As memoráveis passeatas que eclodiram pelo país em junho de 2013, a reeleição de Dilma Rousseff e seu posterior impeachment para a entrada do vice, Michel Temer, não acalmaram os ânimos dos brasileiros. A violência continua assombrando a população, assim como o desemprego. Existem várias categorias profissionais descontentes. A mais estridente nos últimos tempos tem sido a dos caminhoneiros, que paralisaram o país. Uma vasta parcela dos manifestantes continua pedindo a volta da intervenção militar no país, que eles enxergam como a solução.
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Todos têm sua opinião – e democracia é exatamente isso. Eis, então, algumas indicações de leitura sobre a ditadura militar. Ao final, o apanhado funciona como um argumento substancioso contra as ideias de quem, hoje, pede a intervenção militar no Brasil.
O Governo João Goulart – As Lutas Sociais no Brasil
Luiz Alberto Muniz Bandeira. Editora Unesp, 483 páginas. R$ 58.
Escrito pelo historiador, cientista político e professor Moniz Bandeira, “O Governo João Goulart – As Lutas Sociais no Brasil” aborda os fatos políticos e sociais que culminaram no golpe de Estado. Uma grande aula sobre o cenário pré-ditadura, quando o país era governado por João Goulart. Não trata dos fatos ocorridos pós- 64, mas é essencial para entender o desenrolar deste período da história do país. Nova edição lançada em 2010 traz apêndice dedicado exclusivamente às teses sobre a morte de Jango.
Trilogia Ditadura
A Ditadura Envergonhada, A Ditadura Escancarada, A Ditadura Derrotada e A Ditadura Encurralada
Elio Gaspari. Editora Intrínseca. 464, 560, 580 e 560 páginas, respectivamente. R$ 39,90 cada livro.
Publicada entre 2002 e 2004, a série foi escrita com base em pesquisas em um acervo com mais de 15 mil itens, que vão desde notas manuscritas até áudios inéditos e relatórios governamentais. Cada um dos volumes trata de momentos específicos do regime. “Ditadura Envergonhada”, por exemplo, fala dos momentos iniciais do período. Lançada em nova edição pela Intrínseca, a obra também está disponível em e-book.
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Marighella
Mário Magalhães. Companhia das Letras, 784 páginas. R$ 60.
Carlos Marighella foi um dos militantes mais expressivos dos “anos de chumbo”. Fundador do maior grupo armado de oposição ao regime, a Ação Libertadora Nacional, ele participou de espionagens, operações de combate e passou pela prisão e tortura. Não há como reconstituir passos da ditadura sem citá-lo. Por isso, foi biografado pelo jornalista Mário Magalhães, que reconstituiu a vida deste mulato baiano por meio de pesquisas que demoraram nove anos. A obra ganhou o Prêmio Jabuti em 2013.
1968: O Ano Que Não Terminou
Zuenir Ventura. Editora Objetiva, 312 páginas. R$ 49,90.
Escrito pelo jornalista Zuenir Ventura, que também esteve à frente de movimentos de resistência, o livro faz um recorte da história e expõe o que foi o ano de 1968 no país. Estão na obra fatos importantes como a Passeata dos Cem Mil, a implantação do AI-5, além de aspectos e personagens culturais que marcaram a época: contracultura hippie, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Glauber Rocha, Fernando Henrique Cardoso, José Dirceu, Nelson Rodrigues, entre outros.
Os Carbonários
Alfredo Sirkis. Editora Record, 504 páginas. R$ 22
Autobiografia do jornalista e político brasileiro Alfredo Sirkis, o livro não trata do regime com todas as suas nuances históricas, mas confere à obra uma abordagem mais pessoal, sobre como era enfrentar a repressão. O testemunho é um mergulho no movimento estudantil e da guerrilha urbana. Um dos pontos altos da obra é o relato do sequestro dos embaixadores da Alemanha e da Suíça, que levou à libertação de mais de cem presos políticos. Ganhou o Prêmio Jabuti de 1981.
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