Não é segredo para ninguém o fato de o bilionário e engenheiro Elon Musk ser uma espécie de ícone cultural. Como CEO da SpaceX e da Tesla, fundador da Boring Company e cofundador de mais um punhado de empresas, Musk agora tem mais uma coisa para se exibir — ele se tornou (brevemente) o homem mais rico do mundo. Superando Jeff Bezos, da Amazon, Elon Musk alcançou esse patamar na semana passada, amealhando uma fortuna estimada em mais de US$185 bilhões.
É um feito e tanto, mas o mais impressionante é como Musk construiu sua fortuna. Muitos progressistas se apressam em criticar pessoas que se tornaram bilionárias, sugerindo que ninguém deveria ter a possibilidade de acumular tanto capital enquanto outros vivem abaixo da linha da pobreza. Geralmente o que se esquece nessas discussões é o bem que esses empreendedores geram para os outros e para a sociedade como um todo.
Ainda que a narrativa de que Musk alcançou o sucesso explorando os outros possa ser popular, parece haver uma profunda desconexão entre a teoria e a realidade. Juntamente com sua riqueza pessoal, Musk criou incontáveis postos de trabalho, doou milhões de dólares para instituições de caridade e chefiou projetos tecnológicos e de engenharia que antes pareciam impossíveis. Os avanços importantes proporcionados por Musk abrem caminho para o progresso dentro e fora de suas empresas.
Em vez de condenarmos Musk, deveríamos analisar seu caminho de prosperidade. Ainda que a Tesla tenha de fato recebido subsídios, há lições a se aprender aqui, e entre elas está a lição sobre o poder de se assumir riscos. Afinal, se o governo pretende se envolver com a iniciativa privada, que seja incentivando a inovação, e não punindo ou regulamentando exageradamente os empreendedores.
Em 2003, quando os veículos eram considerados apenas um nicho de mercado, Elon Musk fundou a Tesla, sua famosa empresa de carros elétricos. Com uma estratégia de marca heterodoxa e muito luxo, a Tesla contribuiu significativamente para a popularização dos veículos elétricos no século XXI.
Desde a fundação da Tesla, a produção de veículos elétricos, assim como a infraestrutura necessária para a existência deles, cresceu astronomicamente. Desde 2003, os EUA ultrapassaram a marca de um milhão de veículos elétricos vendidos e a infraestrutura não para de se expandir. A Tesla abriu caminho para que outras fabricantes entrassem nesse mercado moderno. O crescimento do setor superou as expectativas iniciais e, assim, acelerou nosso caminho a um futuro mais limpo.
Musk, claro, não tinha como saber disso há 17 anos, ao assumir o risco e fundar a Tesla. Os empreendedores geralmente se antecipam às tendências de mercado com seus produtos, o que é a beleza do livre mercado. Por causa da Tesla e outras empresas do tipo, os consumidores têm mais escolhas.
Historicamente, a inovação é impulsionada por pessoas como Musk, e não por entes governamentais. Os inovadores costumam ser criticados por seu sucesso, apesar de estarem à frente das iniciativas que os esquerdistas pedem que sejam confiscadas pelo governo. A diferença é que os empreendedores assumem riscos com recursos próprios e enfrentando as consequências, enquanto o governo age à custa dos contribuintes e das liberdades pessoais.
O fundamental é que Musk não acatou a exigência governamental de que houvesse uma produção mínima de carros elétricos por ano nem se apoiou na extinção dos veículos a gasolina até 2035, como determinou o governo da Califórnia ano passado. Não, Musk criou a Tesla porque teve uma ideia que, acreditava, beneficiaria e atrairia os consumidores. Para a sorte dele, o mercado reagiu entusiasmadamente e a Tesla se tornou uma marca conhecida em menos de duas décadas.
Musk é um pioneiro e assumiu riscos que outras pessoas não estavam dispostas a assumir, criando empregos, melhorando a sociedade e chefiando importantes projetos tecnológicos e de pesquisa ao longo do processo. Ele foi bem-sucedido porque é movido por algo que não tem nenhum efeito sobre o governo – o desejo de criar com base na ambição, curiosidade e atendendo às demandas do mercado, e não por decreto ou lei.
Danielle Butcher é vice-presidente executiva da American Conservation Coalition (ACC) e membro do Independent Women’s Forum (IWF).