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82% recebem Bolsa Família

Eleitora de Lula, cidade maranhense tem só dez pessoas trabalhando na iniciativa privada

Segundo o Ministério da Cidadania, até o fim de agosto, 8.958 dos 10.873 fernandenses recebiam algum benefício federal, totalizando um investimento de R$ 1.970.889,00
Segundo o Ministério da Cidadania, até o fim de agosto, 8.958 dos 10.873 fernandenses recebiam algum benefício federal, totalizando um investimento de R$ 1.970.889,00 (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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Na cidade maranhense de Fernando Falcão, apenas dez pessoas trabalham na iniciativa privada, de uma população total de 11 mil habitantes. Os outros 333 trabalhadores com ocupação formal estão na lista de servidores públicos municipais. Já o restante se divide entre agricultores, empresários (enquanto o Cadastro Central de Empresas do IBGE fala em 27 empresas ativas, o Painel do Mapa de Empresas do Governo Federal afirma que há 122 empresas ativas na cidade, sendo 12 filiais e 110 matrizes, entre as quais mais da metade, ou 61, são MEIs), e a grande maioria (82%) é beneficiária de transferências do Programa Bolsa Família.

Segundo o Ministério da Cidadania, até o fim de agosto, 8.958 dos 10.873 fernandenses recebiam algum benefício federal, totalizando um investimento de R$ 1.970.889,00 (uma média de R$ 220 por pessoa ou R$ 785 por família). O município, que somou 78% de votos em Lula no segundo turno das últimas eleições, amarga o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado mais pobre do Brasil – governado duas vezes por Flávio Dino – ficando em um patamar comparável ao de países miseráveis como Afeganistão, Etiópia e Serra Leoa.

O empresário Antonio Wecto Carvalho, que tem um depósito de materiais para construção na cidade, conta que “neste novo governo” o comércio está mais fraco, com uma queda de 60% das vendas neste mês, em relação ao mesmo período do ano anterior. “Ano passado eu não trabalhava com material grosso (tijolo e telha). Hoje eu tenho, e ainda assim a venda caiu. Aqui como a cidade é pequena… o Brasil todo está sofrendo com a queda do gado de corte. Querendo ou não, o gado é o carro chefe, principalmente no interior. O que fazia girar o comércio era a compra e venda de gado. E hoje fracassou. Quem morava no interior e criava um gadinho, hoje para vender é a maior dificuldade e fica nisso: dependendo só de Bolsa Família e aposentadoria. Se você pegar o número de empresas registradas em Fernando Falcão é um dos piores do Brasil”, afirma.

Segundo ele, parte da pobreza da cidade está ligada à questão indígena, já que "eles têm apoio do governo”, “produzem muito pouco e vivem só de Bolsa Família”. “Eles têm um cartão e tiram um valor x de mercadoria e deixam o cartão penhorado. O dono do comércio saca o dinheiro", afirma.

Para conferir um raio-x completo do município, leia a reportagem aqui.

(Colaborou David Ágape)

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