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Na semana passada, um homem negro de 39 anos jogou uma Ford Escape marrom contra um desfile natalino cheio de crianças e idosos em Waukesha, Wisconsin. Cinco pessoas morreram e 48 ficaram feridas. A motivação do criminoso é desconhecida. E, se a imprensa agir como de costume, continuaremos sem saber por que ele fez isso. A imprensa aparentemente só se importa com a motivação dos criminosos quando essa motivação está associada a seus inimigos políticos.
De uma coisa, porém, sabemos: o suspeito não deveria estar à solta. Ele tinha uma ficha corrida maior do que os primeiros cinco livros da Bíblia. Antes do atropelamento, em 5 de novembro, ele foi acusado de resistir à prisão, conduta desordeira e ameaça. Primeiro, ele supostamente atropelou a mãe de seu filho usando uma – surpresa! - Ford Escape marrom. Ele foi solto na sexta-feira, depois de pagar mil dólares de fiança. Dois dias mais tarde, jogou o carro sobre vítimas inocentes.
A Procuradoria do Condado de Milwaukee agora abriu investigação para descobrir por que ele teve de pagar uma fiança tão baixa. Mas já sabemos por que o processo permitiu que o suspeito voltasse às ruas: a equidade exigia isso. Em maio de 2015, Jeffrey Toobin, da New Yorker, escreveu sobre “A Experiência de Milwaukee”. O artigo nada mais era do que uma longa carta de amor a John Chisholm, procurador-geral do Condado de Milwaukee, que adotava políticas de combate à criminalidade que giravam em torno da busca por corrigir “o desequilíbrio racial nas prisões norte-americanas”. De acordo com um dos admiradores de Chisholm, ele “saiu por aí dizendo que os promotores também deveriam ser julgados por seu sucesso na redução do encarceramento em massa e por promoverem a igualdade racial”.
Não a redução da criminalidade. A redução das pessoas presas — sobretudo dos negros norte-americanos na cadeia. O próprio Chisholm admitiu os problemas dessa política em 2007: “Acontecerá de uma pessoa que soltei ou pus num programa de tratamento e que sairá por aí e matará alguém? Pode apostar que sim. Tenho certeza de que isso acontecerá”. Chisholm, claro, tinha razão.
San Francisco provou o mesmo ponto depois que gangues começaram a roubar lojas de luxo. Na sexta (26), na Union Square de San Francisco, grupos de saqueadores invadiram e roubaram uma loja da Louis Vuitton enquanto ladrões se reuniam para promover saques em Walnut Creek, Pleasanton, Hayward e San Jose. Nada disso deveria surpreender. O procurador-distrital de San Francisco, Chesa Boudin, anunciou que acabaria com o “encarceramento em massa” e com a cobrança de fiança. Ele deixou de processar casos de furtos — em 2020, apenas 44% por casos de furtos chegaram às cortes.
Resultado: lojas estão fechando em San Francisco graças à inocência presumida daqueles que roubam produtos das prateleiras.
A realidade quanto à criminalidade não é tão complicada assim. Quando você liberta criminosos numa tentativa equivocada de alcançar a “equidade de grupo”, inocentes sofrem. Quando você tira policiais das ruas, deixando os criminosos livres para agirem, inocentes sofrem. Quando você se recusa a processar criminosos, eles percebem isso como uma oportunidade.
Os eleitores podem continuar negando a realidade, pagando o preço por isso, ou pode perceber que a realidade sempre se impõe. Até que façam isso, os criminosos – e os políticos que os protegem – sairão vencedores.
Ben Shapiro é apresentador do “Ben Shapiro Show" e editor emérito do Daily Wire.