A nova presidente da Planned Parenthood tem um ponto forte a seu favor: ela não tem vergonha de dizer a verdade. Leana Wen, a sucessora de Cecile Richards, está finalmente admitindo o que todos nós já sabemos há muito tempo: a Planned Parenthood pode falar sobre uma grande variedade de assuntos, mas só se importa realmente com um deles: aborto.
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Depois de 12 anos tentando fazer o seu negócio de abortos passar despercebido, a Planned Parenthood estabelece uma nova estratégia sob a direção de Wen: dizer as coisas como elas são.
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Depois que uma reportagem do Buzzfeed insinuou que a médica chino-americana quer que o grupo “foque na assistência médica não-abortiva”, Wen surpreendeu a todos dizendo exatamente qual é a prioridade real da Planned Parenthood. “Nossa missão central é oferecer, proteger e expandir o acesso ao aborto e à saúde reprodutiva. Nós nunca recuaremos nessa batalha”, tuitou ela. “É um direito humano fundamental e a vida das mulheres está em jogo”.
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Seu tuíte, que foi complementado com defesas do aborto ainda mais militantes, explodiu mais de uma década de subterfúgios e figuras de linguagem com apenas alguns bits. A Planned Parenthood, que limpou meticulosamente qualquer referência ao aborto em seus pronunciamentos públicos no tempo de Richards, está finalmente fazendo uma confissão que deveria fazer com que políticos de todos os Estados Unidos repensassem os 500 milhões de dólares que ela recebe do bolso dos contribuintes.
A verdade não fazia muito bem aos negócios, observa Philip Wegmann, do Washington Examiner, sobre a Planned Parenthood. Para sufocar as críticas de que o governo estava financiando a maior rede abortiva do país, Richards costumava repetir que os abortos correspondiam a apenas 3% dos seus serviços – como se não houvesse nada de errado em matar se você só faz isso de vez em quando, diz Wegmann. Até veículos como o Slate e o Washington Post recusavam essa estatística como sem sentido e enganosa.
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Durante anos, a Planned Parenthood defendeu enfaticamente a estatística dos 3%, e a cumplicidade da imprensa a replicou de forma acrítica. Sua ex-presidente Cecile Richards a repetiu durante um depoimento no Congresso. Jornalistas da CNN, do Politico e do New York Times a publicaram sem questioná-la. O número foi repetido tantas vezes que se tornou uma mentira blindada.
Explicar a verdade seria um desastre para a Planned Parenthood. O Congresso talvez não assinasse tantos cheques dos contribuintes se o público soubesse que a maior rede de abortos lucra, de fato, através da realização de abortos – 328.348 abortos por ano, de acordo com seu último relatório anual.
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Talvez, como apontam outras pessoas, a nova estratégia de Wen seja a sua forma de atrair a nova maioria da Casa. Afinal, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi (dos democratas da Califórnia), já prometeu que a sua pauta seria “pró-escolha”. A honestidade de Wen pode ser, porém, um tiro no pé diante dos eleitores. Mais da metade deles (55%) não sabem que a Planned Parenthood faz abortos – imagine só se souberem que é a maior rede de abortos do país.
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A mídia gosta de falar sobre o apoio que a Planned Parenthood tem junto às bases. Mas, como diz o instituto de estatísticas Gallup, “não está claro se os norte-americanos têm uma opinião favorável à Planned Parenthood por causa do seu papel no debate sobre o aborto ou apesar dele”.
No fim, a confissão de Wen pode ter sido um favor para o lado pró-vida. Quanto mais pessoas souberem em que tipo de negócio a Planned Parenthood está metida, melhor.
Tony Perkins é presidente do Family Research Council
Tradução: Felipe Sérgio Koller.
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