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‘Ficamos chorando’: mulher conta por que deixou Planned Parenthood

Planned Parenthood é uma clínica responsável por metade dos abortos feitos legalmente nos Estados Unidos  | Reprodução/ Planned Parenthood
Planned Parenthood é uma clínica responsável por metade dos abortos feitos legalmente nos Estados Unidos  (Foto: Reprodução/ Planned Parenthood)

Para Myra Neyer, mãe e ex-funcionária da Planned Parenthood (saiba o que é a Planned Parenthood), houve um momento definitivo que influenciou sua saída da gigantesca organização que realiza abortos. 

“Havia essa garota, jovem – de 19 ou 20 anos. Ela chegou, [e] o namorado dela não queria filhos”, contou Neyer, que trabalhava em uma clínica da Planned Parenthood em Baltimore, em entrevista ao Daily Signal. “Ele era um homem mais velho.” 

“Ela veio e nós a registramos, fizemos o ultrassom e descobrimos, bom, ela descobriu que ao invés de um [bebê], haviam quatro. E não eram apenas quatro, eles eram todos idênticos”, disse. 

Neyer, que é mãe de cinco crianças, disse que essa garota em particular não queria realizar o aborto, mas o seu namorado mais velho a estava forçando a seguir com o procedimento. 

“O namorado estava se enfurecendo, e nós simplesmente decidimos... Eu não aprovei aquilo”, disse Neyer. “Então ela foi embora, e o que ele acabou fazendo foi levá-la a um tipo de clínica que eu chamo de ‘açougue’, onde eles deram a ela misoprostol e no outro dia ela chegou... com muita dor e sangrando”. 

A clínica da Planned Parenthood em que Neyer trabalhava acabou finalizando o procedimento de aborto e ela disse que jamais esquecerá o que ocorreu. 

“Ela deveria estar com pelo menos 15, quase 16 semanas [de gravidez], os bebês eram grandes ... dois deles estavam agarrados um ao outro ... eles eram todos meninos, e estavam simplesmente agarrados, e o último deles foi o que nós tivemos que ter certeza de que tínhamos todos os pedaços [do corpo]. Foi simplesmente horrível. E depois o olhar dela quando tudo acabou, ela parecia perdida ... eu só lembro de olhar para ela, colocá-la ... na caminhonete do amigo dela, e o seu rosto estava com um olhar vazio”. 

Essa experiência mudou tudo para Neyer. 

“Aquilo foi demais para mim, eu nunca vi algo como aquilo”, disse. “Eu me encostei na parede com minha colega e choramos. Ficamos lá e choramos por aquelas crianças ... eu lembro de dizer, ‘Isso é um bebê, é um bebê, isso parece exatamente com um bebê’ ... nós ficamos naquela sala [armazenando as partes dos corpos descartadas] e choramos”, disse Neyer. 

Testemunhar uma participante dos 40 Dias para a Vida, uma campanha de jejum, orações e busca pelo fim do aborto, foi essencial para a conversão de Neyer ao movimento pró-vida. 

“O que me trouxe foi a 40 Dias para a Vida”, disse Neyer. “Havia essa senhora, o nome dela era Mary, na verdade eu estou tentando entrar em contato de novo com ela, ela estava lá todos os dias ... um sorriso, sempre palavras gentis, ‘Estou rezando por você’”. 

Neyer disse que começou a trabalhar na PP para sustentar seus filhos e fornecer cuidados de saúde para mulheres. Mas antes de deixar o emprego na clínica, ela percebeu que a Planned Parenthood era um lugar para gerar lucro. 

“Eu contava a minha história, sobre os meus cinco filhos e como eu era viúva, e como eu conseguia, e ela acabou escolhendo a vida”, contou Neyer referindo-se a certa ocasião em que ela conversou com uma paciente que estava considerando fazer um aborto. “E depois o médico ficou bravo comigo ... [porque] ela mudou de ideia.” 

“Foi aí que eu percebi que não se tratava de uma escolha, mas de uma cota ... quanto mais tempo em semanas, mais custava para realizar o aborto”, acrescentou. 

Após deixar o emprego na clínica, Neyer entrou em contato com uma organização chamada And Then There Were None (“E não sobrou nenhum”), que busca atender funcionários de clínicas de aborto que desejam deixar essa indústria e oferece ajuda financeira, apoio emocional e espiritual e auxilia na busca por emprego. 

Neyer disse que é importante que aqueles que atendem funcionários de clínicas de aborto lembrem da humanidade daqueles que trabalham nessas instalações. 

“Nós chegamos lá todos os dias com essa sensação de nó na garganta, ‘Eu não quero entrar aqui’”, contou Neyer. 

Conteúdo originalmente publicado no Daily Signal.   

Traduzido por Maíra Santos.

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