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Membros da sociedade histórica The Sealed Knot bebem no pub Black Lion antes de uma reconstituição da Batalha de Nantwich durante o Holly Holy Day em Nantwich, Reino Unido, 27 de janeiro de 2024. A batalha ocorreu em 1644 entre os Roundheads (Parlamentares), comandados por Sir Thomas Fairfax, e os Cavaliers (Monarquistas) comandados por Lord Byron e se tornou um dos principais eventos da primeira Guerra Civil Inglesa. A batalha é reconstituída anualmente pela sociedade histórica The Sealed Knot e é conhecida como Holly Holy Day, em homenagem às fontes sagradas usadas em comemoração ao fim da batalha.
Membros da sociedade histórica The Sealed Knot bebem no pub Black Lion antes de uma reconstituição da Batalha de Nantwich durante o Holly Holy Day em Nantwich, Reino Unido, 27 de janeiro de 2024. A batalha ocorreu em 1644 entre os Roundheads (Parlamentares), comandados por Sir Thomas Fairfax, e os Cavaliers (Monarquistas) comandados por Lord Byron e se tornou um dos principais eventos da primeira Guerra Civil Inglesa. A batalha é reconstituída anualmente pela sociedade histórica The Sealed Knot e é conhecida como Holly Holy Day, em homenagem às fontes sagradas usadas em comemoração ao fim da batalha.| Foto: EFE/EPA/ADAM VAUGHAN

O governo trabalhista britânico está realmente impondo um “Estado ético” a seus cidadãos, em conformidade com o islamismo progressista de muitos de seus eleitores e com um controle opressivo para o “bem” de seus cidadãos. Tudo deve ser imposto ou banido, restringindo as liberdades pessoais e comunitárias, em nome de seu próprio bem-estar, obviamente tudo decidido pelo Estado e pelo governo de Keir Starmer.

Querem proibir o fumo ao ar livre, especialmente (mas não apenas) fora dos pubs, a fim de reduzir o número de mortes relacionadas ao tabaco, mas, ao mesmo tempo, dar boas-vindas à eutanásia e a uma possível maior liberalização ao aborto. Além disso, a partir de 31 de outubro, não será mais possível rezar ao ar livre, nem mesmo silenciosamente, ou seja, com a mente, dada a proibição de recitar orações perto de clínicas de aborto nas cidades do Reino Unido: será preciso ter cuidado com os bairros e as ruas da cidade por onde se passa enquanto se reza, a fim de evitar multas e prisão.

Agora, até mesmo relaxar em pubs, sozinho ou acompanhado, entre canecas de cerveja e fumaça de tabaco, é considerado perigoso e antissocial. O governo quer antecipar o horário de fechamento dos pubs ingleses para reduzir a venda de álcool: cerveja, vinho e uísque.

O grande G. K. Chesterton entraria em guerra aberta contra esses abusos do estatismo tirânico-socialista, essas violações da liberdade pessoal, essas proibições de amizade e ataques ao comunitarismo social e à civilização cristã inglesa. “No catolicismo, a cerveja, o cachimbo e a cruz podem andar juntos”, exaltaria ele. Ele iniciaria, portanto, uma revolta como Napoleão de Notting Hill ou organizaria uma caravana de Tabernas ambulantes por todo o país para protestar contra o tirânico neo-inquilino de Downing Street.

O Daily Telegraph delineou os novos planos do Partido Trabalhista para reduzir o consumo de álcool: os pubs podem ser forçados a fechar mais cedo à noite, enquanto o governo considera novas medidas para atingir o consumo, conforme comunicado pelo ministro da Saúde, Andrew Gwynne. Há uma disposição para “restringir o horário de funcionamento” de bares e pubs como parte de uma tentativa de melhorar a saúde e combater o comportamento antissocial.

O ministro trabalhista também declarou que o estado dos pubs britânicos é “moralmente repreensível” e que “em termos inequívocos, não haverá dinheiro suficiente” para atender às necessidades dos cidadãos, sem restringir certos comportamentos, como o consumo excessivo de álcool.

