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Facebook: proibição de links de notícias no Canadá não afeta uso da rede social

Desde o início de agosto, a Meta suprimiu a publicação de links para notícias no Facebook no Canadá (Foto: Dima Solomin / Unsplash)

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A decisão da Meta de bloquear a publicação e o compartilhamento de links de notícias por usuários de suas redes no Canadá praticamente não impactou o uso do Facebook no país. A descoberta foi feita a partir do rastreamento do tráfego na rede social realizado por empresas independentes de monitoramento web.

Dados compartilhados pela Similarweb, uma empresa de análise digital que rastreia o tráfego em sites e aplicativos, demonstram que o número de usuários ativos do Facebook e o tempo gasto diariamente na rede social permaneceram praticamente inalterados desde o início das sanções, no dia 3 de agosto.

A Data.ai, outra empresa que realizou a análise, confirmou não ter detectado mudanças significativas no uso da plataforma no Canadá no mesmo período. Ambas as compilações e leituras de dados foram realizadas pelas empresas a pedido da agência de notícias Reuters.

Ainda que precoces, as descobertas tendem a sustentar as alegações da Meta de que, no Canadá, as notícias têm pouco valor para seus negócios. Nos últimos anos, a empresa-mãe do Facebook, Instagram, Threads e Whatsapp tem buscado reduzir a importância da publicação de notícias e de outros conteúdos cívicos em suas redes, diante de legislações que buscam regular essa prática.

Para equilibrar um suposto lapso de conteúdo, a Meta apostou na promoção de assuntos mais leves como moda, entretenimento e esportes. A estratégia foi bem-sucedida: de acordo com relatórios do Reuters Institute [Instituto Reuters, em livre tradução] e do Pew Research Center [Centro de Pesquisa Pew], a mudança resultou em uma grande redução no consumo de notícias através das redes sociais.

Conforme dados da Similarweb, as referências ao Facebook tiveram redução de 35% em sites de notícias populares no Canadá entre julho de 2022 e de 2023, e cerca de 74% desde 2020.

Nos Estados Unidos, no entanto, o consumo de notícias nas redes da empresa segue significativo. Relatórios de transparência da Meta demonstram que, quando publicados, os links para notícias continuam a ser um dos conteúdos mais populares.

Os EUA são o único país onde a Meta divulga os conteúdos vistos com mais frequência. O relatório mais recente, relativo ao primeiro trimestre deste ano, mostra que os sites de notícias correspondem a 13 dos 20 domínios mais visualizados no Facebook. Dos 20 principais links na rede, 18 eram para acessar notícias.

Supressão para links de notícias no Canadá

Desde que anunciou a decisão de suprimir a postagem de links de notícias em suas plataformas no Canadá, em junho deste ano, a Meta tem sido alvo de sérias críticas do governo canadense.

A medida foi uma reação à Online News Act [Lei de Notícias Online], aprovada em 22 de junho, que prevê que as Big Techs como Meta e Google paguem taxas aos veículos de imprensa pela publicação de links de notícias.

Recentemente, a empresa foi alvo de novas críticas do governo canadense, que a acusou de privilegiar os lucros ao bem comum, pela manutenção do veto a links de notícias mesmo durante os incêndios que afetam o país.

No entanto, há negociações em andamento entre as Big Techs e autoridades canadenses, incluindo a ministra do Patrimônio, Pascale St-Onge. Conforme divulgado por seu gabinete, desde o fim de julho, ela já estaria conversando com Google e Meta, que confirmou as negociações.

Para acelerar as negociações, o órgão responsável pela implementação da lei no Canadá estabelecerá um quadro de encontros entre os veículos de comunicação e as plataformas com o objetivo de que, no início de 2025, as reuniões para os acordos finais sejam realizadas.

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