Rara imagem da explosão, esta em Nagasaki: norte-americanos destruíram boa parte das fotografias do dias das explosões| Foto: Nagasaki Atomic Bomb Museum/EPA

As explosões que arrasaram Hiroshima e Nagasaki foram rápidas, duraram poucos segundos, de acordo com cientistas, mas foram resultado de uma tensão entre norte-americanos e japoneses que se estendia por anos. De um lado, uma potência democrática de poderio bélico e econômico, que queria a manutenção das colônias ocidentais na Ásia; de outro, um Japão imperial com uma forte política expansionista.

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Confira, cronologicamente, como se desenvolveu a tensão que levou os Estados Unidos a usarem artefatos tão destrutivos contra os orientais:

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1936

O Japão se alia à Alemanha de Hitler para combater o comunismo -- na prática, a União Soviética. O interesse japonês, que vivia um regime autoritário e expansionista, era dominar territórios chineses e soviéticos; os alemães tinham pretensões semelhantes para boa parte da Europa.

1937

O Japão invade a China, iniciando a guerra sino-japonesa no Pacífico.

1939

Começa oficialmente a Segunda Guerra na Europa. O marco zero foi a invasão alemã na Polônia.

1940

Alemanha, Itália e Japão assinam o pacto tripartite, formando o grupo conhecido como Eixo.

1941

Japão intensifica presença na China, ocupando quase um sexto do seu território, e desembarca em colônias ocidentais na Ásia. Norte-americanos e japoneses já viviam em tensão por conta destas disputas coloniais. Para evitar uma expansão do império oriental, os Estados Unidos impõem sansões econômicas ao país -- com embargo de petróleo e minerais, fundamentais para a indústria bélica.

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1941

No dia 7 de dezembro o Japão bombardeia a base naval norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí. O local era sede da frota norte-americana. Para alguns historiadores, um ataque surpresa; para outros uma consequência inevitável da polarização asiática entre EUA e Japão. Imediatamente após o ataque, os Estados Unidos entram oficialmente na Segunda Guerra, formando aliança com soviéticos, britânicos, franceses e chineses.

1945

Em 30 de abril, após derrotas seguidas e o eminente fracasso, Hitler comete suicídio. Os alemães se rendem às tropas aliadas de fato em 8 de maio, data celebrada, pelo menos na teoria, como a do fim da Segunda Guerra. Os japoneses, no entanto, continuam a resistir, ainda que com número de soldados bem reduzidos e armamentos quase obsoletos.

1945

No dia 6 de agosto, os EUA lançam a primeira bomba atômica em território japonês, na cidade de Hiroshima; três dias depois, a segunda bomba é lançada, desta vez em Nagasaki. O motivo de usar um artefato tão destrutivo contra um país praticamente rendido divide historiadores. A teoria mais aceita aponta que americanos queriam mostram seu potencial bélico e, com isso, evitar qualquer insurgência pós-guerra. Outra corrente, porém, defende que, ironicamente, as bombas evitaram que o conflito se arrastasse e pouparam milhares de vidas que seriam perdidas devido a isso.

1945

No dia 14 de agosto, os japoneses anunciam sua rendição. A vitória transforma União Soviética e Estados Unidos em maiores potências mundiais. Ambos os países dão início à corrida nuclear e ao período de rivalidade econômica, ideológica e tecnológica conhecido como Guerra Fria.

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