O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado dos filhos Donald Trump Jr. (à esquerda) e Eric (à direita). Junior é acusado de conluio com os russos após ter se encontrado com uma advogada russa durante a campanha presidencial| Foto: Jabin Botsford/ The Washington Post

O que realmente aconteceu desde que Donald Trump Jr. revelou uma troca de emails em que marcava uma reunião com uma advogada russa em junho? Os democratas e seus aliados da mídia estão mais perto de provar um crime ou irregularidade?

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A resposta é não. 

Como o professor de direito de Harvard Alan Dershowitz disse na terça-feira, "é pouco provável que a presença em uma reunião viole qualquer estatuto criminal". Bem dito, Sr. Dershowitz. 

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Ainda assim, a mídia faria você acreditar que a reunião, descrita por Trump Jr. como "20 minutos jogados no lixo", é um sinal de fumaça de algo que vai derrubar para sempre a administração e a família do presidente. 

Mas, na realidade, os emails de Trump Jr. mostram que ele não tem nada a esconder. 

Ele chegou até a ir no programa "Hannity" na terça-feira para falar especificamente sobre isso. É claro, nem sempre Sean Hannity está interessado em tratar os assuntos do mundo de Trump com imparcialidade e suas perguntas são simples. Mas Trump Jr. abordou temas importantes mesmo assim – por exemplo, o fato de que não houve nenhum desdobramento da reunião e que não houve nada a falar sobre isso com o então candidato Trump. Assim, ao menos que você queira acreditar que ele está mentindo, não houve um conluio. O santo graal ainda está perdido. 

Eu não acho que Trump Jr. tenha ido na televisão nacional para contar muitas mentiras. Sem dúvidas, os inimigos do presidente vão acreditar que eles podem se sentir de outra maneira. Mas nesse momento Trump Jr. tem poucos incentivos para fazer algo que não seja contar a verdade. 

Mesmo supondo que houve um desdobramento entre a campanha e a advogada russa, é difícil dizer que a existência de mais conversas ou reuniões configure um crime. E sim, algo pode estar errado e não ser ilegal. Mas não é esse o ponto dos democratas e seus aliados na mídia. O ponto é quebrar a base da presidência de Trump. Eles querem que ela se desfaça. 

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Cegados pela desavença com o presidente, liberais e mídia estão tentando criar credibilidade para acusações de violações criminais e ofensas passíveis de impeachment. Eles fantasiam tudo apenas para manter a história em andamento. Talvez eles até encontrem alguém que cometeu algum crime durante a investigação dos não-crimes da campanha eleitoral. 

Na busca por uma arma inexistente, os oponentes de Trump parecem ao menos parcialmente satisfeitos com o assédio constante à Casa Branco e à família do presidente. 

A advogada russa Natalia Veselnitskaya durante uma entrevista em Moscou 

Na política, ser inocente é uma vantagem. Não é determinante. E ainda que os fatos não apoiem a perseguição por crimes e ilegalidades do clã Trump, Trump Jr. ainda deve sofrer muito assédio e deve ainda cometer muitos erros. Mas isso é diferente do que estar na mira de uma investigação da justiça americana que pode derrubar o presidente. Desculpas para os odiadores do Trump por matar o falatório. 

Se Trump Jr. é culpado de algo, é de deixar que alguém com pouca credibilidade (como o publicitário Rob Goldstone) tenha acesso à sua agenda. Perigo. Você normalmente vê seus inimigos chegando, mas são seus amigos que vão te cegar e colocar em problemas. 

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De qualquer forma, os inimigos de Trump estão desesperados por algo que cause um impeachment. Mas lembre, não existe um crime de conluio. Não é nem uma irregularidade. A menos que a advogado russa tenha fornecido alguma contribuição ilegal para a campanha de Trump, não há nenhum crime nessa história para a mídia. Mas não quer dizer que eles não vão continuar procurando.

*Ed Rogers é consultor político e veterano dos governos Ronald Reagan e George H. W. Bush.