A edição mais recente do semanário satírico francês "Charlie Hebdo" publicou em sua capa uma ilustração da primeira-ministra britânica, Theresa May, decapitada e segurando a sua cabeça.
Na ilustração, o "Charlie Hebdo" ridiculariza a declaração da primeira-ministra após o ataque que deixou oito mortos na ponte de Londres, no sábado (2). Ela disse que "já basta" de terrorismo e afirmou que o Reino Unido foi demasiado tolerante com radicais. O título do semanário é "multiculturalismo inglês".
Líder do Partido Conservador, Theresa May busca nas eleições gerais desta quinta-feira (8) se manter no poder e aumentar sua base de apoio no Parlamento. Ela é favorita para vencer o pleito.
Há na mesma edição do "Charlie Hebdo" um cartum ridicularizando o atentado: um grupo de pessoas corre pelo Big Ben, uma delas segurando uma cerveja, com a legenda "dicas de emagrecimento pelo Estado Islâmico". A organização terrorista reivindicou o ataque.
Histórico
O "Charlie Hebdo" tem um histórico de fazer piadas com tragédias como esta. Em setembro do ano passado, o semanário publicou uma ilustração retratando as vítimas de um terremoto na Itália como pratos de massa.
No desenho, um homem ferido aparecia como macarrão ao molho de tomate. Uma mulher queimada, como penne gratinado. Corpos esmagados por destroços eram identificados na legenda como uma lasanha. O tremor deixou 299 mortos.
O "Charlie Hebdo" é um veículo tradicional e prestigioso na França, e faz parte de uma tradição de humor na imprensa na qual se insere também o "Le Canard Enchainé", que teve um importante papel nas últimas eleições presidenciais ao denunciar um escândalo de corrupção no partido conservador.
O semanário foi atacado em janeiro de 2015, quando extremistas mataram 12 pessoas após um cartum ridicularizar o profeta Maomé.
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