Para David Horowitz, as pessoas precisam se envolver na política e defender a si mesmas e suas liberdades, ou elas certamente as perderão.| Foto: Reprodução/Facebook
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O avanço da esquerda poderá trazer consequências nefastas para a liberdade e a igualdade no Ocidente. É o que defende David Horowitz, autor do livro Dark Agenda: The War to Destroy Christian America [Pauta sombria: a guerra para destruir os Estados Unidos cristão].

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No livro, Horowitz afirma que a esquerda tem uma agenda para destruir a América cristã e que isso precisa ser impedido. Segundo o autor, o movimento esquerdista e seus aliados radicais preveem um novo milênio em que o cristianismo será banido. Nesse cenário, todas as liberdades poderão perecer. “A agenda marxista tem apenas um fim: um Estado policial totalitário”, diz Horowitz.

“Os esquerdistas são fanáticos vingativos. Em nome de um futuro de redenção, eles procuram suprimir todos os que discordam de suas visões políticas”, crava.

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Confira a seguir a entrevista completa com o autor:

No seu livro, você diz que os valores cristãos estão na essência da democracia americana. Conte-nos mais sobre esses valores. Como eles formam a espinha dorsal da democracia americana?

Das pessoas que se estabeleceram na América do Norte e criaram os Estados Unidos da América, 98% eram cristãos protestantes. Toda liberdade e valor que os americanos prezam – igualdade, liberdade para todos, tolerância e inclusão – tiveram origem como ideias cristãs, especificamente ideias cristãs protestantes. Antes da Reforma, os cristãos só podiam entrar no céu por meio da Igreja Católica e seu sacerdócio. Todas as igrejas e religiões, porém, são instituições humanas, sujeitas à corrupção humana. Os reformadores protestantes estavam se rebelando contra as corrupções da Igreja Católica.

Uma doutrina central de sua revolta era “o sacerdócio de todos os crentes”, a ideia de que todos estão em pé de igualdade em termos de confrontar seus criadores individualmente, sem o intermediário de uma igreja ou de um padre. Esse é o conceito revolucionário que criou os Estados Unidos. Ele estabeleceu a igualdade de todos os filhos de Deus. Isso incluía escravos negros, e é por isso que os Estados Unidos foram pioneira na libertação dos escravos.

Em seu livro, você diz que os progressistas estão planejando uma guerra contra os Estados Unidos cristão. Como surgiu essa guerra? Quais são as tensões por trás disso?

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A esquerda, que nunca abandonou sua estrutura marxista, odeia os Estados Unidos e odeia a Constituição americana, por isso também odeia o cristianismo e, na verdade, a tradição judaico-cristã. A santidade da alma humana é um anátema à esquerda cuja visão de mundo elimina o indivíduo em favor de classes, raças, gêneros e patriarcados. Essas categorias não são a fonte dos nossos problemas sociais. Nós somos indivíduos. A corrupção do indivíduo é que é a fonte da injustiça, e é por isso que as utopias da esquerda são impossíveis e destrutivas. O que a ideologia esquerdista faz é dar às mesmas pessoas que causaram os nossos problemas um enorme poder para criar problemas ainda maiores. É por isso que os socialismos marxistas são os piores e mais opressivos regimes da história da humanidade.

Quais são alguns dos esforços ou iniciativas da esquerda progressista contra o cristianismo hoje em dia? Como podemos esperar que eles cresçam e se espalhem?

Os esquerdistas são fanáticos vingativos. Em nome de um futuro de redenção, eles procuram suprimir todos os que discordam de suas visões políticas. A principal tática da esquerda política, liderada pelas organizações da comunidade LGBTQ, é forçar as pessoas religiosas a violar suas consciências e, por exemplo, distribuir contraceptivos.

O governo Obama entrou com processos judiciais caros contra uma instituição de caridade católica chamada Little Sisters of the Poor [Irmãzinhas dos Pobres] – uma organização que remonta ao século XVI. As Irmãzinhas eram freiras pregando a mulheres pobres idosas – todas que já passaram da idade de criação de filhos. No entanto, Obama decidiu forçá-las a distribuir contraceptivos para suas clientes idosos. O processo de Obama não tinha lógica, exceto a perseguição aos cristãos por causa de suas crenças. Existem legiões de ataques contra cristãos pela esquerda exatamente como esse.

