“Dos 700 milhões de brasileiros que morreram da Covid, 300 milhões morreram por culpa de um governo negacionista que não tem a menor sensibilidade de respeitar a ciência” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, gênio da matemática.
“Se eu quisesse cercar o povo, não permitir que ele faça protesto, não tem sentido a democracia, Aquilo [as grades em torno do Alvorada] foi feito em um momento que o PT já não mandava mais no país, na gestão do Temer. Significa que quem faz coisa errada tem medo” – Lula. As grades foram colocadas no governo Dilma.
“O dia de hoje é o dia internacional de combate à violência contra crianças e adolescentes. Por isso, eu não poderia faltar nesse dia de hoje a um ato em que a gente veio reforçar e defender uma criança de apenas 11 anos, que é a Lei de Acesso à Informação, que foi estuprada” – Lula, violentando o bom gosto, a retórica e o respeito.
“Nos próximos seis meses, vai continuar piorando, depois acalma” – Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente do TSE, em resposta a outro juiz que perguntou quando é que o Brasil vai se acalmar. Lembra o Rei Lear, de Shakespeare: ‘Farei tais coisas, o que elas são, ainda não sei, mas elas serão os terrores da Terra!’ O personagem de Shakespeare também não aceita ser contrariado.
“Em democracias, o Senado não dá ‘um freio’ na Suprema Corte nem na Justiça Eleitoral. Os Poderes são freios e contrapesos uns dos outros” – Vera Magalhães, jornalista e jurista de ocasião. Não dá um freio mas é um freio. Entendeu? Não? Nem eu.
“Ele tá pegando dinheiro do mundo todo posando de moderado mas as conversas mostram que o Zelensky quer tocar o terror e colocar todos nós em risco” – Nina Lemos, colunista feminista. Essa Ucrânia mereceu ser invadida, quem manda sair de minissaia e decote?
“CPI do MST mira governo e vira palanque para agrotoscos” – Bernardo Mello Franco, colunista. Invadir propriedades: agrolindo. Defender sua propriedade: agrotosco.
“O Muro era feio, ameaçador e, para muitos cidadãos, era de partir o coração. Mas assegurava estabilidade econômica e geopolítica” – Jacobin, revista socialista chique lá da gringa, defendendo o Muro de Berlim. O muro, que impedia os cidadãos do maravilhoso lado comunista de ir para o horrível lado capitalista, se chamava oficialmente ‘Muro de Proteção Antifascista’.
“Volodymyr Zelesnky [sic]: Presidente da Rússia [sic]” – CNN Portugal, em legenda. Piada de português está incluída na censura da lei antipiadas?
“Estudo do Sleeping Giants mostra plataformas sem filtro à desinformação sobre ciência” – Guilherme Amado e Bruna Lima, colunistas. É a metadesinformação científica: um título cientificamente desinformado sobre desinformação científica. Alguém consegue falar “estudo do Sleeping Giants” sem cair na gargalhada?
“Lula cometerá um grande erro se não escolher um ministro ou uma ministra negra” – Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF. Se escolher um negro, cometerá um grande erro se não for cadeirante. Se escolher um negro cadeirante, cometerá um grande erro se não for torcedor do XV de Piracicaba. A recursão de acusação de injustiça apelando para uma vítima maior é infinita.
“O deputado bolsonarista Mário Frias, extremista de direita, acaba de agredir com um soco o jornalista Guga Noblat!” – André Janones, deputado federal. O Estado de Minas diz que vídeos mostram que ‘Frias, na verdade, retirou o celular da mão do jornalista à força’. Não tem lado certo nessa história, mas tem um lado que mente mais.
“Dallagnol agora esperneia por ter sido cassado por uma lei que ele sempre defendeu. E eu aplaudo a sua cassação, embora ela tenha se dado por uma lei que nunca defendi. Notaram? Em qualquer caso, sou um legalista. Em qualquer caso, ele é um ilegalista” – Reinaldo Azevedo, jornalista. Reinaldo Azevedo legalista? Acho que errou como se escreve “lulista”.
“Reinaldo Azevedo é, disparado, o jornalista mais nojento que conheci” – Diogo Mainardi, jornalista, sobre a atuação do ex-colega de antipetismo.
