Os norte-americanos não estão mais flertando com a ideia do socialismo. Eles estão apaixonados por ela. E as mulheres são algumas de suas maiores fãs.
De certo modo, faz sentido. Ao ouvirem várias vezes que são vítimas oprimidas que precisam cada vez mais de projetos governamentais para resolver problemas estruturais, era provável que uma hora elas começassem a acreditar.
Na verdade, 55% das mulheres aparentemente acreditam nisso. De acordo com uma recente pesquisa encomendada pela agência de notícias Axios, a maioria das mulheres hoje acredita que se sairiam melhor vivendo num país socialista, não num país capitalista. Por outro lado, a pesquisa descobriu que a maioria dos homens ainda prefere viver numa sociedade capitalista.
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A pesquisa reflete as mensagens culturais destinadas a homens e mulheres. Homens ouvem dizerem que eles são membros “privilegiados” da sociedade, beneficiados pelo “patriarcado” estrutural, enquanto as mulheres ouvem que são vítimas da sociedade, oprimidas pelo mesmo “patriarcado” estrutural.
Pegue o tema do aborto, por exemplo. A esquerda considera o debate como uma questão de igualdade, na qual as mulheres estão sendo privadas de sua “liberdade reprodutiva”. Até que tenham acesso irrestrito a abordos financiados pelo Estado, é impossível que elas tenham igualdade.
Claro que a capacidade de acabar com a vida de um feto não tem nada a ver com a igualdade feminina (a não ser que estejamos falando da vida de uma menina no útero). Mas a esquerda ensina o contrário às mulheres.
A diferença salarial é outro exemplo de como as mulheres são levadas a pensar que a sociedade está contra elas. A despeito dos vários estudos indicando que a diferença se dá por causa da escolha de cada gênero, e não por causa do gênero em si, impressionantes 83% das mulheres acredita que a diferença existe por causa dos gêneros.
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Quando uma revista como a Marie Claire perpetua esses mitos, publicando artigos como “14 Formas de Desigualdade Entre Homens e Mulheres”, não é de se surpreender que 55% hoje apoiem um movimento político cujo objetivo é garantir igualdade por meio de mais intervenção governamental.
Isso é obviamente preocupante, mas uma coisa está clara: homens e mulheres que apoiam o socialismo não parecem entender dinheiro o que o “socialismo” significa.
A verdade sobre o “socialismo democrático”
Os líderes da campanha pelo “socialismo democrático”, como o senador Bernie Sanders e a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, se apressam em rir dos conservadores quando eles mencionam a União Soviética ou a Venezuela como exemplos de por que as economias socialistas não só são um fracasso como também matam as pessoas.
Em vez disso, eles mencionam países europeus como a Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia como prova do porquê a luta por “liberdade política e econômica”, como eles chamam isso, é algo perfeitamente sensato.
Mas esses países não são nada socialistas. Na verdade, Finlândia, Suécia, Dinamarca, Holanda e Reino Unido estão entre as vinte economias mais livres do mundo, de acordo com o Índice de Liberdade Econômica elaborado pela Heritage Foundation.
Muitos destes países, contudo, realmente contam com benefícios assistencialistas como saúde, educação e habitação governamentais.
Aparentemente, nada disso parece ruim. Quem não iria querer um governo que paga por todas essas coisas?
Até que você entende qual o custo disso.
Calculando o custo total do “socialismo democrático”
Uma nova análise da Heritage Foundation feita pelo tributarista Adam Michel descobriu que propostas recentes como o “Saúde para Todos”, ensino superior gratuito, garantia de emprego, licença maternidade e de saúde remuneradas e o “New Deal Verde” têm um custo estimado de US$50 trilhões em dez anos, ou aproximadamente US$5 trilhões por ano.
Para entender melhor esses números, o orçamento federal para 2019 é de US$4,4 trilhões – menos do que a soma total desses novos programas assistenciais.
Então como pagaremos por todos esses benefícios? A senadora democrata Elizabeth Warren propôs um “imposto sobre a riqueza” que cobraria dos mais ricos uma alíquota de 70% e criaria um imposto específico para transações financeiras. Outros democratas apoiam a ideia.
