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O escritor Walter Isaacson reconheceu que cometeu um erro de interpretação em sua recém-lançada biografia de Elon Musk. Segundo consta no livro, Musk teria desligado voluntariamente a comunicação de drones ucranianos que se encaminhavam para um ataque a uma frota naval russa na Crimeia, frustrando a ofensiva.
No dia 7 de setembro, com base no livro, o site da rede de TV CNN publicou uma matéria na qual acusava Musk de interferir na condução dos esforços de guerra da Ucrânia. Em resposta, o bilionário foi às redes dizer que os serviços da Starlink nunca haviam sido ativados na Crimeia e que, portanto, não poderiam ser desligados.
Além disso, Musk argumentou que o contrato da Starlink para o fornecimento de internet à Ucrânia é para a comunicação das tropas e que qualquer ofensiva ou manobra de guerra que utilizasse os serviços, simplesmente, configurava uma violação do contrato.
No dia seguinte ao início das discussões sobre tema – que, como tudo o que Musk toca, virou uma controvérsia nas redes e na imprensa -, Isaacson esclareceu a questão em seu perfil no X/Twitter:
“Para esclarecer a questão do Starlink: os ucranianos acharam que a cobertura estava habilitada até a Crimeia, mas não estava. Eles pediram a Musk que a habilitasse para o sub-ataque de drones à frota russa. Musk não permitiu isso, porque pensou, provavelmente com razão, que isso causaria uma grande guerra.”
Em seu livro, Isaacson disse que “quando os drones submarinos ucranianos carregados de explosivos se aproximaram da frota russa em Sebastopol, eles perderam a conectividade e chegaram à costa inofensivamente". Segundo a biografia, Musk tomou a decisão de forma secreta e "pediu que os engenheiros desligassem a comunicação do Starlink a 100 quilômetros da costa da Crimeia".
Em seu perfil no X, o repórter Tim Fernholz perguntou a Isaacson se houve ou não mensagem secreta de Musk. O autor respondeu dizendo que havia compreendido de forma errada as informações sobre essa questão durante suas conversas com o bilionário.
“Com base em minhas conversas com Musk, pensei erroneamente que a política de não permitir o uso do Starlink para um ataque à Crimeia havia sido decidida pela primeira vez na noite da tentativa de ataque furtivo ucraniano naquela noite. Ele agora diz que a política tinha sido implementada antes, mas os ucranianos não sabiam disso, e naquela noite ele simplesmente reafirmou a política”.
Um porta-voz da editora Simon & Schuster, que publicou a biografia de Musk, disse à CNN que “as edições futuras do livro serão atualizadas” para não incluir mais o erro.
A rede de TV, assim como outros veículos de comunicação, corrigiu as reportagens nas quais expunham os trechos da biografia após a atualização das informações feitas por Musk e pelo autor. Não deixa de ser irônico que o próprio Isaacson já tenha sido chefe da CNN durante anos, com grande reputação na imprensa e na mídia em geral.