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Representantes das Big Techs concordam sobre necessidade de regular o uso e pesquisa de  Inteligência Artificial
Representantes das Big Techs concordam sobre necessidade de regular o uso e pesquisa de Inteligência Artificial| Foto: Possessed Photography / Unsplash

Os fundadores das principais Big Techs, como Elon Musk, do X (ex-Twitter); Mark Zuckerberg, da Meta; e Bill Gates, cofundador da Microsoft, participaram nesta quarta-feira (13) de uma sessão a portas fechadas no Senado dos Estados Unidos. Apesar de algumas divergências, todos concordaram com a necessidade de regulamentação da inteligência artificial (IA).

O Fórum para Insights sobre IA, como a reunião foi chamada, ainda contou com a presença dos CEOs de OpenAI, Sam Altman; do Google, Sundar Pichai; e da Microsoft, Satya Nadella, entre outros. Líderes sindicais e outros representantes da sociedade civil também participaram do encontro.

Ensinar o Senado sobre IA

O fórum foi convocado por Chuck Schumer, senador democrata por Nova Iorque, para que ele e os demais senadores pudessem conhecer os benefícios e os desafios da IA. Após o encontro, Schumer disse à imprensa que o Congresso "precisa tentar agir, não importa o quão difícil seja o processo" diante do grande avanço da tecnologia.

Durante a reunião, Schumer teria reconhecido um déficit de conhecimento tecnológico no Congresso e disse que se apoiaria nos líderes do Vale do Silício, acadêmicos e grupos de interesse público para ensinar a senadores e deputados sobre a tecnologia, conforme revelado por fontes que participaram do Fórum ao jornal The New York Times (NYT).

Big Techs admitem necessidade de regulação para IA

Na saída da reunião, Musk disse à imprensa que a IA pode ser prejudicial para a civilização. “O encontro foi muito importante para o futuro da civilização humana" afirmou o bilionário. "Schumer nos pediu que levantássemos a mão para ver se éramos a favor da regulamentação da IA, e acho que quase todos nós levantamos", afirmou.

Zuckerberg disse aos senadores que a IA “é uma tecnologia emergente, portanto, há questões que precisam ser abordadas e, em última análise, cabe às autoridades fazer isso", segundo transcrição de seus comentários divulgada pela Meta.

“Todos nós compartilhamos os mesmos incentivos para fazer isso direito”, disse Sam Altman, CEO da OpenAI, empresa dona do ChatGPT. Em nome do Google, Pichai chamou o evento de “produtivo” e enfatizou a necessidade do governo de equilibrar o “lado da inovação e de construir as salvaguardas certas”.

Divergências sobre fonte aberta

Apesar da aparente unanimidade sobre a necessidade de regulação da IA, o Fórum também foi palco de divergências. Um participante relatou ao NYT que Zuckerberg destacou a importância da pesquisa e o desenvolvimento de códigos abertos de IA [quando os código-fonte dos sistemas são disponibilizados ao público].

“O código aberto democratiza o acesso a essas ferramentas e isso ajuda a nivelar as condições de concorrência e a promover a inovação para pessoas e empresas”, disse ele.

Por outro lado, Jack Clark, da Anthropic, e Bill Gates levantaram preocupações sobre o tema. Dentre os riscos, o código aberto pode permitir que pessoas ultrapassem as barreiras de segurança e espalhem informações erradas e outros materiais tóxicos, por exemplo.

Musk também expôs seus alertas. Segundo ele, “se alguém nos eliminar como civilização, todas as apostas são canceladas”. O bilionário ainda contou que afirmou às autoridades chinesas que, se elas tiverem “uma IA excepcionalmente inteligente, o Partido Comunista não estará mais no comando da China”.

Reunião fechada desagradou senadores

Ao todo, cerca de 60 dos 100 senadores que compõem a Casa estiveram presentes à reunião. A exclusão dos veículos de comunicação foi um ponto de desagrado para alguns membros do Senado.

"Não entendo por que convidamos os grandes monopolistas do mundo para nos dar conselhos sobre como ajudá-los a ganhar mais dinheiro e depois fechamos a sessão para o público", criticou o senador republicano pelo Missouri, Josh Hawley.

Elizabeth Warren, senadora democrata de Massachusetts disse, ao sair da reunião, que não entendia por que a imprensa havia sido barrada. “O que a maioria das pessoas disse é: ‘Queremos inovação, mas temos que ter segurança’”.

Washington avança na regulação da IA

A necessidade de regulação para a pesquisa e lançamento de sistemas de inteligência artificial tem ganhado força em Washington. Na terça-feira (12), o CEO da Microsoft, Brad Smith, apoiou a criação de uma agência independente para regulamentar o uso da IA pelo governo dos EUA.

Há apenas dois meses, algumas das Big Techs americanas concordaram com uma série de medidas de segurança propostas pela Casa Branca para o lançamento de aplicações de IA, como a realização de testes internos e externos antes de disponibilizar seus sistemas ao público.

O governo dos EUA revelou que está trabalhando para traduzir os compromissos voluntários das empresas americanas em uma estrutura internacional sobre o uso da IA, acrescentando que já realizou consultas com países como Brasil, Canadá, Coreia do Sul, França, Alemanha, Índia, Israel, Japão, México e Reino Unido.

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