Hospital Infantil do Texas: apesar de clínica de transição de gênero em crianças ter sido fechada, profissionais continuavam fazendo o procedimento em menores, denunciou um médico. Em retaliação, ele foi indiciado por promotores federais, explica Christopher Rufo.| Foto: Zereshk/Wikimedia Commons
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Alguns anos atrás, o Texas Children's Hospital [Hospital Infantil do Texas] não escondia seu apoio à medicina transgênero. Seus médicos administravam orgulhosamente bloqueadores de puberdade, hormônios do sexo oposto e outras intervenções médicas em crianças que se autoidentificavam como "trans".

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Então o tom mudou. Diante da pressão pública, o chefe executivo da instituição, Mark Wallace, anunciou que estava fechando a clínica infantil de gênero. Mas os médicos do hospital, incluindo Richard Ogden Roberts, David Paul e Kristy Rialon, nunca encerraram suas atividades.

O público não saberia de nada disso se não fosse por um cirurgião corajoso, Eithan Haim, que se sentiu moralmente obrigado a expor o subterfúgio. Ele me contou que o hospital mentiu sobre o encerramento do programa de medicina transgênero e que os médicos estavam, de fato, continuando a realizar procedimentos de mudança de sexo em crianças de até 11 anos.

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A história ganhou o mundo. O hospital imediatamente ficou na defensiva. Em uma semana, os legisladores do Texas aprovaram um projeto de lei confirmando que procedimentos médicos de transição de gênero para menores eram ilegais.

Mas a história também atraiu a atenção de outra fonte poderosa: promotores federais. O Departamento de Justiça dos EUA não hesitou em perseguir oponentes políticos do governo Biden: o ex-presidente Trump; conservadores que faziam protestos em reuniões de conselhos escolares; pessoas rezando do lado de fora de clínicas de aborto; e agora, médicos que discordam da ideologia transgênero.

Na manhã de junho de 2023 em que Haim se formaria no programa de residência do Texas Children Hospital, agentes federais bateram à sua porta. Eles o identificaram como uma potencial "fonte do vazamento" de informações, presumivelmente por meio de exame forense dos sistemas de computador do hospital. Pouco depois, a procuradora-assistente dos EUA, Tina Ansari, começou a ameaçar Haim com um processo.

Agora, Ansari cumpriu essas ameaças. No início desta semana, agentes federais dos EUA compareceram à casa de Haim e o convocaram ao tribunal para enfrentar um indiciamento por quatro acusações de crime de violação da HIPAA [Health Insurance Portability and Accountability Act — Lei de Portabilidade e Responsabilidade do Seguro Saúde, que, entre outras atribuições, protege a privacidade dos dados de saúde dos pacientes]. 

De acordo com uma das advogadas de Haim, Marcella Burke, ele está ansioso para ir a julgamento para ter seu lado da história ouvido; ela está confiante de que isso resultará na decisão correta. (De minha parte, posso confirmar que nada nas informações fornecidas a mim identificou qualquer indivíduo; todos os documentos foram, de fato, cuidadosamente editados para remoção de informações sensíveis.) No entanto, a promotoria seguiu em frente, esperando, no mínimo, intimidar outros profissionais médicos que estejam considerando denunciar a barbárie da "medicina transgênero".

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Apesar da ameaça ao seu sustento e liberdade, Haim não se deixa intimidar. Ele planeja montar uma forte defesa no tribunal e está pedindo apoio público.

O caso Haim marca um ponto de inflexão no debate sobre “terapias de afirmação de gênero”. Se Haim vencer, outros médicos e profissionais médicos corajosos o seguirão e se manifestarão. Precisaremos de todas as vozes deles se quisermos ter sucesso em acabar com o negócio de mudança de sexo infantil nos Estados Unidos.

Christopher F. Rufo é membro sênior do Manhattan Institute, editor contribuinte do City Journal, e autor do livro "Revolução Cultural Silenciosa" (Avis Rara, 2024).

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

©2024 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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