Nunca falha. Assim que um tiroteio em massa ocorre, demagogos e ideólogos divulgam comunicados exigindo novos controles sobre as armas – mesmo que as leis já existentes tenham fracassado ou que as leis que eles querem não façam qualquer diferença. Dois casos a serem analisados são os de Dayton, Ohio, e El Paso, Texas, em agosto de 2019.
A mensagem é clara: as armas provocam violência. Cobre mais impostos delas, tire-as das pessoas, proíba-as, regulamente-as. Faça alguma coisa, talvez qualquer coisa! Tais reações sentimentais são perigosas, escreve Charles W. Cooke na National Review, “porque, quando um país cria uma ligação direta entre suas emoções e suas leis, a liberdade não dura muito tempo”.
Armas não matam as pessoas; elas as salvam
A liberdade não é a única coisa que provavelmente será perdida depois que leis forem aprovadas para apaziguar sentimentos, sem levar em conta a razão, a lógica e os direitos. Vidas certamente serão perdidas também. Muitas delas.
Isso levanta uma questão amplificada em outro contexto há quase dois séculos por Frederic Bastiat, em seu famoso ensaio com um título que resume tudo “O visto e o não visto”.
Quantas vidas são na verdade salvas pelas armas? Essa é uma pergunta muito importante que os demagogos geralmente – e convenientemente - ignoram. É uma questão que me veio à mente quando fiquei sabe de um incidente em minha cidade, Newnan, Geórgia, há alguns dias. Na manchete do jornal Newnan Times-Herald, lia-se: “Homem hospitalizado depois de ser atingido por um tiro fora de um bar”.
Pouco depois da 1h da madrugada de sábado, 17 de agosto, a polícia chegou ao Fat Boys Bar & Grill para responder a um chamado. Um cliente ameaçara outros clientes, levando a segurança do estabelecimento a tirá-lo à força do lugar. Furioso, ele disse que ia “pegar uma arma e atirar em todo mundo no bar”.
Esse homem furioso (e provavelmente bêbado) quebrou o vidro do carro de um amigo no estacionamento, pegou uma espingarda .40 e começou a disparar para cima. Enquanto isso, Ben McCoy, homem que testemunhou tudo de dentro do seu próprio carro, estava acompanhado por seu rifle. Antes que ele pudesse disparar, foi alvo de quatro tiros disparados pelo homem com a espingarda .40, que depois fugiu para uma mata.
Felizmente, apesar de ter sido atingido no peito, no braço esquerdo e na coxa direita, McCoy está se recuperando e o atirador foi rapidamente preso. Ninguém foi morto, mas a situação provavelmente teria um fim trágico se Ben McCoy e seu rifle não tivessem distraído o atirador.
Claro que, neste incidente em específico, é uma pena que um homem inocente tenha sido atingido. Mas não ignore que a presença dele com seu rifle impediu o que poderia ter sido um banho de sangue. O mais comum é que inocentes usando ou empunhando armas salvem vidas sem ferir ninguém, exceto, às vezes, o criminoso. Escolhi esse exemplo porque foi na minha cidade e queria demonstrar gratidão pelo sr. McCoy.
A eficiência das armas
Fiz uma pesquisa online e descobri alguns números fascinantes. Um bom site, com notas de rodapé e referências a fontes críveis, é o GunFacts.info. Lá, aprendi o seguinte:
- Estima-se que as armas evitem 2,5 milhões de crimes por ano, ou 6.849 crimes por dia. Em geral, a arma nunca é disparada e o sangue de ninguém (nem do criminoso) é derramado.
- Todos os anos, 400 mil crimes violentos são evitados com o uso de armas.
- 60% dos criminosos condenados admitiram que evitaram cometer crimes quando sabem que a vítima está armada. Quarenta por cento dos condenados admitiram que evitaram cometer crimes em situações nas quais acharam que a vítima podia estar armada.
- Criminosos dizem que evitam entrar em casas quando as pessoas estão presentes porque temem levar um tiro.
- Menos de 1% das armas são usadas em crimes.
Se você duvida da objetividade do site mencionado, vale a pena dizer que o Centro para o Controle de Doenças, num relatório encomendado pelo Presidente Obama em 2012, depois do Massacre de Sandy Hook, estimava que a quantidade de crimes evitada por armas podia ser até maior – 3 milhões por ano, ou 8.200 por dia.
Outra excelente fonte de informação sobre o assunto (e outros temas atuais) é a página “Gun Control” no site JustFacts.org. (Um adendo: fiz parte do conselho diretor do JustFacts porque acreditava na objetividade, precisão e integridade da organização).
Uso defensivo das armas
No texto “As armas são usadas mais para a defesa do que para se atirar em bandidos”, James Agresti, fundador e presidente da JustFacts, mostra provas claras, de várias fontes, de que o uso defensivo das armas é mais comum e eficiente do que os fanáticos antiarmas do New York Times sugerem ou são capazes de admitir. Agresti diz que “as pessoas que usam armas defensivamente raramente ferem (nem matam) os criminosos. Isso porque os criminosos geralmente recuam ao descobrirem que sua vítima está armada”.
John Lott, autor do livro “Preconceito Contra as Armas. Por que Quase Tudo o que Você Ouviu Sobre o Controle de Armas Está Errado” é presidente do Centro de Pesquisas de Prevenção ao Crime, outra fonte incrível de informações sobre o tema. Ele escreve:
66% dos economistas e criminologistas respondem que zonas de exclusão de armas “têm mais chance de atraírem criminosos do que de detê-los”. 60% acham que armas em casa não aumentam o número de suicídios. E 62% dizem que armas são mais usadas em autodefesa, para impedir crimes, do que no cometimento de crimes.
Isso talvez explique por que até o New York Times não mandou instalar uma placa na sua sede dizendo “Essa é uma zona sem armas”.
Se somos capazes de confiscar cerca de 350 milhões de armas atualmente no país, você talvez se pergunte, isso não vai eliminar o uso ofensivo das armas, de modo a não precisarmos mais usá-las tanto defensivamente? Boa sorte com isso. Há algum motivo para acreditar que a guerra às armas será mais bem-sucedida do que a guerra às drogas? Até mesmo um aluno do quinto ano é capaz de lhe dizer que os inocentes é que seriam desarmados. Os criminosos não teriam problemas para manter suas próprias armas ou encontrar outras no próspero mercado negro.
Por isso, sou grato ao s Ben McCoys do mundo, os proprietários de armas direitos que são tão importantes quanto os policiais – e talvez até mais – num esforço para manter os inocentes sãos e salvos.
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Lawrence W. Reed é presidente emérito da Foundation for Economic Education.
© 2019 FEE. Publicado com permissão. Original em inglês
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