Uma camiseta ‘Jail Fauci’ [Cadeia para Fauci] é usada por um membro da plateia durante uma audiência do Subcomitê da Câmara dos EUA sobre a Pandemia do Coronavírus, que investiga as origens da COVID -19, Washington DC, EUA, 18 de abril de 2023.| Foto: EFE/EPA/WILL OLIVER
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Um conselheiro de alto nível de Anthony Fauci no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), um departamento dentro dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), parece ter tentado evitar a transparência usando seu e-mail pessoal e deletando correspondências relacionadas às origens da pandemia de Covid-19, mostram e-mails enviados em um memorando do Comitê Seletivo da Câmara dos EUA sobre a Pandemia de Coronavírus.

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David Morens, conselheiro sênior do diretor do NIAID desde 1998, escreveu em 24 de fevereiro de 2021, que ele “aprendeu com a nossa moça do FOIA aqui como fazer a maioria dos e-mails desaparecerem depois que sou intimado, mas antes da busca começar, então acho que estamos todos seguros”, acrescentando que ele “deletou a maioria desses e-mails anteriores depois de enviá-los para o Gmail”. [Nota do Tradutor: FOIA significa Freedom Of Information Act, lei americana semelhante à Lei de Acesso à Informação brasileira. Ou seja, o assessor de Fauci está dizendo que burlou a lei americana para não enviar os emails requisitos via FOIA]

Em novembro daquele ano, Morens escreveu que “seu Gmail agora está seguro contra a FOIA” e pediu que “NADA seja enviado para mim, exceto para o meu Gmail”. Ele havia escrito anteriormente que “aprendeu os truques no ano passado com uma velha amiga, Marg Moore, que chefia nosso escritório de FOIA e também odeia FOIAs”.

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Em um e-mail de 16 de junho de 2020, Morens escreveu que “somos todos inteligentes o suficiente para saber nunca ter armas fumegantes, e se tivéssemos, não as colocaríamos em e-mails e, se as encontrássemos, as deletaríamos”.

Muitas das comunicações divulgadas pelo comitê foram entre Morens e o presidente da EcoHealth Alliance, Peter Daszak, o líder da organização sem fins lucrativos que supervisionou a pesquisa sobre coronavírus em morcegos no Instituto de Virologia de Wuhan. Daszak testemunhou no comitê no início de maio em uma aparição amplamente escrutinada, após a qual o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos suspendeu o financiamento governamental para sua organização.

E-mails publicados no memorando do comitê mostram Morens ajudando Daszak a editar uma carta em resposta à notícia da primeira rescisão do subsídio da EcoHealth pelos NIH em 2020, escrevendo que ele havia “anexado algumas edições para consideração” e achava que a carta salientava “os pontos certos” e apresentava “um caso sólido”.

Mais tarde, Morens escreveu uma carta para a membro do conselho da EcoHealth, Nancye Green, em nome de Daszak, tentando garantir a segurança do emprego de Daszak. Ele escreveu que queria “colocar uma palavra a favor de Peter e da equipe da EcoHealth, e todo o grande trabalho que eles têm feito”, mas que ele e Green tinham “que manter todas as comunicações desse tipo em e-mails privados para que não possam ser recuperados via FOIA”.

Morens também escreveu sobre um “canal de comunicação secreto” para ajudar Fauci e Daszak a evitar que suas comunicações viessem à tona e disse que poderia “ou enviar coisas para Tony em seu Gmail privado, ou entregá-las a ele no trabalho ou em sua casa”, acrescentando que Fauci era “inteligente demais para permitir que colegas lhe enviassem coisas que poderiam causar problemas”.

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Em agosto de 2020, uma vez que o subsídio da EcoHealth pelos NIH foi restaurado, Morens perguntou a Daszak se ele receberia um “retorno” por defender Daszak, ao que o presidente da EcoHealth respondeu: “é claro que há um retorno”. Muitas das correspondências entre os dois envolviam Morens fornecendo a Daszak informações sobre o status do subsídio dos NIH para a EcoHealth.

Morens testemunhou na frente do Comitê Seletivo da Câmara sobre a Pandemia de Coronavírus nesta quarta-feira (22) à tarde, alegando que suas referências ao “canal de comunicação secreto” e ao “retorno” eram meramente piadas e dizendo que ele não percebeu que os e-mails que enviou de sua conta pessoal constituíam negócios oficiais do governo.

Ele disse que a menção de um “retorno” era simplesmente “humor negro típico entre pessoas como Peter e eu e outras pessoas que aparecem nesses e-mails”.

“Eu não fiz nada que achasse que fosse um negócio oficial”, Morens disse ao comitê. “Entendo agora que há alguma discrepância entre o que eu pensava e o que vocês podem pensar sobre o que é um negócio oficial” e que ele “pensava que todas essas coisas [que] estava fazendo a partir de [seu] e-mail privado – Gmail privado – estavam fora do domínio do meu trabalho oficial como cidadão privado”.

Quando a deputada Jill Tokuda (Partido Democrata, Havaí) perguntou diretamente a Morens se ele já havia “conduzido negócios governamentais através de suas contas de e-mail pessoais”, Morens sustentou que não tinha entendimento de que essas comunicações estavam dentro de sua capacidade como funcionário do governo.

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“Alguns dos e-mails que vi que vocês forneceram parecem bastante incriminadores”, Morens disse ao comitê. “Eu não sei o que são. Não me lembro deles. Mas sim, parece que cometi um erro em mais de uma ocasião, mas certamente não era minha intenção fazer isso.”

A deputada Debbie Lesko (Partido Republicano, Arizona) então leu uma lista de e-mails de Morens e perguntou se ele gostaria de mudar seu depoimento anterior de que ele não usou intencionalmente seu e-mail pessoal para conduzir negócios governamentais.

“O contexto é que esta comunicação por Gmail foi configurada puramente para lidar com coisas pessoais que não eram negócios do governo”, respondeu Morens, para a incredulidade de Lesko.

“Com todo o respeito, como você pode dizer isso quando claramente sabe que todos esses e-mails estavam intencionalmente evitando o FOIA?” Lesko perguntou. “Você disse isso com suas próprias palavras, senhor.”

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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©2024 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês: Fauci Lieutenant Intentionally Hid Emails to Avoid Transparency, Coronavirus Subcommittee Memo Shows