Mais de 300 atletas mulheres manifestaram apoio à decisão do estado de Idaho de impedir que homens biológicos participem de esportes femininos.
No último dia 29 de julho, atletas profissionais, olímpicas e ligadas à National Collegiate Athletic Association (NCAA) enviaram uma carta ao conselho da associação pedindo que ela rejeitasse a solicitação de ativistas LGBT para boicotar Idaho, por conta da nova lei que protege o atletismo feminino da participação de mulheres transgêneros - portanto, homens biológicos.
“Não queremos ver nossas conquistas atléticas serem apagadas dos livros de história por indivíduos com todas as vantagens atléticas inerentes que vêm de um corpo masculino”, escreveu a Save Women’s Sports (Salve o Esporte Feminino, nome do movimento), na carta.
Em 30 de março, o governador de Idaho, Brad Little, assinou o Fairness in Women’s Sports Act (Lei de Equidade nos Esportes Femininos), tornando Idaho o primeiro estado a aprovar uma legislação que impede os homens biológicos de competir nos esportes femininos.
A American Civil Liberties Union abriu um processo contra Idaho menos de três semanas depois de Little assinar o projeto de lei. Agora, a ACLU pediu à NCAA para boicotar Idaho até que a Lei de Equidade nos Esportes Femininos seja revogada ou alterada para permitir que homens biológicos transgêneros possam competir ao lado de mulheres.
Na carta, a Save Women’s Sports lembra a NCAA que existem diferenças físicas inatas entre homens e mulheres e que mesmo "a supressão de testosterona não desfaz essas vantagens fisiológicas."
Allyson Felix é uma campeã americana de atletismo que conquistou seis medalhas olímpicas de ouro e três de prata. Depois de competir em quatro Jogos Olímpicos, Felix é a “rainha indiscutível da pista”.
Nos Jogos de Verão de 2012 em Londres, Felix correu os 200 metros em 21,88 segundos, levando o ouro. Em comparação, o sul-africano Anaso Jobodwana terminou em oitavo nos 200 metros masculinos com um tempo de 20,69 - mais de um segundo mais rápido que o primeiro tempo de Felix.
“Mesmo as melhores atletas olímpicas do mundo perderiam para literalmente milhares de atletas do sexo masculino”, afirma a carta.
Para veteranos da luta esportiva feminina, como Sandra Bucha, membro do International Swimming Hall of Fame, assinar a carta para a NCAA foi uma decisão inquestionável.
Quando os homens biológicos têm permissão para competir com as mulheres, "você está mais uma vez discriminando as meninas", disse Bucha em uma entrevista no podcast "Problematic Woman" do The Daily Signal.
Na década de 1960, Bucha era uma talentosa nadadora competitiva, mas não havia equipes femininas de natação no estado de Illinois. Ela se qualificou para treinar com os meninos, mas não foi autorizada a nadar nas competições masculinas de natação da escola.
Antes de seu último ano, Bucha entrou com uma ação contra a Illinois High School Association para ter permissão para competir em corridas com a equipe de natação masculina e perdeu o caso. Em 1972, foi representada pela ACLU em sua batalha judicial.
Hoje, a ACLU está “pedindo que o estado de Idaho seja boicotado simplesmente porque não está permitindo que os homens compitam contra as mulheres nos esportes femininos”, disse Bucha. Ela acrescentou que o esforço de boicote "inverte completamente o propósito e a intenção da permissão pela qual lutei tão fortemente nos anos 70".
A aprovação da permissão em 1972 pelo Congresso foi a ruptura pela qual muitas atletas femininas esperavam. A permissão exige que qualquer instituição que receba financiamento federal, como escolas, forneça oportunidades iguais às mulheres, inclusive no campo dos esportes.
A Women’s Sports Foundation informou que antes da aprovação da permissão, apenas uma em cada 27 meninas na América praticava esportes. Em 2016, esse número cresceu para 2 em cada 5 meninas.
“Eu certamente não quero ver o tempo voltar atrás, quando as mulheres que tiveram oportunidades graças à permissão agora são discriminadas pelas mesmas pessoas que as defenderam há tantos anos”, disse Bucha.
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