Esta semana, o site Infowars, que é dirigido por Alex Jones, foi “banido” ou teve o conteúdo retirado da maioria das plataformas de mídia social.
O YouTube citou “discurso de ódio e assédio” como razões para remover o Infowars da plataforma, a Apple explicou que “discurso de ódio” não seria tolerado, e o Facebook anunciou: “Após uma revisão, nós retiramos [as páginas] por glorificar a violência ... e usar linguagem desumanizante para descrever pessoas que são transgêneros, muçulmanos e imigrantes, o que viola nossas políticas de discurso de ódio”.
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Empresas privadas podem, é claro, censurar quem quiserem, mas o padrão de comportamento do Vale do Silício em relação ao discurso em geral – e a contínua incapacidade de tratar visões conservadoras de maneira justa em suas plataformas extremamente poderosas – é preocupante aos conservadores que usam essas plataformas.
O Infowars dificilmente é um site conservador, mas alguns temem que a remoção do seu das plataformas de mídias sociais acabará se repetindo com veículos mais tradicionais – especialmente os de direita que não se conformam com os valores esmagadoramente de esquerda da indústria de tecnologia.
Dado o uso vago e cada vez mais expansivo do termo “discurso de ódio”, não é irracional pensar que expulsar o Infowars é a ponta do iceberg.
Essa crença foi exacerbada pelo senador Chris Murphy, democrata de Connecticut, que foi ao Twitter para sugerir exatamente isso.
Infowars is the tip of a giant iceberg of hate and lies that uses sites like Facebook and YouTube to tear our nation apart. These companies must do more than take down one website. The survival of our democracy depends on it.
â Chris Murphy (@ChrisMurphyCT) August 6, 2018
Chris Murphy: “O Infowars é a ponta de um iceberg gigante de ódio e mentiras que usa sites como o Facebook e o YouTube para dividir a nossa nação. Essas companhias devem fazer mais do que remover um website. A sobrevivência da nossa democracia depende disso.”
Padrão de comportamento
Infelizmente, existe um preocupante padrão de comportamento das empresas de mídia social.
Por exemplo, o YouTube, uma empresa de vídeos na Internet, delegou ao Southern Poverty Law Center (organização especializada em direitos civis), uma organização ativista de extrema esquerda, para policiar seu site com o programa “Trusted Flaggers”.
Enquanto o SPLC é frequentemente usado por empresas de mídia para designar “grupos de ódio”, ele tem sido frouxo com a definição, agrupando organizações conservadoras e religiosas tradicionais, como o Conselho de Pesquisa da Família, com a Ku Klux Klan e outros grupos similares.
E existem outros sinais preocupantes de censura iminente de pontos de vista conservadores em particular.
Quando o Google lançou uma ferramenta de checagem de fatos em janeiro, quase exclusivamente atingiu publicações conservadoras e fez algumas afirmações duvidosas sobre informações incorretas nesses sites.
O Google recuou desta ferramenta de checagem de fatos depois de ter sido criticado por meios de comunicação conservadores – e até mesmo progressistas – por exibir um viés vergonhoso no ranqueamento – seja por resultado de algoritmos defeituosos ou talvez por outras razões.
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O Facebook ameaçou desmonetizar o site satírico The Babylon Bee depois que o Snopes.com, um site de checagem de fatos, rotulou alguns de seus conteúdos como “notícias falsas”.
O artigo focou em uma piada sobre a CNN usando uma máquina de lavar roupa para literalmente “rodar notícias”, que era claramente uma piada.
O Facebook mais tarde pediu desculpas pela situação e retirou a ameaça.
A proibição do Infowars também vem na esteira de rumores generalizados de que o Twitter estava usando o “shadow banning” (a prática de bloquear um usuário ou o seu conteúdo da comunidade sem que ele perceba que foi banido) em algumas contas conservadoras proeminentes, o que significa que ele de alguma forma filtra algum conteúdo sem remover completamente as contas.
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O Twitter negou qualquer tipo de shadow banning, mas pareceu admitir, com a sua negação, que havia tornado mais difícil encontrar conteúdo de alguns usuários conservadores.
“Nós não fazemos shadow banning”, disse o Twitter em um comunicado. “Você sempre consegue ver os tweets das contas que segue (embora talvez seja necessário um trabalho a mais para encontrá-los, como ir diretamente ao perfil deles)”.
Essa resposta não foi muito reconfortante.
“Me chame de louco, mas esses parênteses soam muito como uma admissão de que o Twitter efetivamente faz shadow banning com usuários”, escreveu Alex Griswold, do The Washington Free Beacon, um site conservador.
Muitas dessas ações podem ser inofensivas, ou podem ser a maneira com que uma indústria esmagadoramente progressista, como alertou o funcionário do Google James Damore, suprime informações com as quais não concorda.
É justo dizer que as plataformas de mídia social, como o Twitter, parecem estar longe da imparcialidade sobre como definem coisas como “discurso de ódio” para progressistas e conservadores, que é sua prerrogativa. E é nossa prerrogativa, como conservadores, usar outras plataformas.
Em maio, uma coalizão de conservadores publicou uma carta dirigida a empresas de tecnologia, apresentando quatro maneiras para eles ganharem a confiança dos conservadores: “Oferecer transparência”, “Dar clareza sobre ‘discurso de ódio’”, “Proporcionar igualdade de direitos aos conservadores”, e “Respeitar a Primeira Emenda”.
Você pode ler a proposta aqui.
Não importa como a questão é tratada, deve-se reconhecer que há um problema crescente com a mídia e o viés da mídia social que simplesmente não pode ser ignorado.
©2018 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
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