O dicionário Merriam-Webster [tradicional do inglês americano] online enfrenta mais uma vez críticas por introduzir ideologia identitária de gênero em suas definições de “macho” e “fêmea”.
“Fêmea”, primariamente definida no dicionário online como “relacionado ou equivalente ao sexo que tipicamente tem a capacidade de gerar a prole ou produzir óvulos”, agora inclui a definição secundária “que tem identidade de gênero que é oposta à masculina”.
Similarmente, a definição secundária de “macho” é “que tem identidade de gênero que é oposta à feminina”. [N. do T.: importante notar que no inglês, ao contrário do português, é comum se referir a seres humanos com as palavras cognatas de “fêmea” e “macho” de forma meramente descritiva, neutra quanto à valoração, assim como se faz com animais.]
Os verbetes foram mudados dessa forma em 2020, mas as críticas ressurgiram depois que as novas definições circularam recentemente nas redes sociais. O apresentador da [empresa conservadora de mídia] Daily Wire Matt Walsh e a conta conservadora Libs of Tiktok tuitaram na última terça (19) imagens das definições expandidas comparadas às edições passadas do dicionário, o que resultou em uma ressurgência das respostas negativas ao Merriam-Webster.
Além de incluir a identidade de gênero como uma definição legítima para “macho” e “fêmea”, o Merriam-Webster adicionou as palavras “tipicamente tem a capacidade” a ambas as definições originais de “fêmea” como “o sexo que gera a prole e produz óvulos” e de “macho” como “o sexo que produz gametas relativamente pequenos e em geral móveis que fecundam os óvulos de uma fêmea”.
Essas mudanças sugerem uma concordância com a alegação da comunidade transgênero que a identidade de gênero de uma pessoa é legítima mesmo se ela não tiver as mesmas características físicas ou capacidades que o gênero que alega incorporar.
Muitos que criticam a sutil redefinição de “macho” e “fêmea” no Merriam-Webster a consideram no fim das contas um ataque às ideias da verdade objetiva e da realidade, e pensam que isso reflete o desprezo da cultura pela realidade biológica de “masculino” e “feminino” como algo “transfóbico” e até “perigoso”.
Essa redefinição é uma continuidade da direção identitária do Merriam-Webster. Em 2019, o dicionário escolheu como a sua Palavra do Ano o pronome “they” [que normalmente é a terceira pessoa do plural, “eles”], com “uma única pessoa cuja identidade de gênero é não-binária” figurando entre as definições — um aceno à comunidade não-binária; e de modo semelhante adicionou a identidade de gênero às suas definições secundárias de “menino” e “menina” para “uma criança cuja identidade de gênero é masculina” e “uma pessoa cuja identidade de gênero é feminina”.
O Daily Signal pediu por uma manifestação do Merriam-Webster, mas não recebeu resposta até o fechamento da matéria.