Reencenadores da Sociedade Inglesa da Guerra Civil sentam-se em um pub após participarem do Desfile Anual do Rei em Londres, Reino Unido, 27 de janeiro de 2019. O Desfile Anual do Exército do Rei refaz a rota tomada pelo Rei Charles I do Palácio de St James até o local de sua execução na Banqueting House em Whitehall, Londres. Foto: EFE/EPA/FACUNDO ARRIZABALAGA
Reencenadores da Sociedade Inglesa da Guerra Civil sentam-se em um pub após participarem do Desfile Anual do Rei em Londres, Reino Unido, 27 de janeiro de 2019. O Desfile Anual do Exército do Rei refaz a rota tomada pelo Rei Charles I do Palácio de St James até o local de sua execução na Banqueting House em Whitehall, Londres. Foto: EFE/EPA/FACUNDO ARRIZABALAGA| EFE

De acordo com o Guardian, pelo menos 50 pubs fecham na Grã-Bretanha todos os meses desde o início de 2024, uma ligeira melhora em relação a 2023, quando 64 pubs fecharam por mês. É também por isso que o Telegraph de 23 de setembro trazia a seguinte manchete: “Os pubs podem ser forçados a fechar mais cedo devido ao novo golpe de Estado-babá do Partido Trabalhista, que estabelece um plano para melhorar a saúde e combater o comportamento antissocial”. Portanto, desfrutar de uma caneca de cerveja na companhia de amigos, fazer confidências e trocar desejos é classificado como socialmente desviante e perigoso.

O atual inquilino de Downing Street, que parece considerar os pubs apenas como um problema de saúde pública a ser regulamentado, nas últimas semanas tropeçou em uma série preocupante de condutas muito mais sérias do que o peregrino citadino que reza ou o frequentador de pubs.

Sir Keir Starmer é agora mais impopular do que o ex-primeiro-ministro conservador Rishi Sunak, com seu índice de aprovação caindo 45 pontos, uma variação de -26% desde a eleição geral de julho, de acordo com uma pesquisa do The Observer, porque demonstrou incapacidade flagrante de combater a imigração ilegal; libertou milhares de prisioneiros, incluindo aqueles culpados de crimes sexuais graves; e, além disso, aceitou recentemente presentes no valor de £ 100.000 [equivalente a R$ 729 mil na cotação atual], incluindo doações de roupas e ingressos gratuitos para shows. Tudo isso, enquanto seu governo decidia eliminar os pagamentos invernais de combustível para milhões de aposentados... para o bem do país.

O cerco da esquerda britânica às liberdades pessoais e à tradição cristã também inclui a tentativa de acabar com o pint (medida de cerveja), um pilar da cultura britânica, como demonstra um artigo do Guardian de 17 de setembro.

O dia 29 de maio de 2024 marcou o 150º aniversário do nascimento de G. K. Chesterton; em seu romance A Taberna Ambulante, ele antecipa o atual soft power do islamismo socialista liberal na Inglaterra. No romance, é Lord Ivywood quem promove um “Islã progressista”, para limitar e depois substituir o cristianismo por uma nova forma de religião chamada “Crislam”.

O autoritário Lord Ivywood, como o atual Keith Starmer, consegue que uma lei proibicionista seja aprovada no parlamento, banindo o consumo de álcool. Como resultado e com grande sucesso, vários cidadãos heroicos constroem uma “taberna voadora”, que viaja por toda parte para satisfazer a sede de liberdade e desafiar as novas leis totalitárias. Esperamos que ainda haja ingleses prontos para construir barricadas em Notting Hill e aquecer os corações na batalha pela liberdade, nas tabernas ambulantes clandestinas do país.

Luca Volontè, bacharel em Ciências Políticas, foi deputado italiano de 1996 a 2013. Fundou e dirigiu durante vários anos a Fundação Novae Terrae, coordenando, como Secretário Geral e em colaboração com universidades e institutos de investigação italianos e estrangeiros, a primeira investigação global sobre políticas familiares, dignidade humana e liberdade de educação.

©2024 La Nuova Bussola Quotidiana. Publicado com permissão. Original em italiano: “In Gran Bretagna lo Stato etico dichiara guerra ai pub”.

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