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É quase impossível conversar brevemente com uma pessoa da administração universitária, um político ou um executivo sem que as palavras “diversidade” e “inclusão” sejam mencionadas.
Diversidade e inclusão parecem ser o fim e o tudo da existência dessas pessoas. Então acho que vou começar essa discussão primeiro procurando a definição de diversidade.
Eis minha pergunta para aqueles que não largam a diversidade e inclusão. Quanto menos coisas em comum as pessoas têm umas com as outras, melhor elas vivem?
Mulheres, por exemplo, têm menos chance de conseguirem marchar por 20km durante cinco horas carregando uma arma de 35kg. Elas também têm menos chance de conseguirem rastejar, correr, desviar de obstáculos e carregar um camarada ferido de 80kg, juntamente com sua própria carga.
E por que mesmo assim se diz que o exército tiraria proveito da diversidade se incluísse soldados que conseguem e os que não conseguem marchar por 20km em cinco horas carregando uma arma de 35kg?
De acordo com o dicionário Oxford, diversidade é “a prática ou o caráter de incluir ou envolver pessoas de diferentes origens sociais e éticas e de diferentes sexos, orientações sexuais, etc”.
A definição acrescenta a esmo que “igualdade e diversidade devem ser apoiadas por si só”.
A definição padrão dada para a palavra “inclusão” é o envolvimento ou o empoderamento nos quais o valor e dignidade inerentes a todos os povos são reconhecidos.
“Williams, o exército é uma exceção!”, diz você.
E quanto ao idioma?
A Organização Internacional de Aviação Civil determina que todos os controladores de tráfego aéreo, bem como os tripulantes de voos internacionais devem ser proficientes em inglês como língua comum.
De acordo com a UNESCO, há cerca de 7.000 idiomas no mundo. A Organização Internacional de Aviação Civil poderia promover a inclusão idiomática exigindo que houvesse um rodízio de idiomas.
Em alguns anos o cebuano (família idiomática malásia-polinésia) e em outros o kinyarwanda (da família idiomática niger-congolesa) podiam ser o idioma comum dos pilotos e controladores de voo.
Tenha em mente que as pessoas dizem que o maior benefício da diversidade e inclusão é o fato de elas promoverem uma sensação de pertencimento. Esses conceitos valorizam e põem em prática o respeito pelas diferenças de talento, crença e estilo de vida das pessoas.
Outra questão importante é o que fazer com as pessoas que defendem a não-diversidade e a não-inclusão.
O líder do movimento em defesa dos direitos civis Jesse L. Jackson disse: “Aplaudo o compromisso do comissário Adam Silver com a diversidade e inclusão dentro da NBA”.
Na temporada 2018-2019, mais de 33% dos times da NBA tinham técnicos negros. Os assistentes técnicos negros eram mais de 42%. 82% dos jogadores da NBA são negros.
Diante dessas estatísticas, Oris Stuart, o responsável pela diversidade e inclusão na NBA, disse que “a diversidade, a inclusão e a igualdade são fundamentais em todos os aspectos do nosso esporte e nosso negócio”.
Gostaria que Jackson e outros que dizem que há diversidade e inclusão racial no basquete profissional que defendessem seu ponto de vista. A mesma pergunta se aplica ao futebol americano profissional, no qual 70% dos jogadores são negros, assim como 9% dos técnicos.
A questão controversa aqui é: o que se pode fazer para que o basquete e o futebol americano profissionais reflitam mais a população norte-americana?
Academia
Boa parte da insanidade quanto à diversidade e inclusão tem raízes na academia.
Um exemplo disso é uma tese intitulada “O equilíbrio nas notas com implicações para os interesses femininos nas disciplinas de exatas”, escrita pelo professor da Escola Naval de Pós-graduação Thomas Ahn, o professo de economia da Universidade de Duke Peter Arcidiacono, a pesquisadora da Universidade de Duke Amy Hopson e James R. Thomas, da Comissão Federal do Comércio.
Os autores argumentam que os currículos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática nas universidades têm poucas mulheres matriculadas por causa da dificuldade em se obter notas boas nessas áreas.
A solução deles para aumentar a quantidade de mulheres nas chamadas ciências exatas é padronizar as notas, de modo facilitar a obtenção delas. A insanidade dessa solução é que ela não só diminui o nível de exigência para mulher mas também para todos os outros alunos.
Essa é mais uma prova de que George Orwell tinha razão quando disse que “há algumas ideias tão absurdas que somente um intelectual pode acreditar nelas”.
Walter E. Williams é colunista do Daily Signal e professor de economia na George Mason University.