a BBC Radio nesta quinta (23), o apresentador apontar um erro grave em sua nova obra – que praticamente invalida a tese central defendida por ela e faz o livro chegar às prateleiras com a reputação prejudicada.
A ideia da conversa era discutir as supostas descobertas históricas que Wolf tinha feito. Mas o apresentador Matthew Sweet mostrou que a autora tinha entendido errado o termo "death recorded", jargão jurídico inglês do século 19 para dizer que um acusado havia sido perdoado por seus crimes. Na sua nova obra, Wolf entendeu que a expressão significava que a pessoa tinha sido condenada à morte.
Wolf chega a falar do caso de um homem chamado Thomas Silver que, de acordo com ela, foi executado por praticar sodomia. Como o apresentador mostrou, Silver nunca foi condenado à morte, mas o contrário. O apresentador explicou o que o termo significava para a principal corte britânica até 1913. Depois apresentou documentos de sua própria pesquisa para mostrar que Silver, na verdade, tinha sido inocentado.
"Eu acho que nenhuma das mortes que você menciona no livro aconteceu de verdade", disse Sweet. Wolf chegou a falar em "muitas dúzias" de mortes semelhantes, até a declaração do jornalista. No Twitter, ele disse que não há nenhuma evidência de que alguém tenha sido condenado à morte por praticar sodomia durante a era vitoriana.
Também no Twitter, a escritora chegou a mencionar um artigo do historiador A.D. Harvey, que já foi desmascarado como uma fraude. O novo livro de Wolf chega às livrarias americanas em junho. A editora do livro disse, por meio de um porta-voz, que, apesar do erro infeliz, ela acredita que a tese central de "Outrages" continua de pé e está discutindo correções com a autora.
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