Por que a esquerda pretende destruir os Estados Unidos cristão? Qual é o principal objetivo da esquerda em destruir o cristianismo? 

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Os revolucionários consideram a religião uma inimiga do progresso e a máscara da opressão. Na Rússia, os discípulos de Marx removeram o ensino religioso das escolas, proibiram críticas de ateus e agnósticos e queimaram 100 mil igrejas. Quando os padres exigiram liberdade religiosa, eles foram condenados à morte. Entre 1917 e 1935, 130 mil sacerdotes ortodoxos russos foram presos, 95% dos quais foram executados por fuzilamento.

Os radicais na América hoje não têm poder político para executar pessoas religiosas e destruir seus templos de culto. No entanto, eles declaram abertamente seu desejo de aniquilar a religião. A missão da esquerda é destruir a democracia liberal dos Estados Unidos e substituí-la por um Estado policial marxista. Os cristãos e as ideias do cristianismo estão no seu caminho.

O que seria dos Estados Unidos se a esquerda conseguisse acabar com o cristianismo? O que isso representa para outros países?

A agenda marxista tem apenas um fim: um Estado policial totalitário. É claro que os marxistas negarão isso. Mas toda revolução marxista teve apenas um resultado: um Estado policial totalitário. O que a esquerda diz soa muito bem, mas, na prática, funciona muito mal. O socialismo matou 100 milhões de pessoas nos últimos 70 ou 80 anos em tempos de paz. Ideias de esquerda e programas de esquerda são ruins para as pessoas pobres. Eles são simplesmente ruins. As ideias parecem muito boas. A justiça social é uma ideia maravilhosa, mas, quando você tenta colocá-la em prática, produz Estados policiais como a União Soviética.

Os marxistas dizem que a religião é o ópio do povo e estudos mostram que há uma probabilidade maior de os esquerdistas não sejam religiosos. Você acredita que a esquerda é inerentemente contra o cristianismo? Como esse relacionamento funciona?

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Essa é uma atitude marxista típica. Se você não concorda com eles, está sob o efeito de drogas ou, de alguma maneira profunda, tem problemas. Por isso, eles tentam colocá-lo em instituições – manicômios e gulags – que acabarão com sua capacidade de prejudicar a si e aos outros. Os esquerdistas têm desprezo pelo que as outras pessoas pensam. Eles acham que sabem mais do que todos e não têm vergonha de criticar os direitos e as atitudes de todos.

Você já fez parte da esquerda progressista. O que o afastou desse lado do espectro político?

Quando estava na faculdade, eu estava interessado em ser um revolucionário marxista. Entrei em 1955, durante a era McCarthy, e a atmosfera de esquerda já estava na universidade. Nenhum dos meus professores fazia comentários políticos na sala de aula. Por outro lado, escrevi artigos marxistas e nenhum deles me expôs da maneira como os estudantes conservadores costumam ser expostos.

Naquela época, meus pais eram comunistas. Eu era marxista. Eu participei da NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor, uma das mais antigas e mais influentes instituições a favor dos direitos civis de minorias raciais nos Estados Unidos). Essa foi a organização mais radical que tivemos nos anos 50. Depois fui para a Inglaterra e trabalhei na Bertrand-Russell Peace Foundation, que organizou o tribunal de crimes da Guerra do Vietnã.

O rompimento com a esquerda aconteceu quando percebi que os progressistas não se importam com as pessoas que afirmam representar e defender. Para mim, foi a Guerra do Vietnã que me ensinou isso. Quando os EUA retiraram seus soldados e os comunistas vitoriosos mataram dois milhões e meio de camponeses indochineses, não houve uma manifestação esquerdista para protestar. Então eu disse: “Estou envolvido em um movimento verdadeiramente maligno e preciso repensar tudo em que acreditei”.

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Em 2018, os brasileiros elegeram um presidente conservador e vimos um aumento da representatividade cristã na política. Até que ponto esse movimento os protege da “guerra contra o cristianismo”? Caso contrário, o que devemos fazer – e outros países – ou até aprender com os EUA para parar esta guerra?

As pessoas precisam se envolver na política, se levantar e defender a si mesmas e suas liberdades, ou elas certamente as perderão. Quanto tempo os comunistas levaram para destruir a Venezuela?

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]