São Francisco provavelmente teria deixado a maioria de nós desconfortável. Talvez ele seja o santo mais conhecido e familiar. Seu amor por Deus e Sua criação acabou por torná-lo patrono secular dos animais de estimação. Mas seu amor radical por Deus e sua insistência na pobreza provocaram uma renovação de uma forma que o conforto não conseguiria.
Fidelis Moscinski, um frade franciscano na tradição de São Francisco, deixa as pessoas desconfortáveis. Quando estou perto dele, ele geralmente faz orações de libertação do lado de fora de uma clínica de aborto. Nas ruas de Nova York, isso deixa as pessoas não apenas desconfortáveis, mas lívidas. (Você não quer que eu repita algumas das coisas que ouvi dizerem a ele.) Quando ele está lá fora, não podemos fingir que a clínica de aborto é apenas mais um prédio de escritórios. É um lugar onde as vidas terminam. Vidas em desenvolvimento, mas vidas da mesma forma. Siga a ciência.
Quando não estou perto dele, ele entra nos saguões das clínicas de aborto, oferecendo rosas às mulheres. Ele é convidado a sair e diz que o fará quando o abortista sair. Assim, ele é preso. É um ato de desobediência civil em resposta a uma lei injusta.
Alguns dias depois do Dia da Independência [4 de julho nos EUA] neste verão [inverno no hemisfério Sul], ele apareceu com cadeados e correntes em uma clínica de aborto em Long Island no início da manhã. Ele obstruiu o acesso à clínica por algumas horas. Ele é aberto sobre o porquê – ele queria adiar a entrada das mulheres para que pudesse tentar ajudá-las a não fazer abortos. Agora o Departamento de Justiça está o processando.
Quando ouvi pela primeira vez em julho que ele havia se acorrentado, questionei a eficácia da tática para um amigo em comum — pensando principalmente no esforço de longo prazo para mudar corações e mentes, querendo algum tipo de estratégia perfeita que nunca existiu e nunca existirá. "As mulheres se viraram", respondeu ele. Para o frade Fidelis, qualquer oportunidade de dar a alguém a chance de fazer uma pausa sobre o aborto vale o sacrifício — o que muitos considerariam tolice — porque há vidas humanas em jogo. É uma última linha de defesa radical. É o sinal que alguém precisava. Perguntas são feitas. As pessoas percebem. Não é um dia rotineiro de abortos.
Nicole Moore aconselha mulheres que pensam em aborto na cidade de Nova York na Pregnancy Help Inc., um daqueles modestos centros de ajuda à gravidez que o governador [democrata] de Nova York e a senadora [democrata] de Massachusetts Elizabeth Warren querem fechar. Moore observa que mesmo na capital/destino do aborto de Nova York, algo mudou nos 100 dias ou mais desde que Roe foi derrubado. Os “corações das mulheres estão abertos”, diz ela.
Eu ouvi isso de outras pessoas na linha de frente da ajuda na gravidez. Agora que Roe v. Wade não é mais lei, parte da pressão é levantada — há uma liberdade recém-descoberta agora que há um debate renovado sobre o aborto, em vez de um mal necessário imposto pelo Tribunal. Em comentários no jantar da Human Life Review [publicação pró-vida americana], poucos dias após o processo federal contra o frade Fidelis, Moore disse que vidas estão sendo salvas quando alguém está lá para dar esperança de ajuda. Ela não adoça o quão difícil é o caminho, mas quanto mais ajuda houver, no espírito da natureza radical do evangelho, melhor será para as mulheres.
Jessica Keating Floyd escreveu recentemente sobre estar no programa de mestre em divindade na Universidade de Notre Dame e achar irritantes pessoas pró-vida que falam sobre aborto mais do que outras questões. Depois de comunicar isso durante um estudo sobre o radicalismo cristão, ela foi desafiada por alguém que ela respeitava, conhecido por “seu compromisso com a justiça social”. Ele disse a ela: “Se você acredita que estes são seres humanos, você pode se sentir diferente”. Agora ela trabalha para engajar aqueles que estão no mesmo barco que ela na urgência de proteger os nascituros. (Todas as melhores políticas do mundo não farão nada por você se você não tiver uma chance de viver. Podemos "amar os dois", como foi tema do ano passado da March for Life.)
Moore compartilhou que muito do barulho desde que Roe terminou parece muito distante das necessidades das mulheres que a procuram, que não sabem como vão se sustentar pela próxima semana, quanto mais uma gravidez e tendo apenas 18 anos.
Durante a mesma semana, Kamala Harris se reuniu com a presidente da Planned Parenthood e insistiu que as pessoas de fé que se opõem ao aborto não devem ter escrúpulos morais em apoiar a expansão do aborto na qual insistem. Não se for uma vida, Senhora Vice-Presidente.
Não estou canonizando o frade Fidelis, mas estou muito menos interessada no debate político e legal sobre as acusações federais contra ele do que no desconforto que ele pode nos deixar em ajudar mais radicalmente as mulheres a não terem que escolher o aborto.
Enquanto houver políticos tentando explicar a ciência quando se trata de aborto, haverá líderes religiosos nos deixando desconfortáveis - e indo para a cadeia - porque eles têm a coragem de suas convicções diante de uma grave confusão moral.
©2022 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
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