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Para James Lindsay, as politicas woke são "simplesmente comunismo soviético reformulado".
Para James Lindsay, as politicas woke são “simplesmente comunismo soviético reformulado”.| Foto: Gage Skidmore/Wikimedia Commons

O escritor e pesquisador americano James Lindsay, de 45 anos, é hoje uma das vozes mais ativas contra o identitarismo. Mas nem sempre foi assim. 

Doutor em Matemática pela Universidade do Tennessee, ele se considerava mais alinhado ao campo “progressista” até o final da década passada – a ponto de apoiar candidatos democratas e trabalhar, como voluntário, em campanhas do partido. 

Seu ponto de vista mudou quando começou a investigar as bases filosóficas e teóricas da cultura woke, que classifica como um tipo de marxismo cultural. Desde então, trabalha para expor certas áreas da academia impregnadas por ideologias políticas e apoiar valores essenciais para preservar a liberdade individual e a integridade das instituições. 

Lindsay tem quatro livros publicados no Brasil pelo selo Avis Rara: “A Pedagogia do Marxismo: O Desastroso Método Educacional de Paulo Freire, Criado para Formar Ativistas”, “Teorias Cínicas” (com Helen Pluckrose), “(In) Justiça Social” (também com Pluckrose) e “Como Desarmar a Cultura Woke: Manual de Campo Para Recuperar o Bom Senso” (com Charles Pincourt). 

Para divulgar este último, lançado em setembro, James Lindsay concedeu à Gazeta do Povo a entrevista a seguir – em que fala sobre racismo estrutural, o método “freireano”, cancelamentos e o ativismo de consumo, entre outros temas. Também traz alguma esperança: segundo ele, com educação e organização, é possível evitar a “tragédia” da cultura woke por aqui. 

GAZETA DO POVO — No Brasil, temos observado debates sobre a implementação da chamada Teoria Crítica Racial nas escolas e na mídia (aqui, o termo usado é “racismo estrutural”). Qual é a sua avaliação sobre a influência desse tipo de teoria em países latino-americanos? Você acredita que essas ideias estão sendo diretamente importadas dos Estados Unidos? 

James Lindsay — A influência dessas teorias na América Latina, como em qualquer outro lugar, é destrutiva. O objetivo delas é criar conflito entre grupos, em linha com a teoria do antagonismo de classes para avançar a História, conforme descrito no Manifesto Comunista. São teorias cuidadosamente projetadas para fazer exatamente o oposto do que realmente se propõem. 

E muitas pessoas caem nesse truque, apoiando ou até implementando essas teorias, acreditando que estão fazendo algo bom, quando, na verdade, estão trazendo caos e destruição para suas comunidades. 

Pode-se dizer que essas teorias são importadas diretamente dos Estados Unidos, mas isso na História recente. Certamente, a Teoria Crítica Racial desenvolveu-se em sua forma moderna nos EUA, especialmente na Harvard Law School, mas baseia-se em ideias mais antigas, copiadas e adaptadas ao contexto racial americano. 

O mesmo acontece agora no Brasil, onde a versão americana é adaptada especificamente para o contexto brasileiro, utilizando “intelectuais orgânicos” brasileiros para fazer o trabalho. 

Essa habilidade de tornar uma teoria marxista antiga relevante para um novo contexto específico foi desenvolvida principalmente por um brasileiro: Paulo Freire, embora ele tenha obtido a ideia ao estudar como Mao Tsé-Tung adaptou o comunismo soviético para o contexto chinês. 

A longa história da Teoria Crítica Racial não localiza sua origem nos Estados Unidos ou no Brasil, mas na União Soviética, sob Lenin e Stalin. Uma das principais armas culturais de Lenin e Stalin para instaurar o comunismo era criar uma dialética entre o que eles chamavam de “grande chauvinismo [patriotismo exagerado] russo” e todos os diversos grupos étnicos e raças minoritárias. 

Na Teoria Crítica Racial, essa ideia é apresentada como “supremacia branca” versus “pessoas de cor”. Mao copiou essa ideia precisamente, falando sobre a necessidade de superar o “chauvinismo Han” em favor das 55 etnias minoritárias da China. 

Em outras palavras, a Teoria Crítica Racial é uma dialética cultural reformulada, desenvolvida por Lenin e Stalin com o propósito de causar uma guerra cultural que poderia ser usada para instaurar mais poder comunista, usando as minorias étnicas e raciais como ferramenta para isso. 

Esse programa na União Soviética era considerado extremamente importante e tinha o nome, em russo, de raznoobraziya [разнообразие], que significa “diversidade”. 

