Nos Estados Unidos o horário de verão - chamado daylight saving time - dura quase o ano todo. São praticamente oito meses com os relógios adiantados em uma hora. Este ano começou no dia 10 de março e só terminará no dia 3 de novembro.
Dos 50 estados americanos, apenas dois não adotam o horário de verão, Arizona e Havaí. Enquanto isso, na Flórida e na Califórnia existem iniciativas para transformar o daylight saving time no horário oficial durante o ano todo. Por sinal, em 2018, a Flórida aprovou uma lei para que o horário de verão permaneça durante os 12 meses, mudança esta que depende de uma aprovação federal. “Estudos já demonstraram inúmeros benefícios em manter o horário de verão durante o ano todo. Foi por isso que a votação foi esmagadora (Na Assembléia Legislativa venceu por 103 a 11 e no Senado Estadual por 33 a 2) para que a mudança seja permanente”, disse o senador democrata Marco Rubio (Republicano da Flórida), que em março deste ano apresentou uma proposta no Congresso para que a oficialização do horário de verão não ocorra só na Flórida, mas em todo os Estados Unidos.
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Os políticos da Flórida que votaram a favor da mudança apresentaram uma série de benefícios para justificar o voto. Em um documento enviado à imprensa defenderam que o horário de verão diminui o número de acidentes de carro, reduz o risco de problemas cardíacos e depressão, que há uma diminuição em 27% no número de assaltos (números de 2015) e que a atividade econômica tem uma queda entre 2,2% e 4,9% quando o relógio volta ao horário oficial. Os argumentos são similares aos usados pelos políticos da Califórnia que também discutem no legislativo estadual a mudança permanente no horário.
Contra
Mas e o que dizem os contrários ao daylight saving time? Afinal, o outono e o inverno não vão deixar de existir e se o relógio estiver adiantado em uma hora, as manhãs vão permanecer escuras e frias por mais tempo. Por isso, a Associação Nacional de Pais e Mestres já se posicionou contra a mudança permanente alegando, principalmente, fatores de segurança. Um dos motivos apresentados é de que crianças que tenham que caminhar até o ponto de ônibus de manhã no escuro estarão mais expostas ao frio e a acidentes.
O setor agrícola é outro que não apoia a mudança permanente. Estudos também apontam problemas causados pelo simples fato de se adiantar ou atrasar o relógio, causando distúrbios no sono e potencializando quadros de depressão.
História
A história do horário de verão nos Estados Unidos começou há mais de um século, em 1918. Alemanha e Inglaterra já haviam adotado a mudança em 1916 para economizar carvão na produção de energia elétrica durante a I Guerra Mundial.
Até a década de 60 o horário de verão não era padronizado, e as cidades americanas tinham autonomia para definir se iriam fazer a mudança e quando a fariam. O estado de Iowa chegou a ter 23 datas de início e término do horário de verão, dependendo da cidade em que você estava era preciso adiantar ou atrasar o relógio. A padronização só aconteceu em 1966.
Atualmente Califórnia e Flórida, os estados que mais defendem uma mudança permanente e que contam com extensas regiões litorâneas, alegam que uma hora a mais por dia promoverá o turismo durante todo o ano.
Já o argumento sobre a economia de energia provocada pela mudança está cada vez mais em desuso. No próprio documento enviado por políticos que votaram a favor na Flórida, a questão energética é tratada como uma questão secundária. “A economia é de energia é de 0,5% por dia. Estudos apontam que é uma economia mínima, mas apesar de pequena, ela ocorre”.