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Perfomance que gerou polêmica é a La Bête, em que coreógrafo carioca Wagner Schwartz fica nu e pode ter o corpo manipulado pelo público | Divulgação
Perfomance que gerou polêmica é a La Bête, em que coreógrafo carioca Wagner Schwartz fica nu e pode ter o corpo manipulado pelo público| Foto: Divulgação

O prefeito de São Paulo, João Doria, publicou neste sábado (30) um vídeo condenando a performance do artista Wagner Schwartz no MAM (Museu de Arte Moderna), na capital paulista, e a mostra "Queermuseu", realizada pelo Santander Cultural em Porto Alegre. "Afrontam o direito, a liberdade e, obviamente, a responsabilidade", diz Doria. 

Ele chamou de "libidinosa" e "absolutamente imprópria" a performance artística no MAM. "Peço que queles que promovem a arte no Brasil tenham consciência de que é preciso respeitar àqueles que frequentam os espaços públicos."

No caso do MAM, a polêmica surgiu após fotos e vídeos da apresentação, realizada na terça (26), viralizarem na internet. Nelas, o coreógrafo carioca Wagner Schwartz apresenta "La Bête", em que seu corpo nu pode ser manipulado pelo público. A performance evoca um "Bicho", obra manipulável da artista Lygia Clark (1920-1988). 

Num desses vídeos, aparece uma criança, com a mãe, mexendo nas mãos e nos pés do artista nu, e desencadeou uma onda de acusações de incitação à pedofilia. 

O Ministério Público de São Paulo abriu investigação para apurar se houve crime ou violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por parte da instituição, do artista ou da mãe da menina. 

O MAM afirma que havia sinalização alertando sobre nudez e diz que "o trabalho não tem conteúdo erótico". O museu ressaltou ainda que a criança estava com a mãe e lamentou "manifestações de ódio e de intimidação". 

Procurado pela reportagem, o curador do museu, Felipe Chaimovich, afirmou que a exposição não será fechada e que a performance "não tinha nenhum caráter erótico". 

Outros casos

A polêmica em torno da performance no MAM vem na sequência do fechamento da mostra "Queermuseu", pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, após campanha bem-sucedida de boicote à exposição promovida por grupos conservadores. 

Em Campo Grande (MS), um delegado da Polícia Civil ordenou o confisco de um quadro em uma mostra. Em Jundiaí (SP), um juiz proibiu a apresentação de uma peça que tem uma atriz transgênero no papel de Jesus. 

Nesta quinta (28), em recomendação endereçada ao Santander Cultural, o Ministério Público Federal do RS afirmou que o fechamento de uma exposição remete a "situações perigosas da história, como o período nazista". O MPF recomendou "a imediata reabertura da exposição", sob pena de "adoção das medidas judiciais cabíveis". 

O Santander reafirmou que a mostra não será reaberta.

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