Um levantamento inédito feito pela University of California, Berkeley, mostra que há uma forte correlação entre casamento, gravidez e queda na criminalidade| Foto: Pixabay

Existe uma ideia disseminada no discurso público de que as políticas econômicas e as sociais são universos distintos.

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Quando uma política econômica é evocada, pensamentos em impostos, gastos públicos, empresas, empregos, etc. Quando uma política social é evocada, pensamos em casamento, família, crianças, aborto, etc.

Mas na verdade o limite entre as políticas econômicas e sociais é ambíguo, se é que ele existe.

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Nos últimos anos, por exemplo, a estrutura familiar chamou a atenção como um fato importante a se considerar nas discussões políticas quanto à pobreza.

Agora temos um novo trabalho acadêmico dos economistas Maxim Massenkoff e Evan Rose, ambos doutorandos pela University of California, Berkeley. O trabalho deixa ainda mais claro que aquilo que costumamos ver como política social está contido no reino da análise econômica.

O artigo, intitulado “A Formação da Família e o Crime”, examina a conexão entre a incidência de gravidez, partos e casamento e a incidência de crimes.

A conclusão, nas palavras dos autores, é a de que “nossa análise de caso indica que a gravidez provoca uma queda brusca na criminalidade, maior do que qualquer outra intervenção. Para as mães, o envolvimento com o crime cai drasticamente nos primeiros meses de gestação e se estabiliza a níveis pré-gestação três nãos depois do parto. Os homens mostram uma queda menor, mais ainda importante, de 25% no começo da gestação, embora as prisões por violência doméstica aumentem para os pais logo depois do parto.

O casamento, de acordo com os autores, “é um ponto de reflexão que marca uma queda de aproximadamente 50% no envolvimento em crimes tanto para homens quanto para mulheres”.

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A análise, novamente nas palavras dos autores, é “o maior estudo sobre o assunto já feito nos Estados Unidos”. Eles usaram informações sobre mais de um milhão de nascimentos e, usando dados do estado de Washington, compararam registros de “crimes, nascimentos, casamentos e divórcios”.

Alex Tabarrok, economista da George Mason University, discute o trabalho em seu popular blog Marginal Revolution.

Tabarrok fala de sua própria pesquisa sobre a queda na criminalidade, que mostra que, no caso das leis de reincidência, o prognóstico de 20 anos na prisão reduziu a reincidência na criminalidade em 17%. Comparado a isso, diz Tabarrok, “o efeito da gravidez é incrivelmente alto”.

Claro que demonstrar a correlação estatística e explicá-la são duas coisas bem diferentes. Por que a incidência de gravidez provoca uma queda significativa na atividade criminal tanto de homens quanto de mulheres?

O que há no parto e no casamento que contribuir para a redução na criminalidade?

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Tabarrok sugere que isso tem a ver com a “socialização e civilização de homens e mulheres”.

Eu especularia que é por esse mesmo motivo que, quando uma grávida vê a imagem de ultrassom da criança que se desenvolve dentro dela, ela desiste de abortar o bebê.

É um chamado para a maravilha e o mistério da vida que gera uma sensação de responsabilidade pessoal.

O fato é que temos de nos preocupar com a queda na importância que os americanos dão ao casamento e aos filhos.

Numa pesquisa recém-publicada pelo Pew Research Center, 57% dos homens e 46% das mulheres disseram que “ter um trabalho e carreira” é “essencial para uma vida realizada”.

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Em comparação, apenas 16% dos homens e 17% das mulheres disseram que o casamento é “essencialmente para uma vida realizada”.

E apenas 16% dos homens e 22% das mulheres disseram que filhos são “essenciais para uma vida realizada”.

Adoro meu trabalho e concordo que uma atividade satisfatória e relevante é recompensadora. Mas acho que há algo de muito errado quando os norte-americanos dizem que o trabalho é três vezes mais importante do que o casamento e filhos.

As implicações dessa pesquisa que mostra uma queda na criminalidade depois da gestação para as políticas públicas ainda são incertas. Mas está claro que deveríamos pensar mais em como nossa cultura pode fazer com que um trabalho seja tão importante quanto o casamento e os filhos.

Star Parker é colunista do Daily Signal e presidente do Center for Urban Renewal and Education.

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© 2019 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
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