“Esse tempo da liberdade de expressão como um valor absoluto, que é uma falcatrua, acabou no Brasil, foi sepultado. Se os senhores não derem respostas que consideramos compatíveis e ajustadas, tomaremos providências”
– Flávio Dino, ministro da Justiça, dando uma de Don Corleone fazendo propostas irrecusáveis em uma reunião de abril com Twitter, Meta, Tiktok e Google. A gula também é de poder.
“Ser comunista é defender a comunhão justa da riqueza” — Flávio Dino. Falcatrua é dizer isso sobre o regime que só produziu mortes e pobreza.
Cantinho do cassado caçado
“Sobre julgamento realizado hoje no TSE, lembrei-me de um texto bíblico, que dedico ao presidente Lula: ‘Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!’ Estão em Mateus 5,6” – Flávio Dino, ministro da Justiça que foi do Partido Comunista do Brasil, comemorando a cassação de Deltan Dallagnol. Comunista citando a Bíblia, ministro da Justiça visitando comunidade dominada por criminosos, só mais uma dessas inversões normais do governo Lula 3.
“Eu fui caçado” – Deltan Dallagnol, deputado federal com mandato ameaçado pela vingança da elite política contra a Lava Jato, fazendo um trocadilho no título de sua coluna desta sexta-feira.
“Dallagnol diz que com uma única canetada, a Justiça calou os milhares de paranaenses que votaram nele para deputado, e que isso é um absurdo. Oi! A ser assim, quantos milhões de brasileiros não foram calados quando Lula foi condenado e preso?” – Ricardo Noblat, jornalista, confundindo uma descondenação que sequer tocou nas provas contra Lula, alegando um ‘erro de CEP’ e ‘parcialidade’ de juiz, a uma completa invenção de que “reclamação” é igual a ação disciplinar contra o deputado quando era promotor, feita de última hora, em julgamento de 66 segundos de duração.
“A Lava Jato teve um peso decisivo. Em vez de punir os corruptos e os empresários certos, ela destruiu as empresas” – Aloizio Mercadante, presidente do BNDES. Destruiu quais? A Odebrecht, que tinha departamento de propina, fechou contrato para construir ferrovia em Angola (sem participação do Brasil ou do BNDES). Mas mudou o nome para OEC. Do mesmo jeito que os políticos mudavam de nome nas planilhas.
“O que me deixou enlouquecido foi a desonra, a humilhação e execração pública a que eles me submeteram. Preso, três vezes. É uma loucura total, uma insanidade. E agora ambos [Sergio Moro e Deltan Dallagnol] estão na política. Eu fui vítima de um sistema, fui vítima da Lava Jato. Eu fui um cabra marcado para morrer” – Beto Richa, ex-governador do Paraná, agora deputado federal (PSDB). O problema deste país não é muito cacique para pouco índio: é muita vítima para pouco algoz. Richa também citou a Bíblia contra Dallagnol.
“Tchau querido” – Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e ex-condenado, para Dallagnol. O Brasil voltou!
“O Brasil é uma democracia trans. Se sente democracia, mas é ditadura” – Nikolas Ferreira, deputado federal.
“‘Mundo não gira, capota’ ficará como epitáfio do breve mandato de Dallagnol” – Leonardo Sakamoto, colunista do UOL. Saca muito.
Cantinho da piada proibida
“Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável” – Fabio Porchat, humorista, comentando notícia da Gazeta do Povo sobre a censura imposta ao colega Léo Lins. Depois, ele disse que o limite do humor é a lei. Não estava sabendo que já foi sancionada por Lula a lei antipiadas?
“O que para uns é politicamente correto, para outros é sobrevivência. É difícil olhar para o outro quando o umbigo obsta a visão; o pacto da branquitude esquece que pimenta jogada nos olhos não dói quando os olhos não são os seus” – Thiago Amparo, colunista identitário da Folha, tentando justificar a censura. Cuidado com esse papo de ‘pacto da branquitude’ aí, colega, que o próximo a ser calado pode ser você. Ou acha mesmo que seus correligionários políticos sempre estarão no poder decidindo o que é “ódio”?
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