Abertamente contrário à legalização do aborto, o presidente Jair Messias Bolsonaro (PSL) reafirmou sua posição nesta semana, durante passagem pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos. Em entrevista ao editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait, publicada na última quarta-feira (23), o chefe do Executivo nacional disse que se o Congresso aprovar lei que facilite a interrupção da gravidez, ele vai vetar o texto.
Na ocasião, Micklethwait questionou Bolsonaro a sobre as notórias falas polêmicas do presidente, como a de que não conseguiria amar um filho gay, além do episódio em que disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) de que ela seria “muito feia para ser estuprada”. O jornalista não entrou no tema do aborto na pergunta, mas Bolsonaro falou do assunto mesmo assim.
Confira: Três argumentos pró-vida ruins (mas nem tanto)
“Eu sou cristão, acredito em Deus, e no que depender de mim, nenhuma iniciativa favorável ao aborto será apresentada no Parlamento. Se o Parlamento resolver por maioria aprovar um projeto deles, eu veto e, se o Parlamento derrubar o veto, nós vamos respeitar a lei na questão do aborto”, respondeu o presidente.
Sobre os homossexuais, Bolsonaro afirmou que “nada tenho contra gays, tenho muitos amigos gays, sem problema nenhum”. Segundo o presidente, o que teria passado a impressão de que ele era contra a população LGBT foi a luta que encabeçou contra o projeto “Escola sem Homofobia”, popularmente conhecido como “kit gay”.
Leia também: Não é preciso crer em Deus para ser contra o aborto
“Em 2010 nós tomamos conhecimento de uma agenda que visava levar para as escolas, para crianças a partir de seis anos de idade, através de filmes, livros e cartazes, cenas de crianças se erotizando com outras crianças. Então nós trabalhamos duramente contra o que se chama no Brasil de ideologia de gênero, para fazer com que na escola então a criança não tivesse, repito, criança com seis anos de idade, não tivesse esse tipo de informação (...). E os próprios gays do Brasil, ao tomarem conhecimento do que estava acontecendo, ficaram do nosso lado. Então a criança tem que ser respeitada e não erotizada”, disse a Micklethwait.
Conforme esclareceu a Gazeta do Povo em matéria sobre o tema, contudo, o material era destinado a crianças a partir de 11 anos, que integram o chamado Ensino Fundamental II.
Aborto no Brasil
Atualmente, a lei penal brasileira não pune o aborto em apenas duas circunstâncias: o chamado aborto necessário, quando não há outro meio para salvar a vida da gestante, ou quando a gravidez é decorrente de estupro.
Ainda, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012, ao julgar a ADPF 54, também é possível o aborto, com assistência médica, se ficar comprovado que o feto é anencéfalo. Fora dessas situações, o aborto pode ser punido, conforme previstos nos artigos 124 a 127 do Código Penal.
Com “puxadinhos” no Orçamento, governo Lula legaliza fracasso do arcabouço fiscal
Alexandre de Moraes procurou presidente do Banco Central para pedir pelo Banco Master
Campanha da Havaianas com Fernanda Torres leva chinelada de políticos e consumidores de direita
Próximo alvo? As semelhanças e diferenças nas ofensivas de Trump contra Maduro e Petro