Donald Trump fala em evento da organização “Turning Point” na cidade de Detroit, Michigan, 15 de junho de 2024.| Foto: EFE/EPA/DIEU-NIALO CHERY
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Donald Trump pode ser um sujeito do setor imobiliário, mas sua ética no primeiro debate presidencial deve ser a regra já conhecida da profissão médica: primeiro, não cause danos.

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Trump foi rejeitado pelos eleitores e está recebendo uma segunda chance — não depois de virar uma nova página, não depois de desaparecer em uma turnê mundial para melhorar sua imagem, não depois de começar uma nova fundação filantrópica. Trump simplesmente permaneceu ele mesmo, enquanto Biden fez as pessoas terem saudades dos anos pré-Biden.

O objetivo de Trump deve ser continuar alimentando a nostalgia por ele próprio, que tem sido a característica definidora dos primeiros estágios da corrida.

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O ex-presidente Warren Harding (1865-1923) uma vez disse: “não tenho problemas com meus inimigos. Eu posso cuidar dos meus inimigos em uma luta. Mas meus amigos, meus malditos amigos, são eles que me fazem andar de um lado para o outro à noite!”

Da mesma forma, o que deve preocupar os apoiadores de Biden e Trump é o que cada um pode fazer consigo mesmo.

Se Biden se perder, estiver obviamente confuso ou repetidamente cair em uma incoerência balbuciante, ele pode perder o terreno que ganhou na corrida e talvez muito mais.

Se Trump, por outro lado, lembrar aos eleitores o que eles não gostavam nele em novembro de 2020, ele corre o risco de jogar fora a segunda chance que está recebendo do público americano.

Trump não precisa de um nocaute contra Biden, presumindo que um seja possível tão cedo em uma campanha envolvendo as placas tectônicas da política americana, que não se movem facilmente com base em um único evento. Uma vitória pela manutenção, ou decisão dividida, serviria bem a seus propósitos.

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Trump está na rara posição de um desafiante que não precisa derrubar o presidente que tenta a reeleição. As pessoas estão prontas para demitir Biden. A questão é se estão se preparando para contratar o outro sujeito.

Trump não precisa dizer aos eleitores que Joe Biden é velho ou que Hunter (filho de Joe) é um viciado em drogas. Ele não precisa insultar ou interrompê-lo. Ele precisa se controlar porque a mensagem mais importante que ele pode enviar ao público diz respeito a ele próprio.

A persona de Trump é a maior razão pela qual ele agarrou a política republicana pelo colarinho e não a soltou desde 2015. Também é a razão pela qual ele tem sido uma aposta eleitoral precária — vencendo por pouco em 2016, perdendo por pouco em 2020, e liderando por pouco hoje.

As coletivas de imprensa sobre a Covid que Trump usou como uma plataforma de comunicação em 2020 o prejudicaram, e seu desempenho no primeiro debate em 2020 também o prejudicou.

Os democratas esperam que o público não tenha realmente absorvido que Trump está à beira da presidência novamente. Presumivelmente, as pessoas já entenderam o recado. Mas podem não estar focadas nas brincadeiras e provocações com as quais Trump rotineiramente diverte e energiza seus seguidores mais devotos em seus comícios, e o republicano seria bem servido ao deixar todo o material dos comícios fora do palco do debate.

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Trump não vai desaparecer em segundo plano, nem deveria. Há uma razão pela qual os eleitores acham que ele é mais duro, enérgico e eficaz do que Biden. Trump deve ser contundente na defesa de si mesmo e agressivo ao apresentar o caso substantivo contra Biden. Mas fanfarronice, raiva, conversas cruzadas e vaidade ociosa farão o debate sobre Trump, que é exatamente o que a equipe de Biden quer.

Uma pesquisa da CBS/YouGov de algumas semanas atrás perguntou aos apoiadores de Biden por que eles estavam com ele, e 54% disseram que se opunham a Trump e apenas 27% porque gostavam de Biden. A aprovação do trabalho do presidente em exercício está horrorosa, e ele está muito para trás na maioria das questões. Ele só pode vencer se as pessoas que desaprovam seu desempenho no trabalho — e acham que ele é velho demais para um segundo mandato — votarem nele de qualquer maneira por medo de algo pior.

Portanto, é do interesse de Biden que o assunto da corrida seja Trump, e é o instinto natural de Trump, o showman, fazer o mesmo. Por uma noite, pelo menos, ele deveria agir contra o estereótipo.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

©2024 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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