Um estudo publicado no mês passado (24) na revista Scientific Reports, do grupo Nature, descobriu que cães e seus donos têm uma variação sincronizada de seus batimentos cardíacos, o que reflete a conexão emocional entre as duas espécies.
Os pesquisadores registraram os batimentos do coração de cães de 29 raças conhecidas por sua obediência (como cães pastores e retrievers) e seus donos durante o repouso e compararam com atividades positivas como fazer carinho, treinamento, a busca de objetos pelo faro e brincadeiras.
Não foi a frequência cardíaca em si o objeto da comparação, mas a taxa de mudança na frequência dos batimentos conforme cada atividade. Essa variabilidade cardíaca nos cães “foi o único fator preditivo para a variabilidade geral do dono”, concluíram os cientistas, enquanto a variabilidade do coração canino foi previsível por mais fatores, entre os quais a disposição afetiva do dono.
As batidas do coração variam mais em sua frequência quando estamos em repouso ou em um estado geral de relaxamento. Essa variabilidade é menor quando estamos sob o estresse de um exame, por exemplo, ou quando estamos fazendo exercícios.
Dessa forma, o estudo conta a história fisiológica de quando, por exemplo, o dono está relaxado e o cachorro o acompanha nesse estado de baixo estresse. Quando o dono está fazendo alguma atividade junto ao cachorro, a variabilidade do coração de ambos baixa. Isso pode parecer óbvio, porém o estudo também mostrou que não se trata apenas do nível de atividade física, mas da qualidade dessa atividade, o que revela a importância da conexão emocional.
“Investigamos ineditamente tanto a frequência cardíaca do cão como de seu dono de forma simultânea, enquanto estudos anteriores muitas vezes destacaram a perspectiva do ser humano ou a do cachorro”, disse a líder do estudo, Miiamaaria Kujala, neurocientista que atua na Universidade de Jyväskylä, Finlândia.
A conexão emocional significa que cão e dono influenciam o coração um do outro. Um dos fatores que influenciou a variabilidade cardíaca canina, por exemplo, foi a “afetividade negativa” do dono, uma característica do temperamento que consiste numa tendência maior a ficar preocupado e reagir a coisas negativas. Esse tipo de dono desenvolve um laço afetivo forte com seu cachorro.
Por sua vez, o cachorro tem uma grande influência sobre o coração do dono, já que o estudo descobriu que o estado do bicho era o único fator que podia prever como varia a frequência cardíaca humana nas condições analisadas.
Drex: o que é o “real digital” e por que a direita está em campanha contra ele
De 6×1 a 4×3: PEC da redução de jornada é populista e pode ser “armadilha” para o emprego
Enquete: qual é a sua opinião sobre o fim da jornada 6×1?
Com apoio de estatais, festival organizado por Janja será pago com dinheiro público; acompanhe o Entrelinhas
Deixe sua opinião