O objetivo do programa de diversidade na URSS era fazer com que as etnias “diversas”, em comparação ao mal que as oprime, vissem a si mesmas mais claramente no socialismo e se engajassem na luta por sua libertação do “grande chauvinismo russo” ao longo das linhas étnicas, exatamente como hoje. 

O Brasil faria muito bem em rejeitar toda essa manipulação e conflito fabricado, o que, acredito, começa com as pessoas conhecendo a verdadeira história dessas ideias. 

Você tem sido um forte crítico do movimento “antirracista” promovido por figuras como o professor, escritor e ativista americano Ibram X. Kendi. No seu entendimento, qual é o maior perigo das políticas defendidas por esses intelectuais? Elas realmente ajudam a combater o racismo ou apenas aprofundam as divisões sociais? 

Como disse acima, essas políticas são simplesmente comunismo soviético reformulado, então você pode olhar para a história da União Soviética para ver o que elas criarão. Elas não ajudam verdadeiramente a combater o racismo, porque são projetadas através do que se chama de “teoria de conflito” racial. 

A verdadeira crença subjacente dessas políticas é criar um conflito racial dialético que, em suas crenças, resultará em maior divisão e conflito, que eventualmente, de alguma forma, se resolverá por meio do fim da divisão social. Mas a história nos diz que, na prática, isso nunca funciona e nunca funcionará. 

O que Kendi chama de “antirracismo” é uma reformulação, em um contexto racial, do que os comunistas chamam de “socialismo”. A teoria diz que o socialismo é um estado de consciência iluminado sobre como as pessoas devem entender suas vidas econômicas, mas é inteligível apenas através de alguma teoria comunista, geralmente o marxismo. 

A teoria é que as pessoas despertarão para a necessidade de apoiar o comunismo, e eventualmente haverá uma revolução que colocará um partido comunista no comando com uma “ditadura do proletariado”. Essa ditadura existe para ganhar poder e destruir todos os capitalistas, ou seja, as pessoas e todas as crenças em valores errados, segundo Marx, Engels, Lenin, Stalin, Mao, etc. 

Esse é o propósito: forçar brutalmente as pessoas a se tornarem comunistas. Os comunistas, incluindo Lenin, Stalin e Mao, acreditam que, quando essa ditadura se tornar totalmente totalitária e tiver poder absoluto, ela não precisará mais existir e, portanto, começará a “definhar” para dar lugar a uma sociedade sem Estado, sem classes, que transcendeu a propriedade privada. 

O antirracismo é exatamente o mesmo. Não está realmente superando o racismo, mas intensificando o racismo até que surja uma “ditadura dos antirracistas” e imponha suas políticas antirracistas a todos, incluindo punir ferozmente qualquer um que seja chamado de racista.  

Ibram Kendi, em 2019, até pediu um “Departamento de Antirracismo”, que poderia ser descrito como tal ditadura dos antirracistas. A teoria é a mesma, as políticas são as mesmas, os propósitos são os mesmos. E os resultados serão os mesmos: ódio e desastre. 

Você também critica a agenda progressista na educação. O que os pais conservadores podem fazer para proteger seus filhos da influência das ideologias de justiça social nas escolas e universidades?

Há apenas duas proteções que os pais podem oferecer aos seus filhos contra a influência dessas ideologias marxistas de “justiça social” nas escolas e universidades.

Primeiro, os pais podem e devem proteger seus filhos de muita exposição a essas ideologias. Em segundo lugar, os pais precisam preparar seus filhos para viver e crescer em um mundo onde essas ideologias estão atualmente prevalentes, senão dominantes. 

Ou seja, os pais devem proteger seus filhos da contaminação ideológica e prepará-los para a jornada que eles enfrentarão, que está repleta dessas ideologias e de suas tentações.

E a ideia de proteger seus filhos pode assumir várias formas. Nos Estados Unidos, eu aconselho os pais a tirar seus filhos das escolas e educá-los em casa, o que chamamos de homeschooling. Esse é o método mais seguro. 

Quando isso não é possível, incentivo os pais a passarem o máximo de tempo possível com seus filhos em atividades produtivas, educativas e enriquecedoras. As crianças precisam aprender a confiar nos pais, contar aos pais sobre o que estão sendo expostas, saber que os pais as amam profundamente e ver os pais como mentores, educadores e guias confiáveis na vida. Sem essas bases, as crianças estão praticamente perdidas. 

