Um contador aposentado diz que o Facebook o suspendeu ou o censurou de outras maneiras múltiplas vezes desde a campanha presidencial de 2016 por postar determinados conteúdos conservadores.
Allen Muench, que tem 62 anos e reside em St. Louis, Missouri, disse que passa boa parte de seu tempo operando uma página conservadora no Facebook que frequentemente apoia o presidente Donald Trump e critica os liberais.
Depois de postar memes ou artigos conservadores de sites como o Breitbart, o Facebook limitou ou cortou completamente seu acesso, disse Muench ao “Daily Signal” em entrevista telefônica.
“Nossa maior dificuldade é o viés político do Facebook e o modo como ele implementa suas diretrizes de Padrões Comunitários”, falou Muench. “Parece que o Facebook obriga conservadores, mais que liberais, a seguir essas diretrizes.”
Ele estimou que nos últimos 12 meses, foi suspenso pelo Facebook cinco vezes por 30 dias, seis vezes por uma semana e seis vezes por duas semanas, além de várias suspensões mais curtas com duração de três a 72 horas.
“Disseram coisas tipo ‘você está postando demais em pouco tempo’, e então parece que você cai em uma suspensão de algumas horas”, comentou Muench, que foi contador por 35 anos. “Na vez seguinte a suspensão é de seis horas, depois um dia, depois uma semana, depois duas semanas.”
Ele revelou que os tópicos que o levaram a ser suspensos pelo gigante das redes sociais incluem o islã, a homossexualidade, Michelle Obama e determinadas organizações noticiosas.
Muench contou que começou a administrar uma página no Facebook mais ou menos na mesma época em que Trump anunciou sua candidatura à presidência, em junho de 2015. Ele acredita que Trump chegou à Casa Branca em parte graças ao Facebook.
Sua página no Facebook, intitulada Health and Global News (Notícias de Saúde e Globais), tem mais de 13 mil curtidas. Muench diz que seu público-alvo é formado por independentes políticos e pessoas que não têm o hábito de votar.
Como exemplo da censura que o Facebook impõe à sua página, ele conta que a empresa o suspendeu por uma semana depois de ele ter postado um artigo do Breibart intitulado “Dois Afegãos Presos por Estuprar Jovem de 16 Anos na Rua numa Cidade Alemã” e novamente quando ele postou um artigo do site Liberty Writers intitulado “Minutos Depois de Iniciar seu Discurso do Memorial Day Hoje, Trump fez uma Pausa e Revelou o Impensável”.
Ele disse que o Facebook o suspendeu por duas semanas por postar um vídeo da bandeira americana e também o suspendeu por postar memes da senadora democrata Elizabeth Warren (do Massachusetts), do apresentador de talk show Jimmy Kimmel e do ex-presidente Bill Clinton.
O Facebook também lhe enviou avisos de erro, disse Muench, por postar demais em um período determinado de tempo e quando ele tentou em vão postar links para determinados artigos.
A seguir, alguns exemplos que ele transmitiu ao “Daily Signal”:
Muench disse ao “Daily Signal” que o Facebook o suspendeu por duas semanas por postar um meme de Bill Clinton e Harvey Weinstein.
O que é mais assustador?
O meme que Muench diz que o levou a ser suspenso pelo Facebook por duas semanas.
No ano passado alguns conservadores acusaram o Facebook de viés anticonservador em seu feed de notícias. A empresa garantiu a esses críticos que oferece uma plataforma para a partilha de todas as ideias e convidou um grupo de conservadores destacados para se reuniram com o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, para discutir suas preocupações.
Entre outros casos que ganharam repercussão, o Facebook excluiu um artista conservador em Los Angeles por ter criado um pôster atacando Zuckerberg. O Facebook também fechou a página do Occupy Democrats Logic, por postar memes conservadores.
As diretrizes publicamente anunciadas do Facebook mencionam “discursos de ódio” muitas vezes, incluindo em sua Declaração de Direitos e Responsabilidades: “Você não postará conteúdos que sejam: discursos de ódio, ameaçadores ou pornográficos; que incitem à violência, ou que contenham nudez ou violência explícita ou gratuita”.
As Diretrizes Comunitárias do Facebook afirmam que a empresa considera discurso de ódio os ataques a pessoas com base em sua raça, etnia, origem nacional, filiação religiosa, orientação sexual, sexo, gênero, identidade de gênero, doenças graves ou deficiências.
Discursos de ódio voltados contra figuras públicas também serão tirados do ar, avisa o Facebook.
Isso pode limitar o que os membros do Facebook dizem, quer eles sejam conservadores ou liberais, dependendo de como a empresa interpreta suas próprias regras, algo que ela não especifica.
Em algumas suspensões, o Facebook pode ter aplicado o quesito “filiação religiosa” aos posts de Muench relativos ao islã. Pode ter aplicado o quesito de discursos de ódio contra figuras públicas a seus posts sobre Obama, Elizabeth Warren e Jimmy Kimmel.
Uma representante do Facebook disse que a empresa não comenta casos individuais, para proteger a privacidade dos usuários, mas que não suspendeu Muench pelos tópicos de seus posts.
Ela disse que Muench estava postando muito, incluindo para vários grupos do Facebook, algo que o sistema da empresa podia identificar como sendo spam porque ele frequentemente postava conteúdos quase idênticos ou que desagradavam a alguns membros dos grupos.
Segundo a representante, Muench não estava violando as Diretrizes Comunitárias do Facebook, e as mensagens de erro que ele viu ao postar podem ter sido resultantes de ele postar rapidamente demais.
Casey Ryan é membro do programa Jovens Líderes da Fundação Heritage.
Russos usaram o Facebook para criar divisões no Black Lives Matter e entre muçulmanos //bit.ly/2huqnOf
Publicado por Ideias em Quarta-feira, 1 de novembro de 2017