Mas, de acordo com a análise da Heritage, “Um guia progressista para acabar com a classe-média”, no cenário mais otimista essas medidas aumentariam o orçamento federal em US$300 bilhões por ano, o que equivale a apenas 6% dos novos gastos propostos.
Fale desses números para os autointitulados socialistas democratas e ele provavelmente não se deixarão convencer. Se tantos países europeus conseguem, por que nós, norte-americanos, não conseguimos?
Em defesa deles, é bem verdade que eles têm um argumento. Há uma forma de financiar o Estado inchado e oferecer saúde gratuita para todos, e muitos países europeus já estão pondo essa medida em prática.
Mas não é cobrando mais impostos dos ricos
Como o “socialismo democrático” europeu realmente funciona
Em média, de acordo com a Heritage, nossos semelhantes europeus cobram de todas as rendas superiores a US$37 mil uma alíquota de 50% ou mais. E este é só o começo – rendas maiores têm alíquotas maiores.
Além disso, as pessoas pagam outros impostos, como o seguro social. E a maioria das pessoas que viajou pela Europa conhece o imposto de 20% cobrado pela circulação de mercadorias.
O imposto sobre a circulação de mercadorias não afeta somente milionários e bilionários. Na verdade, milionários e bilionários estão numa posição confortável para absorver seus efeitos. E quanto às pessoas de classe baixa ou classe-média? Aí a história é bem diferente.
Imagine pagar 20% mais em cada item que você comprar no mercado, em todas as lojas que você frequenta e em todos os produtos em todos os pontos de venda, começando com as matérias-primas e indo até o produto final.
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Bens e serviços ficariam mais caros – e rápido. E agora você teria menos dinheiro para adquiri-los.
Será que as mulheres – e homens – norte-americanas realmente querem ter sua renda reduzida pela metade? E elas querem mesmo pagar 20% a mais sempre que vão às compras? Se nosso país pretende gastar como os países “socialistas democráticos” da Europa, teremos de cobrar impostos como eles também.
Uma pergunta melhor para os 55% das mulheres que dizem que preferiam viver num país “socialista democrático” é esta: quanto você, pessoalmente, está disposto a pagar?
Além disso, com o assistencialismo estatal convidativo aos imigrantes e refugiados, até onde você está disposto a ir para protegê-lo?
Porque “portas abertas” com certeza não funcionam.
Como proteger um Estado “socialista democrático”
Semana passada, a Dinamarca elegeu sua mais jovem Primeira Ministra, Mette Frederiksen, de 41 anos. Frederiksen se identifica como “socialista democrata”, mas só ganhou as eleições por aceitar “algumas das leis anti-imigração mais agressivas da Europa”. (Não acredite no que eu digo – acredite na CNN).
Entre as medidas dessas leis estão o fim dos rostos cobertos por véus, uma moratória na aceitação de refugiados das Nações Unidas, o envio de pessoas em busca de asilo para campos no norte da África enquanto os pedidos são analisados e “leis de gueto” que restringem onde minorias e imigrantes moram.
Essa política migratória não está alinha nem com a direita nem com a esquerda norte-americana. Mas, com um Estado de bem-estar social, elas fazem sentido: quando se dá benefícios tão generosos, você precisa ir a extremos para protegê-los para seus cidadãos.
A repercussão negativa anti-imigrantes não está afetando apenas a Dinamarca. Ela está se espalhando por toda a Europa, levantando uma pergunta: é essa a utopia socialista que as mulheres querem?
O “socialismo democrático” claramente custa caro. Até que as mulheres norte-americanas entendam isso, não devemos nos surpreender com pesquisas que nos dizem o que as mulheres querem – sobretudo mulheres que se alimentam da mentira de que são vítimas de injustiça.
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Ao informar esses custos, os conservadores deveriam ser inteligentes e tornar a conversa algo mais pessoal. Que porcentagem da sua renda você, pessoalmente, está disposta a pagar?
Mesmo que elas respondam “50% ou mais – e mais 20% sobre todas as compras” – eu, pessoalmente, me sinto inclinada a não acreditar.
Porque o “socialismo democrático” não é nada além de uma campanha de marketing esperta baseada na vitimização e na mentira.
Kelsey Bolar é produtora sênior do Daily Signal e coapresentadora do podcast "Problematic Women".
© 2019 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês