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As redes sociais foram o meio de informação cuja credibilidade mais foi afetada pelas fake news - notícias fabricadas e muitas vezes divulgadas sob falsas fachadas de veículos reais - mostra pesquisa da consultoria Kantar com 8 mil pessoas de quatro países: Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e França.

De cada 100 consumidores de notícias, 58 têm menos confiança no noticiário político e eleitoral visto em redes sociais, por causa das fake news; 32 não viram alteração, e 10 dizem confiar mais. Os quatro países foram escolhidos por causa de seu momento político e econômico, segundo a presidente da Kantar para o Brasil, Sônia Bueno. Para a maioria dos americanos e brasileiros, as fake news pesaram no resultado das eleições em seus países.

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O termo fake news, porém, pode ter mais de um significado. No caso dos brasileiros, mais da metade identifica o termo com histórias deliberadamente fabricadas por um meio de comunicação, e 43%, com história divulgada por alguém que finge ser um meio de comunicação.

Em terceiro lugar, está a acepção "história que contém informação incorreta, provavelmente por erro". Por fim, um quinto do público define fake news também como histórias tendenciosas.

Para a consultoria, o resultado mostra uma oportunidade para que os meios de comunicação reforcem sua reputação e credibilidade.

Informar-se em bons veículos é a medida mais citada pelos entrevistados para combater as notícias falsas, seguida por mais regulação (44% e 42%, respectivamente). Além disso, uma parcela significativa do público está preocupada com a crise pela qual passam alguns veículos. Entre os mais jovens (de 18 a 34 anos), o índice de preocupação chega a 52%.

Mais fontes

A pesquisa mostrou que o público passou a consultar mais fontes de informação, o que indica interesse crescente por notícias, segundo Juliana Sawaia, diretora de Insights. "Em média, consomem-se quatro fontes; entre os leitores de jornal, são mais de cinco."

Mais de um terço do público acessa notícias na internet (42% em sites ou apps e 36% em mídias sociais). Está no Brasil o maior índice dos que identificam qual é a fonte do noticiário lido nas redes: 46% dizem sempre saber a origem da notícia (contra 30% na média dos quatro países). "Veículos já conhecidos, que lideram em credibilidade, podem potencializar isso", afirma Sawaia.

O relatório da consultoria aponta também que "a geração Z (nascidos entre os anos 1990 e 2000) têm se engajado mais na política e elevado seu interesse por noticiário".

São também os mais jovens os mais propensos a pagar por conteúdo digital. De cada 10, quatro dizem ter pago por noticiário on-line no ano anterior (a pesquisa foi feita em junho deste ano). Considerando todas as faixas etárias, 26% dos que confiam no noticiário assinam notícias on-line, contra 17% do total.

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