Depois de passar dois anos evitando perguntas sérias sobre suas preferências políticas, sua equipe e sua potencial Presidência, hoje sabemos o que Joe Biden pretende fazer se o Colégio Eleitoral, como esperado, elegê-lo em dezembro. Ele reabrirá as portas do pântano.
A imprensa passou quatro longos anos sugerindo que o presidente Donald Trump estava envolvido em corrupção, que ele era protegido pelo partido e que ele estava enrolado em perigosos fiascos diplomáticos.
A imprensa nos garantiu que ela defenderia a democracia das brutalidades de Trump, que ela lutaria incansavelmente para evitar que os outros aceitassem os padrões trumpistas como o “novo normal”.
A imprensa sugeria ainda que precisávamos voltar ao “velho normal” – ela se referia a um sistema no qual a imprensa e os democratas trabalhavam lado a lado para mentir ao povo norte-americano sobre o teor real das políticas públicas (“Se você gosta do seu médico, vai poder continuar com ele! – ex-presidente Barack Obama); no qual a sabedoria convencional era tratada como palavra divina, por mais equivocada que fosse (“Não haverá paz no mundo árabe sem um Estado palestino” — John Kerry); e no qual as relações indecorosas entre empresas e governo eram consideradas de rigueur.
A imprensa falava de um sistema no qual todas as questões políticas difíceis eram postergadas para o dia seguinte; no qual escândalos eram ignorados sem hesitação; no qual até mesmo a cruzada antijornalística dos democratas era vista como um exagero.
Era um sistema no qual os limites constitucionais eram rotineiramente ignorados em nome das prioridades esquerdistas; no qual a retórica democrata violenta era considerada uma consequência natural do mal inato da direita; no qual fontes de notícia alternativas eram tratadas como veículos conspiracionistas.
Esse é o “normal” que a imprensa e os democratas querem.
E é o normal que eles aparentemente buscam. Biden está enchendo sua administração de membros da gangue democrata.
Tony Blinken, famoso por defender o acordo com o Irã e o envio de tropas norte-americanas para a Síria, será o chefe do Departamento de Estado.
Janet Yellen, depois de trabalhar como presidente do Federal Reserve na administração Obama, chefiará o Departamento do Tesouro.
Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional de Biden quando ele era vice-presidente e famoso por dizer que o acordo com o Irã era um exemplo incrível de diplomacia (não era), será o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca.
Enquanto isso, a imprensa continuará bajulando Biden. Nesta semana, o Washington Post publicou uma matéria dedicada às maravilhas da Era Biden, intitulada “As autoridades de Washington esperam que uma presidência de Biden recupere a nossa capacidade de diálogo”.
O texto celebrava o velho normal como “respeito pela experiência e conhecimento”, como “civilizada e cooperação bipartidária”, com uma oportunidade para “reunir as pessoas”.
É de se perguntar que tipo de droga a equipe editorial do Washington Post anda consumindo para ter uma lembrança tão boa da Era Obama. Mas daí se percebe rapidamente que eles estão chapados de tanto aspirar a flatulência democrata.
O velho normal não era bom. Foi isso o que elegeu Donald Trump. Por isso é que os democratas quase perderam o Congresso e dificilmente recuperarão o Senado, apesar da impopularidade pessoal de Trump.
O velho normal fede a mentira e oligarquia, a relações corruptas entre a infraestrutura democrata e a guarda pretoriana democrata na imprensa.
Hoje a imprensa celebra a volta do velho normal. A celebração provavelmente resultará novamente num efeito reverso que ela não conseguirá controlar. E ela continuará sem entender por que ninguém parece tão feliz quanto os jornalistas com a volta do pântano democrata.
Ben Shapiro é apresentador do "The Ben Shapiro Show" e editor-chefe do DailyWire.com.