Você não pode proteger seu filho do mundo completamente e, mesmo que pudesse, não deveria esperar um bom resultado, pois seu filho terá que enfrentar o mundo em algum momento. Portanto, os pais também devem preparar seus filhos para a jornada que eles enfrentarão na vida. Isso é uma responsabilidade básica dos pais. É isso que significa ser pai e mãe. Não há como escapar disso 

Isso significa que os pais devem ser capazes de conversar especificamente com seus filhos sobre as ideologias marxistas de “justiça social”, de forma que seus filhos possam entender e discernir as ideologias ao seu redor e tomar boas decisões sobre como viver. 

Portanto, é uma obrigação dos pais hoje aprender o suficiente sobre essas ideologias para poder transmitir esse conhecimento aos filhos, refletindo as mensagens reais que eles recebem do mundo, incluindo mídia, amigos e escolas. Os pais devem preparar seus filhos para identificar essas ideologias ruins e rejeitá-las. 

Como você se interessou pelo trabalho de Paulo Freire? E por que as ideias dele ressoaram tanto entre educadores nos Estados Unidos?

Conheci o trabalho de Paulo Freire talvez há seis anos, quando estava estudando os vários ramos da ideologia marxista de “justiça social” woke. Eu já havia estudado um pouco sobre Teoria Crítica da Raça, feminismo, Teoria Queer e outros temas, e sabia que havia algo importante escondido na educação. 

Inicialmente, meu amigo Peter Boghossian [filósofo e escritor americano] pretendia abordar a teoria da educação woke, chamada Pedagogia Crítica, mas ele acabou assumindo outros compromissos. 

Procurei ajudá-lo e encontrei vários livros sobre o assunto, incluindo um chamado The Critical Turn in Education [“A Virada Crítica na Educação”], de Isaac Gottesman, que é muito importante para essa história. 

Esse livro não deixa dúvidas de que, desde o início da década de 1990, a educação americana foi construída em torno das teorias de Paulo Freire, então voltei minha atenção para a leitura de Freire e para entendê-lo. 

Esse livro documenta, pelo menos parcialmente, como as (más) ideias de Freire se tornaram tão populares nos Estados Unidos – o que também relatei em certa medida em meu próprio livro. 

A resposta curta é que educadores marxistas nos Estados Unidos e Canadá queriam encontrar um meio eficaz de implementar uma educação marxista e, até encontrarem as ideias de Freire, nada funcionava. 

Em certo sentido, Freire deu a eles a chave para abrir a porta da educação americana, e suas ideias foram capazes de tomar conta de forma rápida e completa. Porque nossas universidades já estavam pendendo para a esquerda na época, e os educadores marxistas estavam trabalhando incansavelmente para preencher os departamentos de educação com marxistas. Isaac Gottesman deixa isso claro. 

Um desses educadores marxistas, Henry Giroux, trabalhou incansavelmente não apenas para trazer marxistas para as faculdades de educação, mas também para equipá-los com as ideias radicais de Paulo Freire, especificamente. 

O que Freire ofereceu a esses professores de educação marxista é muito simples. A teoria dele é baseada na ideia de que você pode usar uma aula de alfabetização como desculpa para falar de política a partir de uma perspectiva marxista e radicalizar as pessoas. 

Freire disse que as pessoas aprenderiam a ler melhor quando estivessem mais engajadas, e afirmou que o que envolvia os camponeses pobres e as pessoas das favelas era entender as causas de seu sofrimento. 

Ele escolhia então assuntos de importância pessoal e significado emocional para seus alunos como o centro da lição. Ele chamava esses assuntos de “temas geradores”. E então usava o tema gerador para gerar uma conversa política marxista sobre as condições pessoais das pessoas, focando em seu sofrimento e esperanças, enquanto entregava interpretações marxistas das circunstâncias de suas vidas. 

Isso permitiu aos educadores americanos e canadenses usarem o material acadêmico existente como desculpa para terem conversas radicais com os alunos. Antes da influência de Freire, os educadores americanos e canadenses não podiam trazer lições marxistas para as escolas, porque os diretores, superintendentes e pais as rejeitariam. 

O método de Freire permitiu que esses radicais marxistas nas escolas escondessem a lição marxista dentro de uma lição comum. Se pais, diretores e superintendentes não soubessem que o marxismo estava escondido dentro do currículo, eles não poderiam reclamar. 

É um comportamento extremamente desonesto e pretensioso, como se os educadores acreditassem que sua visão marxista do mundo lhes dessem o direito de manipular os filhos dos outros enquanto mentem para seus pais para conseguir isso. 

É por isso que chamei o método de Freire de “roubo da educação”. Ele rouba das pessoas uma educação verdadeira ao oferecer-lhes uma falsificação oculta. O resultado todos podemos ver: crianças que acabam muito radicalizadas, mas que não conseguem ler, escrever, fazer contas ou aprender ciências e História.

