O britânico Nick Pope, 54 anos, é uma celebridade no mundo da ufologia, presença constante em programas sobre o assunto produzidos por emissoras como History Channel e National Geographic. Pope trabalhou por 21 anos no Ministério da Defesa do Reino Unido, sendo três desses anos à frente do departamento de estudos de UFOs (unidentified flying object, sigla em inglês para óvnis, Objetos Voadores não-identificados), o UFO Desk. O departamento foi mantido pelo governo britânico no início dos anos 1990 especialmente para o estudo desses fenômenos. Desde que deixou a função, em 2006, ele se dedica a atividades como conferencista e radialista, sempre em produções sobre alienígenas.
Na noite de terça-feira, Pope foi ovacionado pela plateia da etapa de Porto Alegre do UFO Summit Brazil - que já passou por Recife e, na sequência, estará ainda em São Paulo e neste sábado (23) Curitiba. Antes da apresentação, ele concedeu a seguinte entrevista.
Com a experiência de quem trabalhou para o Ministério da Defesa britânico, você identifica que fenômenos considerados ufológicos são mais vistos como ameaças em potencial ou como possibilidades de comunicação?
Tudo relacionado ao espaço aéreo era de nosso interesse. O governo quer saber de todos os objetos que estão voando. Pelo menos para ter conhecimento sobre a segurança aérea. Então, nós realmente consideramos (como ameaças em potencial). É a mentalidade militar: considerar algo uma ameaça até que se possa mostrar que não é.
Melhor ficar aliviado do que assumir que não há ameaça e, então, ser surpreendido. Não significa que pensamos que UFOs, o que quer que sejam, sejam maus ou hostis. É simplesmente que a filosofia militar é "estar preparado".
Você sabe de algum governo que tenha criado mecanismos de defesa contra possíveis extraterrestres? Ou a tentativa, se ao menos se pode considerar que há alguma, é de dialogar?
Não há plano governamental para uma invasão alienígena. Precisaríamos adaptar planos de guerra existentes. Há iniciativas científicas na tentativa de comunicação, geralmente envolvendo astronomia de rádio, para enviar ou captar sinais.
Oficialmente, não há iniciativas governamentais de comunicação com extraterrestres. Geralmente, quem toma a frente são os cientistas. E eles estão desenvolvendo o Square Kilometre Array, o maior telescópio do mundo capaz de captar ondas de rádio (no espaço). Há outros telescópios capazes disso.
A qualquer momento, podem captar um sinal. E isso traz a questão: poderíamos entender esse sinal? Responderíamos? O que diríamos? Quem falaria pelo planeta Terra?
Há muitas perguntas interessantes a respeito. Com descobertas recentes sobre o universo, inclusive a divulgação constante de planetas potencialmente habitáveis fora do Sistema Solar, você nota que as pessoas têm tido uma tendência maior a acreditar que há vida inteligente além da Terra?
Quando eu era criança, nem tínhamos certeza de que havia outros planetas orbitando outras estrelas (como o Sol). Agora, por causa de descobertas científicas, há uma percepção mudando, uma expectativa muito maior de que é apenas questão de tempo até que consigamos descobrir vida extraterrestre. Ou que ela nos descubra.
Provavelmente em um ano, talvez até apenas alguns meses, se confirme vida microbial — não vida inteligente — em Marte, ou em Europa (um dos quatro satélites naturais do planeta Júpiter), ou em Encélado (sexto maior satélite natural de Saturno), em algum lugar do nosso Sistema Solar. E claro que isso seria muito interessante, mas o que me interessa mais ainda é a possibilidade de encontrar outras civilizações.
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