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Com a China acumulando equipamento nuclear rapidamente como parte de sua estratégia para alcançar o domínio global, o Pentágono anunciou que a nação comunista superou os EUA na quantidade de lançadores de mísseis balísticos intercontinentais.
A força nuclear dos EUA foi projetada há mais de uma década para deter principalmente a Rússia, não a Rússia e a China ao mesmo tempo. Enquanto os EUA estão modernizando suas capacidades nucleares, isso não é feito no ritmo necessário para deter esta ameaça crescente.
O anúncio do Pentágono significa que a China construiu silos de mísseis ou plataformas de lançamento móveis suficientes para superar os 450 silos de mísseis que os EUA possuem no Centro-Oeste Americano.
O Pentágono esclareceu também que a China ainda não equipou todos os lançadores de mísseis com mísseis de longo alcance mas, agora que os lançadores estão prontos, esse seria o próximo passo mais lógico.
Como o ex-comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA, o Almirante Harry Harris, testemunhou perante o Congresso ainda esta semana, o "sonho de rejuvenescimento nacional da China até 2049 ... será reforçado por sua capacidade nuclear".
Além desta expansão massiva de sua força de mísseis balísticos intercontinentais, a China está produzindo também ogivas nucleares; já concluiu uma tríade nuclear de capacidades nucleares terrestres, aéreas e marítimas com o lançamento de um bombardeiro estratégico; e está melhorando seu arsenal de mísseis nucleares regionais que podem alcançar até a ilha americana de Guam, na Micronésia.
A China também testou tecnologias anteriormente desconhecidas para arsenais russos e americanos, como um sistema de bombardeio orbital fracionado, que pode circundar o globo antes de lançar um míssil nuclear em uma trajetória hipersônica.
Por estas razões, o ex-comandante do Comando Estratégico dos EUA, o Almirante Charles Richard, declarou: "Ao avaliar nosso poder de dissuasão contra a China, vemos que o nosso navio está se afundando lentamente".
Considerando a velocidade da acumulação nuclear da China, o Almirante Richard provavelmente está certo. As imagens publicadas no verão de 2021 revelaram pela primeira vez que a China estava construindo mais de 300 novos lançadores de mísseis. Dado que a China já tinha cerca de 300 lançadores de mísseis em seu arsenal e já deve estar bem adiantada com esta nova construção, já deve ter superado os 450 lançadores nos EUA.
Se a China fez avanços tão rápidos em tão pouco tempo, os EUA devem se preparar para uma expansão ainda maior nos próximos anos. O Pentágono havia previsto recentemente que a China seria capaz de implementar o mesmo número de ogivas quanto os Estados Unidos até 2035. Não seria uma surpresa se a China superasse essa previsão.
Esta notícia, em conjunto com a informação já conhecida do balão espião chinês que recentemente pairava sobre as bases de mísseis nucleares dos EUA, deveria sinalizar a intenção da China de alcançar uma paridade nuclear com os EUA – ou até ter uma superioridade nuclear.
Os Estados Unidos precisam acordar para esta realidade crescente para a qual estão terrivelmente despreparados. A estrutura atual da força nuclear dos EUA – considerando o número e os tipos de armas nucleares americanas – foi projetada há mais de uma década com base na necessidade de deter principalmente a Rússia, uma vez que se acreditava que a China mantivesse possivelmente apenas algumas centenas de armas nucleares. Mas os tempos mudaram.
Os EUA já estão modernizando suas capacidades nucleares, mas apenas para substituir o que já temos em uma base de um para um. E está se movendo a um ritmo lento.
Enquanto a China continua sua expansão nuclear, os EUA precisam de uma força nuclear capaz de convencer a China de que os custos do uso de armas nucleares superam em muito qualquer benefício. Neste momento, é improvável que os EUA possam fazer isso com uma força nuclear não suficientemente grande para enfrentar as forças nucleares russas e chinesas ao mesmo tempo.
Já é muito tempo que os EUA fazem planos para fortalecer suas forças nucleares a fim de reforçar a dissuasão da crescente ameaça chinesa. Estes esforços devem incluir o aumento do tamanho geral do arsenal nuclear dos EUA e a criação de capacidades adicionais como o míssil de cruzeiro armado com armas nucleares. Os Estados Unidos também precisam melhorar sua capacidade de fazer mudanças em suas forças nucleares na mesma velocidade em que a ameaça continua a evoluir.
O fortalecimento das forças dos EUA provavelmente exigirá um compromisso de longo prazo, o que significa solicitações orçamentárias suficientes das administrações atuais e futuras e financiamento consistente do Congresso. Considerando que as armas nucleares representam a única ameaça existencial para os EUA e que a dissuasão nuclear continua sendo nossa prioridade máxima de segurança nacional, os Estados Unidos devem estar preparados para enfrentar este desafio.
Patty-Jane Geller é analista e concentra-se em dissuasão nuclear e defesa antimísseis no Centro de Defesa Nacional da Heritage Foundation.