O deputado federal elogiou o torturador Brilhante Ustra em votação de sessão de análise de impeachment de Dilma.| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Abr/Agência Brasil

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) homenageou o coronel Brilhante Ustra, um dos maiores torturadores da ditadura militar, durante seu voto na sessão do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, em abril, uma das cenas mais lamentáveis que o Congresso já testemunhou. Mas, se um amigo próximo passar a se referir ao político calorosamente como Bolsomito (e sem ironia) e se autodenominar “bolsominion”, prepare-se. Bolsonaro atingiu a esfera de seu círculo social.

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Problema que pode não ser mais seu porque, dependendo da extensão da idolatria de seu amigo, está tudo bem se você decidir terminar essa amizade. E não só nas redes sociais. Isso tem sido discutido também pelos americanos. Se o pré-candidato Donald Trump condena os imigrantes, como lidar com um colega que apoia ideias tão desagregadoras?

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“Vai depender da lógica desse vínculo. Se é de complementariedade, se é de semelhança. Em tempos em que as pessoas chamam contatos do Facebook de ‘amigos’, isso seria mais fácil de se manter”, afirma o coordenador do curso de Psicologia, da PUC-PR, Naim Akel Filho. “Mas não é possível tolerar um amigo que cause tanto constrangimento por ser racista (no caso de Trump) ou preconceituoso (no caso de Bolsonaro), por exemplo. Não há qualidade nessa conexão. E não se tolera racismo ou preconceito”, afirma o psicólogo.

Diferenças políticas menores, que não impactem etnias inteiras ou segreguem gêneros e grupos segundo sua orientação sexual, podem ser transpostas. Se você comunicar que a amizade acabou por conta desse posicionamento político extremista, creia, o intolerante não é você. Bem melhor do que se enganar ao parar de seguir posts do ex-amigo e fingir ignorar que ele tem uma falha de caráter.