Qualquer um que reflita sobre a atual guerra civil travada nos Estados Unidos percebe que, em grande medida, trata-se de uma guerra entre os religiosos e os antirreligiosos.
A esquerda despreza os protestantes, católicos e judeus ortodoxos por um motivo: eles representam tudo o que a esquerda odeia. Claro que há conservadores seculares que lutam contra essa esquerda, mas a oposição mais eficiente vem mesmo de conservadores cristãos e judeus.
As diferenças começam na infância. A maioria das crianças religiosas – sobretudo as que frequentam escolas tradicionais judaicas ou cristãs – são criadas com valores diferentes dos das crianças seculares.
Eis alguns exemplos:
1: Criação religiosa: lute consigo mesmo. Criação secular: lute com a sociedade
Estudei numa yeshiva, uma escola judaica ortodoxa onde estudava a Bíblia e outros temas religiosos diretamente do hebraico, e também as matérias seculares, mas essas em inglês. Estudei na yeshiva da pré-escola ao 12º ano. Lá aprendi logo que o maior problema na vida de Dennis Prager se chama Dennis Prager. Em praticamente todas as escolas seculares ou progressistas, as crianças hoje aprendem que o maior problema em suas vidas é a sociedade norte-americana – na verdade, qualquer coisa que não elas mesmas.
Que tipo de educação você acha que gera seres humanos mais autocríticos, mais autocontrolados e, no geral, melhores? Que tipo de educação você acha que gera seres humanos mais raivosos e menos felizes?
2: Criação religiosa: aprenda a ter sabedoria. Criação secular: Sabedoria não existe
Não tenho dúvidas de que a maioria das crianças criada com a Bíblia e outras obras cristãs e judaicas são mais sábias do que qualquer professor ou intelectual secular. Sim, há indivíduos seculares que têm sabedoria (a sabedoria judaico-cristã exerce uma influência contínua por uma ou duas gerações), mas não sou capaz de pensar numa única instituição secular sábia.
Por isso é que as instituições menos sábias e que creem e ensinam as maiores bobagens são as universidades. Afinal, elas são as instituições mais seculares da nossa sociedade.
3: Criação religiosa: pessoas não são naturalmente boas. Criação secular: as pessoas são naturalmente boas
Os Salmos e Provérbios ensinam que “a sabedoria começa com o temor a Deus”. Em outras palavras, se não há Deus não há sabedoria. Mas há outra forma de expressar como e onde começa a sabedoria. A sabedoria começa com o reconhecimento de que a natureza humana é falha. Ou, da forma mais resumida possível, você não pode ser sábio se considera as pessoas naturalmente boas. Você pode até ser uma pessoa bem-intencionada e gentil acreditando que os outros são bons, mas você não será uma pessoa sábia assim. Na verdade, o mais provável é que você seja um tolo.
A crença de que as pessoas são naturalmente boas, crença que nunca foi defendida nem pelo judaísmo nem pelo Cristianismo, é o maior obstáculo para a criação de uma boa sociedade. Os pais que acreditam nisso não disciplinam seus filhos como deveriam. Afinal, como acontece há pelo menos três gerações, esses pais acreditam que as crianças só precisam de amor.
Ademais, pessoas que acreditam que a natureza humana é boa têm uma tendência menor a punir criminosos porque responsabilizarão as circunstâncias econômicas, a família e a sociedade pelos assassinatos, roubos, estupros e outros males. Ou seja, responsabilizarão qualquer coisa que não a incapacidade do criminoso de controlar sua natureza falha.
4: Criação religiosa: dias sacros. Criação secular: dias comuns
Crianças religiosas celebram os dias sacros – o Sabbath todas as semanas e todos os outros dias sacros em seus calendários religiosos. Celebrações regulares do Transcendente têm um impacto importante no desenvolvimento infantil.
A criança secular tem seus feriados seculares, mas eles não têm muito sentido para os jovens norte-americanos. O 4 de Julho é um dia de churrasco. O já sem sentido Halloween agora tem mais sentido do que o Natal. O Dia do Presidente não significa nada. E o Dia de Ação de Graças está sendo substituído pelo Dia do Genocídio dos Povos Indígenas.
5: Criação religiosa: amigos e comunidade. Criação secular: amigos, mas sem comunidade
A solidão é uma pandemia maior do que a da Covid-19. Tanto que o Reino Unido agora tem um Ministério da Solidão para tratar do problema;
Em grande medida, essa é outra consequência do secularismo. Judeus e cristãos crescem rodeados por amigos e toda uma comunidade religiosa graças às escolas e à sinagoga ou igreja.
Qual o equivalente secular à igreja, sinagoga ou à escola religiosa? Talvez só os esportes – que, de qualquer forma, está disponível apenas a uns poucos jovens que fazem parte de uma equipe.
6: Criação religiosa: obrigação de honrar os pais. Criação secular: nenhuma obrigação desse tipo
Crianças cristãs e judias aprendem os Dez Mandamentos, dentre eles o mandamento de “honrar pai e mãe”. Não preciso nem dizer que muitas crianças seculares honram seus pais, mas só porque querem. Crianças religiosas têm de honrar os pais independentemente da vontade – o que é importante, porque poucas crianças sentem vontade de honrar os pais o tempo todo.
Há outra pandemia nos Estados Unidos – a de adultos que decidiram deixar de falar com os pais. Eu apostaria que poucos dentre eles são judeus ou cristãos praticantes.
Há outras coisas que distinguem uma criação religiosa da secular. Mas uma característica merece destaque: crianças religiosas em geral são mais felizes. Se um tipo de criação é melhor do que o outro? Cabe a você decidir.
Dennis Prager é colunista do Daily Signal, radialista e criador da PragerU.
© 2021 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
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