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Ativismo hashtag

Celebridade usa foto antiga para lacrar sobre a Amazônia

Celebridades e pessoas comuns usam fotos falsas para manifestar preocupação com a Amazônia. Esta foto, contudo, é real. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Diante da comoção mundial por causa dos incêndios no cerrado e na Amazônia, proliferaram nas redes sociais publicações de gente ambientalmente preocupada, mas com informações factualmente equivocadas.

Uma dessas publicações a rodar o mundo na quarta-feira (21), ajudando na propagação da hashtag #PrayforAmazonas (sic), mostra a foto de um coelho carbonizado e de um macaco segurando um filhote supostamente morto nos braços, numa reprodução ecologicamente consciente da Pietà de Michelângelo.

Mas as fotos nada têm a ver com as queimadas na Amazônia. O macaco foi fotografado do outro lado do mundo, na Índia, por Avinash Lodhi. Além disso, a foto é de 2017. E o filhote não estava morto. As informações são da agência de checagem da AFP.

A história do coelho é um pouco mais trágica, mas novamente não tem relação alguma com a Amazônia. O animal realmente sofreu queimaduras, mas por causa de um incêndio florestal na Califórnia no ano passado.

Houve também celebridades, ou melhor, filhos de celebridades disseminando imagens equivocadas para se mostrarem ecologicamente corretos. Jaden Smith, filho do astro Will Smith, compartilhou no Instagram uma imagem da floresta em chamas, convocando as pessoas a “disseminarem a mensagem” sobre a tragédia brasileira.

O problema é que a foto, que teve mais de 1,4 milhão de curtidas na rede social, é de 1989 e foi reproduzida pelo jornal The Guardian em 2007. A imagem também foi usada pelo cantor Chris Brown e pelo cantor Ross Lynch que, em sua publicação, perguntava um tanto quanto exasperado “Para onde posso fazer uma doação? O que podemos fazer?”

Repercutindo a consciência ambiental do ator, o perfil do portal POPTime adicionou à trama mais uma imagem que não corresponde à realidade. A foto no canto inferior direito do tuíte foi feita em outubro de 2018 pelo fotógrafo do Greenpeace Daniel Beltrá.

Ativismo hashtag

A Amazônia e o cerrado sofrem com incêndios que são comuns nesta época do ano. Mas um abaixo-assinado promete acabar com essa situação. A petição para “impedir o desmatamento e a exploração da Amazônia!” já conta com 4,5 milhões de assinaturas. Seu objetivo é chegar a 6 milhões.

De acordo com os próprios organizadores do abaixo-assinado, a Amazônia deve ser preservada “pois o desmatamento causa um grande colapso mundialmente (sic)”. O objetivo do abaixo-assinado é radical: garantir que “ninguém tenha o direito de tocar nas nossas matas a não ser que seja para protegê-las e/ou estudá-las para que tudo que as envolva seja de grande contribuição ecológica, inclusive a economia (sic)”.

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