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Fauci diz 100 vezes que não se lembra dos detalhes das origens da Covid ou de políticas da pandemia

Anthony Fauci
Anthony Fauci em evento da Cidade do México, 2019. Ele diz não se lembrar de detalhes sobre projetos de financiamento de pesquisa com vírus na China com verbas do instituto estatal americano que ele presidiu durante a pandemia. (Foto: EFE/ Mario Guzmán)

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Depondo a portas fechadas no Capitólio na segunda-feira (8), o dr. Anthony Fauci disse mais de 100 vezes que ele "não se lembrava" de informações e conversas importantes relacionadas às origens da Covid-19 e à resposta à pandemia dos EUA que ele supervisionou.

"A pessoa mais conhecida pela resposta do nosso país à pior crise de saúde pública do mundo 'não se lembra' de detalhes-chave sobre as origens da Covid-19 e as políticas da era da pandemia", disse em uma declaração na segunda-feira à noite o presidente do Subcomitê Seleto do Coronavírus da Câmara, Brad Wenstrup (republicano de Ohio). A "pandemia potencialmente evitável" resultou no fim das contas na morte de quase 1,2 milhão de americanos, observou o deputado.

No final de novembro, Wenstrup anunciou que Fauci havia concordado em testemunhar perante seu subcomitê em um ambiente privado ao longo de dois dias. Antes de se aposentar no final de 2022, Fauci atuou como diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) e como principal conselheiro médico nos governos Trump e Biden.

Durante as primeiras sete horas da entrevista transcrita, na segunda-feira, Fauci defendeu repetidamente seu depoimento anterior ao Senado no qual afirmou que os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) não financiaram pesquisa de ganho de função no Instituto de Virologia de Wuhan na China, que estava conduzindo pesquisas em coronavírus de morcegos que podem ter produzido a pandemia de Covid. De modo similar ao que fez em seu bate-boca em audiência com o senador Rand Paul (republicano do Kentucky), Fauci discordou da definição de "ganho de função" do Congresso para evitar admitir que os NIH financiaram pesquisas potencialmente perigosas que levaram ao surto da pandemia.

A pesquisa de ganho de função refere-se a tornar vírus mais infecciosos ou mortais [em camundongos com pulmões modificados para se parecerem com os humanos, por exemplo] para estudo laboratorial.

Fauci também disse, no depoimento, que aprovou todas as verbas estrangeiras e domésticas do NIAID sem revisar as propostas, e admitiu que não era capaz de confirmar se o NIAID tem algum procedimento em vigor para realizar a supervisão dos laboratórios estrangeiros que são financiados pela instituição.

"O depoimento de hoje do Dr. Fauci revelou falhas drásticas e sistêmicas nos sistemas de saúde pública da América", disse Wenstrup. "Enquanto liderava a resposta à Covid-19 da nação e influenciava narrativas públicas, ele simultaneamente não tinha ideia do que estava acontecendo sob sua própria jurisdição no NIAID."

Além disso, quando confrontado com seu e-mail de fevereiro de 2020 para funcionários dos NIH demonstrando que ele estava ciente da pesquisa de ganho de função ocorrendo na China, Fauci recuou, dizendo que não deveria ter afirmado o envolvimento do laboratório de Wuhan como um "fato" no e-mail.

"A suspeita foi intensificada pelo fato de que cientistas da Universidade de Wuhan são conhecidos por terem trabalhado em experimentos de ganho de função para determinar os mecanismos moleculares associados a vírus de morcegos se adaptando à infecção em humanos, e pelo surto ter origem em Wuhan", escreveu Fauci no e-mail de fevereiro de 2020 para seus colegas.

Na segunda rodada de interrogatório na terça-feira (9), Wenstrup perguntou a Fauci sobre a imposição de máscaras e lockdowns, suas posições políticas relacionadas a essas restrições e seu papel em incentivar, editar e aprovar o artigo científico de março de 2020, conhecido como "Origem Proximal", que procurava refutar a teoria do vazamento de laboratório. A segunda metade da entrevista transcrita na terça-feira também tem sete horas.

"Claramente, o povo americano e o governo dos Estados Unidos estão operando com expectativas completamente diferentes sobre as responsabilidades de nossos líderes de saúde pública e a responsabilização de nossas agências de saúde pública", acrescentou Wenstrup.

Coincidindo com o questionamento de Fauci, o Projeto White Coat Waste ("Projeto do Desperdício de Jaleco", em tradução livre), um grupo de vigilância de contribuintes dedicado a expor e cortar pesquisas financiadas pelo governo com morcegos e outros animais, está expondo um anúncio em um caminhão que está circulando pelo Capitólio para exigir que o Congresso responsabilize Fauci por suas ações e mentiras.

"Anthony Fauci é o exemplo perfeito de desperdício, fraude e abuso no governo federal", disse Justin Goodman, vice-presidente sênior do Projeto White Coat Waste, em uma declaração à National Review. "Os contribuintes merecem respostas e que ele seja responsabilizado por seu papel em financiar imprudentemente e interferir a favor do laboratório de um país adversário que provavelmente provocou uma pandemia usando dinheiro dos contribuintes dos EUA".

©2024 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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