Isso é o que se esperaria de uma educação roubada. Sua oportunidade de aprender disciplinas acadêmicas reais é roubada delas para que os materiais de ensino possam ser usados para radicalizá-las.

Painel em homenagem a Paulo Freire em Brasília: influência do educador marxista chegou às escolas dos EUA.
Painel em homenagem a Paulo Freire em Brasília: influência do educador marxista chegou às escolas dos EUA. (crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)| Valter Campanato/Agência Brasil

O filósofo e seu colega Peter Boghossian já disse que “Antes de melhorar, a cultura do cancelamento vai piorar muito”. Você concorda com ele? 

Eu não sei onde estamos na linha do tempo. Acho que o auge da cultura do cancelamento nos Estados Unidos já passou, mas ela certamente pode ser revigorada. 

Essas são teorias e políticas marxistas soviéticas reaproveitadas que foram modificadas ao observar como Mao as usou. Nunca, na história da humanidade, a “cultura do cancelamento” foi pior do que na União Soviética, na República Popular da China e em outros países comunistas. 

Eles são rivalizados apenas pelo mal oposto do fascismo, mas nada chega ao nível da China de Mao. Nada. É possível que vejamos um ressurgimento, dependendo de quem está no poder, mas eu não acredito que seja provável. 

Eu me preocupo mais com países como Brasil, Coreia e Japão, e alguns países da Europa que estão mais no começo desse arco de ataque contra eles. Eu espero que aprendam com os Estados Unidos e com a verdadeira história dessas ideias e possam ser poupados de grande parte dos danos da “cultura do cancelamento”, que é simplesmente a cultura de expurgo comunista renascida em novos lugares. Quanto mais cedo as pessoas entenderem o que isso realmente é, menos dano causará. 

Aqui no Brasil, temos a impressão de que a cultura woke está mostrando sinais de cansaço nos países desenvolvidos. Essa percepção está alinhada com a realidade? 

Sim, as pessoas geralmente odeiam o marxismo woke por aqui agora, embora algumas pessoas (principalmente mulheres jovens e mais velhas) ainda sejam bastante dedicadas. É uma cultura muito infeliz, desagregadora e odiosa em seu caráter, por isso não pode inspirar um povo ou durar muito tempo. 

É melhor ver a cultura woke pelo que ela realmente é: uma tentativa de Revolução Cultural. É isso e nada mais, nada menos. Isso significa que, mesmo quando as pessoas se cansam dela, a ideologia pode ser instalada em posições de poder, como no governo e em outras instituições, incluindo corporações, que mudam muito lentamente. 

Eu chamo isso de “ideologia zumbi”, porque a parte vital da revolução cultural, que estava nas pessoas, está morta, mas o corpo, ou seja, a estrutura institucional da sociedade, ainda está animado pela ideologia morta e causando danos. Acho que essa é a situação nos Estados Unidos hoje e, cada vez mais, no Canadá e em alguns países europeus. 

Tendências comportamentais globais costumam chegar mais tarde, e terminar mais tarde, em países em desenvolvimento. Você acredita que essas ideologias vão persistir em países como o Brasil mesmo depois de enfraquecerem no Hemisfério Norte? 

Acredito que sim, e essa é uma das preocupações que me levaram a começar a trabalhar em outros países: escrevendo para o Brasil, mas também visitando a Coreia, o Japão e países da Europa continental para ajudar a conter essa maré. 

É assim que se deve pensar em fenômenos culturais ideológicos como este, especialmente em um mundo com tanta troca de ideias e com tantas grandes ONGs internacionais promovendo-os: como uma onda gigante ou um tsunami, ou até um incêndio florestal. Vai varrer ou devastar alguns lugares antes de outros, mas eventualmente se espalha quase por toda parte. 

O Brasil vai experimentar essa onda. As “águas woke” vão subir e, depois, vão baixar. O tamanho da onda e o quanto de dano ela pode causar dependem de quão alerta o povo brasileiro está para a ameaça. É por isso que estou dedicando tanto tempo para responder a essas perguntas para você. 

A cultura woke é uma tragédia evitável, e o Brasil pode ser em grande parte poupado se as pessoas entenderem que estão lidando com uma teoria comunista soviética repaginada e uma prática de Revolução Cultural. 

O que acha do chamado “ativismo de consumo”, promovido por figuras como Robby Starbuck (cujas campanhas estimulam o público a pressionar grandes companhias para que abandonem suas políticas woke)? 

Sou geralmente favorável. É uma parte valiosa e importante do processo de expor o que está acontecendo e por que está acontecendo, o que também abre espaço para mudanças. 

