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A intolerância de quem é incapaz de se frustrar

Protestos Minneapolis
As manifestações que se seguiram à morte de George Floyd causaram prejuízos estimados em US$2 bilhões. (Foto: Kerem Yucel/AFP)

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Nota do editor: o texto foi escrito antes de o ex-policial Derek Chauvin ter sido condenado pela morte de George Floyd.

Todos sabemos o que está por vir.

Em Minneapolis, às vésperas do veredito do júri no julgamento de Derek Chauvin pelo assassinato de George Floyd, a cidade está toda fechada. As escolas públicas anunciaram que os alunos terão aulas a distância de quarta a sexta-feira. A NBA anunciou a possibilidade de cancelar jogos. Empresas em muitas outras grandes cidades começaram a proteger suas vitrines.

Enquanto isso, os democratas continuam a jogar gasolina na fogueira. O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, o incompetente covarde que tentou negociar com os manifestantes do Black Lives Matter ano passado, sendo repreendido por seu privilegio branco, apareceu para explicar que, “independentemente da decisão que o júri venha a tomar, a verdade é que George Floyd morreu nas mãos da polícia”. O que é uma imprecisão, claro, uma vez que é justamente esse o fato em disputa no julgamento de Chauvin.

A deputada democrata Maxine Waters, que desde o quebra-quebra pela morte de Rodney King — ela cunhou o termo “Revolta de Los Angeles — se dedica a justificar a violência, sugeriu que, se Chauvin fosse condenado por agressão seguida de morte, e não homicídio doloso, os manifestantes ficariam “mais hostis”.

É difícil imaginar os manifestantes do Black Lives Matter ainda mais hostis do que foram no verão passado, quando os protestos causaram US$2 bilhões em danos a propriedades privadas. Mas a deputada pode sonhar. E seus aliados democratas lhe dão apoio: a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse que Waters não deveria pedir desculpas pelo que disse, ainda que o juiz do caso tenha dito que o julgamento poderia vir a ser anulado por causa da intimidação de Waters.

A imprensa também jogou gasolina na fogueira. A grande imprensa trata a defesa de Chauvin como um absurdo. Ela sugere que qualquer júri sensato deveria condenar rapidamente Chauvin em todas as acusações. E ela justificou preventivamente a violência nas ruas. Nada de novo: ano passado, a imprensa costumava chamar os protestos violentos de “protestos pacíficos”.

Muitos da imprensa hoje torcem explicitamente pelos fora-da-lei. Miguel Martinez, da CNN, disse ao apresentador Stelter que os manifestantes do Black Lives Matter atacam jornalistas “com tudo o que encontram pela frente”, mas não têm culpa por isso — afinal, foi o sistema que gerou tamanha raiva.

“Não posso culpá-los por sentirem raiva”, disse Martinez. “Muitas pessoas estão furiosas e suspeitam da imprensa — estão com raiva de tudo o que está acontecendo nesses lugares. (...) Havia pessoas com raiva de tudo e todos e nós estávamos no lugar errado, na hora errada”.

Isso é a intolerância de quem é incapaz de se frustrar.

Se a imprensa e o Partido Democrata concordam com sua pauta política identitária divisiva — ou se sua história pode ser distorcida para caber na narrativa — você será defendido. Você será defendido mesmo que jogar garrafas nos repórteres ou estimular a tensão racial nos protestos, mesmo que você saqueie o mercado local ou resista à prisão e empunhe uma faca.

Por isso é que as relações raciais estão piores do que há uma década, a violência está extremamente alta nas principais cidades e os policiais estão pedindo demissão em massa. A intolerância dos incapazes de se decepcionar gera resultados horríveis para todos, mas sobretudo para os mais vulneráveis.

Todos têm o direito a esperar que a polícia os trate de acordo com a lei. Os cidadãos também têm o direito de esperar que, diante de uma decepção, suas cidades não serão queimadas. Negar isso significa dar sinal verde para a brutalidade, o tribalismo e a violência.

Ben Shapiro é apresentador do "The Ben Shapiro Show" e editor-chefe do DailyWire.com.

©2021 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês 

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