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Luxo em Singapura: o capitalismo fez a pobreza extrema cair para menos de 10% da população humana pela primeira vez na história
Luxo em Singapura: o capitalismo fez a pobreza extrema cair para menos de 10% da população humana pela primeira vez na história| Foto: Pixabay

Talvez o fato mais impressionante de toda a história econômica seja o aumento sem precedentes na riqueza por pessoa que ocorreu nos últimos dois séculos, após a Revolução Industrial. No entanto, continua a ser uma crença amplamente difundida que esses frutos do capitalismo beneficiaram apenas os ricos, em detrimento dos pobres.

Essa perspectiva é claramente exposta no livro best-seller internacional de 2024, 'Slow Down: The Degrowth Manifesto' [Desacelere: O Manifesto do Decrescimento, em tradução livre, sem edição no Brasil]. “Sob o capitalismo, temos consistentemente procurado aumentar o PIB na crença de que o crescimento econômico traz prosperidade para todos. Mas essa prosperidade ainda não chegou para a pessoa comum,” escreve o filósofo da Universidade de Tóquio e autor do livro, Kohei Saito. Ele argumenta ainda: “O mundo passa por ‘reformas estruturais’ repetidas vezes para promover o crescimento, e ainda assim os resultados são sempre os mesmos: as desigualdades entre ricos e pobres aumentam, e as taxas de pobreza e austeridade também crescem.”

Saito está correto ao associar o capitalismo com a taxa de crescimento econômico, mas errado em suas alegações sobre a ineficácia do capitalismo em melhorar os padrões de vida. Enquanto a economia cresceu exponencialmente nos últimos dois séculos, a pobreza diminuiu exponencialmente. A pobreza extrema caiu para menos de 10% da população humana pela primeira vez na história. Nunca antes de 1820 a taxa global de pobreza extrema havia sido inferior a 80%. Embora os segmentos mais moderadamente pobres da população não tenham melhorado sua renda tão rapidamente quanto os extremamente pobres, eles também compartilharam significativamente dos recentes séculos de crescimento exponencial.

O declínio sem precedentes da pobreza contribuiu para melhorias igualmente sem precedentes no bem-estar humano em quase todas as dimensões mensuráveis, incluindo expectativa de vida, alfabetização, nutrição, educação, segurança contra desastres naturais, acesso à eletricidade e inúmeras outras. Indivíduos e sociedades que possuem mais riqueza geralmente podem investir mais em alimentos, cuidados médicos, educação, infraestrutura, inovações tecnológicas, pesquisa científica e na maioria das outras coisas que facilitam o florescimento humano de forma mensurável.

Saito pergunta: “Em um mundo onde o capitalismo progrediu tanto, não é estranho que tantas pessoas, mesmo em países do Norte Global, continuem a definhar na pobreza, com suas vidas apenas piorando com o passar do tempo?” Como vimos, essa pergunta só pode resultar de uma ignorância extrema de quão verdadeiramente sombria foi grande parte da história econômica. Da mesma forma, a proposta de Saito de um “comunismo do decrescimento” para melhorar os padrões de vida parece derivar de uma inversão fundamental da diferença entre comunismo e capitalismo.

Ao gerar abundância econômica, o sistema capitalista permite que um número cada vez maior de pessoas de todas as classes econômicas aumente seus padrões de vida. O investimento de capital resulta na criação de mais empresas, bens e serviços, e avanços tecnológicos. Esse aumento na oferta de oportunidades para o florescimento material reduz as barreiras à entrada no consumo e na produção do mercado porque simplesmente há mais bens, serviços, empregos e oportunidades de investimento disponíveis.

Em contraste, em vez de recompensar investimentos produtivos e aumentar o tamanho do “bolo econômico”, todos os outros sistemas econômicos se resumem a uma forma ou outra de conflito político entre interesses econômicos para ver quem consegue consumir uma fatia maior da oferta de riqueza em diminuição. É por isso que apenas nos últimos poucos séculos vimos tanto a ascensão do capitalismo quanto o aumento exponencial do crescimento econômico per capita pela primeira vez na história humana.

Sob o socialismo, comunismo, fascismo, corporativismo, feudalismo ou qualquer outro sistema que se desvie da proteção do livre mercado dos direitos de propriedade privada individual, você tem menos incentivo para produzir valor econômico. Isso se dá por duas razões, que são dois lados da mesma moeda. Primeiro, muito do que você produz nesses sistemas será tirado de você e dado a outra pessoa sem o seu consentimento. E segundo, esses sistemas permitem um novo uso lucrativo, mas socialmente prejudicial, para seus recursos limitados, a saber, influenciar o sistema político de políticas redistributivas para favorecer seu interesse especial em detrimento dos outros.

O capitalismo de livre mercado é único porque ele sozinho é o sistema que, ao proteger a propriedade privada, recompensa ao máximo a produção de valor econômico. É por isso que o capitalismo é o único sistema que realmente se mostrou capaz de reduzir a pobreza global em grande escala.

©2024 FEE - Foundation for Economic Education. Publicado com permissão. Original em inglês: Has Capitalism Come at the Expense of the Poor?

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