Vou ser direto. O marxismo woke não está se espalhando de maneira orgânica, ou pelo menos não majoritariamente de maneira orgânica. As corporações não estão adotando essa ideologia porque querem.

Elas estão adotando porque estão sendo forçadas por um grande cartel, principalmente situado na indústria de finanças de investimentos, que a está coordenando com entidades como as Nações Unidas, o Fórum Econômico Mundial e vários governos ao redor do mundo. Essa ideologia também está sendo promovida de forma deliberada por entidades hostis, como o Partido Comunista Chinês.

O que pessoas como Robby Starbuck estão conseguindo, além de trazer visibilidade, é criar uma condição para que alguns dos líderes corporativos envolvidos nesse esquema global de extorsão financeira falem sobre o real motivo pelo qual estão fazendo isso. 

É assim que você quebra um cartel, supondo que tenha o aparato de aplicação da lei capaz de encontrá-lo. Você faz com que pessoas em algum ponto da hierarquia do cartel comecem a falar sobre como realmente funciona o esquema de extorsão, na esperança de salvar a própria pele. 

A pressão que Starbuck está colocando faz com que líderes corporativos percebam que talvez precisem de uma saída o quanto antes, o que, eventualmente, levará as pessoas a falarem sobre o que está acontecendo – e que pode quebrar esse esquema. 

Já existem sinais otimistas de que a barragem está se rompendo, além do trabalho de pessoas como Robby Starbuck. Às vezes, ouço líderes do setor me dizendo que, em grandes convenções e reuniões do setor, há uma grande desconexão entre o que está sendo dito no palco e o que os profissionais na plateia realmente acreditam. 

No palco se fala sobre tudo que é woke: sustentabilidade, mudança climática, inclusão, DEI [diversidade equidade, inclusão], etc. Enquanto isso, as pessoas na plateia estão sussurrando entre si que nada disso vai funcionar. 

Na medida em que isso é verdade, há o rompimento da barragem. E, na medida em que isso pode ser encorajado, inclusive pelo trabalho de Robby Starbuck, mais rápido a barragem se romperá e poderemos nos livrar dessa tentativa de tomada do ambiente econômico e político global. 

Quais medidas práticas você recomenda para aqueles que estão lutando contra o avanço da ideologia woke? Existe um caminho viável para reverter essa tendência ou estamos inevitavelmente rumando para uma maior polarização social? 

O principal conselho que posso dar às pessoas, especialmente em um país como o Brasil, que está nas fases iniciais da Revolução Cultural, mas muito avançado na parte econômica, é que elas precisam se educar. 

Vocês devem aprender um pouco sobre essas ideias. É preciso entender como elas se conectam a tendências globais maiores, incluindo a tentativa de roubar a liberdade do mundo. Sem conhecimento, não pode haver resistência. 

Com conhecimento, você pode ver através das mentiras e manipulações e se unir contra os verdadeiros inimigos: aqueles que querem nos dividir para obter poder próprio. Há muita esperança a ser cultivada, então é importante começar por aí, com esperança. Não percam a sua esperança. 

A segunda coisa, após a educação, é a organização. Precisamos encontrar maneiras de trabalhar juntos para espalhar informações (então, mais educação), para nos envolver nos níveis que pudermos, mesmo que apenas localmente, para equipar os pais para proteger e preparar seus filhos, e assim por diante. 

Nada disso pode acontecer por acaso. É necessário que as pessoas se unam, ganhem força em números, escolham batalhas que possam vencer e as vençam, o que gera um efeito de impulso. Além de espalhar conhecimento, as pessoas precisam se reunir para disseminar esperança. O desespero é veneno, mas pessoas trabalhando juntas, com olhos abertos e clareza, trazem esperança. 

Eu digo a pessoas ao redor do mundo que é hora de entender que, se você sabe o que estamos tentando combater e impedir, só há duas opções: você pode ser um líder ou pode ser um apoiador. Existem apenas esses dois tipos de pessoas. 

Ninguém está à margem. Ninguém fica de fora. Ninguém é apenas um seguidor passivo. Ou você encontra uma maneira de liderar, em uma área em que você tem competência, e assume a coragem de ocupar essa posição de liderança, ou encontra algumas pessoas que já estão liderando e coloca sua energia em apoiá-las. 

Muitos que começam como apoiadores, e não como meros seguidores, aprenderão a liderar no processo, e o movimento pela liberdade da humanidade se tornará cada vez mais poderoso, até se tornar uma força que não pode ser parada por truques, manipulações, mentiras ou abusos de tiranos. Estas são coisas simples que posso recomendar a qualquer pessoa.

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